Liberdade, provocação, modernidade, igualdade, juventude, contracultura e vanguarda são apenas alguns dos subjetivos que resumem o que foi a década de 1960, uma das mais completas em acontecimentos do século XX que mudaram toda uma geração.
Chega a pílula anticoncepcional, combinada com o frescor feminista das minissaias, acompanhadas das meias calças coloridas. Dando continuidade à histeria feminina, surge os Beatles e os Rolling Stones, bem vestidos com seus terninhos e cabelos bem cortados ainda no inicio da década. A linha do “novo dândi” conquista as garotas, marcando uma geração de tietagem das boybands, surgindo as garotas groupies.
O sarcasmo da pop art de uma indústria crescente da pós guerra, Andy Warhol e Roy Lichtestein influenciam nas artes e nas capas de discos do The Who e do The Velvet Underground. Ainda nas artes, uma padronagem totalmente geométrica e colorida ganha força, a Op Art traz o desafio da ótica e inicia uma psicodelia que posteriormente em meados da década estava por vir.
A Inglaterra vira referência de estilo e comportamento, o requinte jovem e vanguardista persistem na Carnaby Street, rua cheia de diversas lojas e antiquários com “nomes estranhos”. Os ingleses nomeavam a nova geração de ‘Youthquake’ (um apelido para a agitação provocada pelos jovens). O desejo de reinventar e ser diferente dos pais conservadores se expandia. O símbolo da vez é a modelo Twiggy, com a silhueta de uma menina mulher e olhos de boneca, ela usava minissaia e os vestidos tubinho, modelos que eram moda na época.
No Brasil não foi tão diferente, com o plano de fundo da ditadura militar, a ebulição jovem e dos trabalhadores, marcam as ruas de protestos. O desejo de uma revolução política e social é distraída pelos trios mais requintados do momento, a jovem guarda com Roberto Carlos, Wanderléa, Erasmo Carlos e os Mutantes com Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sergio Dias, ambos influenciados pelo rock and roll britânico.
Como exemplo de uma lançadora de tendências no Brasil, Wanderléa exibe suas pernas de fora e usa óculos grandes e redondos, além de longos cabelos soltos, estilo que até então, só as garotas do exterior, que tinham mais contato com a moda usavam.
A corrida espacial da URSS e EUA dá inspiração para os estilistas André Courrèges e Paco Rabanne. Com as moon girls (garotas da lua em tradução literal), a moda espacial se reforçava com o uso de óculos grandes e roupas metalizadas, com todo o conceito da jornada do homem na lua. O tema estampou capas e editoriais das principais revistas de moda como a Vogue e Harper’s Bazaar, em que até Jean Shrimpton se vestiu com um traje de astronauta da NASA.
Finalmente os ícones negros eram vistos com um pouco mais de frequência pelas mídias. No seriado Star Trek, a atriz Nichelle Nichols ganha destaque como a Uhura, os cantores talentosos da Motown Records, como The Temptations e The Supremes, continuaram em vigor, e a primeira supermodelo negra Donyale Luna fica internacionalmente conhecida.
Em suma, os anos 60 foram muito mais do que meros acontecimentos, foram sinônimos de toda uma nova geração vigente e antenada, foi a revolução que culminaria e influenciaria mais tarde pessoas, mídia e as artes. Foi visionário e preocupado com o futuro.
Vale citar uma icônica e brilhante frase da capa da Vogue de setembro de 1961 que apresenta a seguinte pergunta: “Where’s fashion is going now?” (Para onde a moda está indo agora?), nessa capa não há nenhuma presença de uma modelo, apenas um efeito de recorte de revista com olhos e boca destacados. Sem dúvidas, essa década foi marcante e insubstituível.
Gostei muito da sua matéria Lívia! Os anos 60 são muito ricos especialmente 1965 e 1968! Moda, música, arte comportamento e revoluções! Abraço do Lucca, ex aluno da sua mãe da sua cidade natal!
Obrigada! Que bom que curtiram a materia
Maravilhoso!!!