Usados pela maioria das mulheres e pelos aficionados por maquiagem em geral, o batom, o rímel, a sombra e o blush são os itens “básicos” que não podem faltar na necessaire. Feitos para realçar a beleza, eles fazem parte do cotidiano de muitas pessoas e têm também o poder de transformar esteticamente muitos rostos por aí.
Usados desde muitos anos atrás, trouxemos um pouquinho da história desses itens para conhecermos suas origens.
A história do batom
Provavelmente as mulheres da Antiga Mesopotâmia foram as primeiras a inventarem e usarem o batom, que era composto de algum tipo de minério, utilizado para colorir os lábios. Algumas décadas a frente, no Antigo Egito, as mulheres utilizavam pigmentos vermelhos extraídos de algas, iodo e bromo manitol, que infelizmente eram tóxicos e traziam muitos problemas para saúde. Por este motivo, este cosmético foi suspenso.
No século 16, dar cor aos lábios começou a se popularizar. Durante o reinado da rainha Elizabeth I, ter os lábios vermelhos e o rosto pálido, tornou-se moda e sinônimo de riqueza – apenas nobres e com posses poderiam ostentar este visual; tanto que, somente as mulheres de classe alta e atores masculinos usavam. O produto era feito a partir de uma mistura de cera de abelha e extratos vermelhos de plantas.
Em 1770 foi aprovada a lei de que um casamento devesse ser anulado caso a mulher usasse cosméticos antes do compromisso. Não é preciso explicar detalhadamente que nesta fase da história vemos a diminuição de inovações deste ramo. O primeiro batom comercial foi inventado por perfumistas em Paris no ano de 1884. O item era feito de sebo de veado, óleo de rícino e cera de abelha, protegido por papel de seda.
No século 19, o batom passou a ser pigmentado através de corante carmim – extraído de um inseto que levava o nome cochonilhas; nativas do México e da América Central. Não era comum o seu uso diário, já que o produto deixava um aspecto pouco natural e também era caro, sendo usado mais por atores e atrizes.
Ao longo das décadas os pigmentos foram sendo misturados com outras substâncias, o que transferiu uma aparência mais natural, sendo aceito pela sociedade para que as mulheres usassem com mais frequência em ocasiões especiais: festas, jantares e eventos. Até então, vinha em alguma espécie de lata, ou recipiente para ser aplicado com pincel. Somente em 1915, encontramos o batom em cilindro, inventado por Maurice Levy. Através de uma alavanca lateral o batom era deslocado para a superfície.
Em 1923, o primeiro tubo giratório foi patenteado por James Bruce Mason Jr. em Nashville, Tennessee. Nesta mesma década, as atrizes começaram a usar batom para fotografias e filmes o tempo todo, o que ajudou para que as mulheres finalmente o adotassem em sua rotina diária. A partir daí o produto se popularizou muito e hoje possui diversas texturas, cores, embalagens e acabamentos, praticamente não existe uma produção de maquiagem sem esse item.
Breve história do rímel
Antes do século 19, encontramos pouca – ou quase nenhuma – informação sobre este cosmético. Este foi inventado por Eugene Rimmel, um talentoso perfumista francês, aprendiz de seu próprio pai e fundador da House of Rimmel. Inicialmente o produto era uma pasta densa e se aplicava com os dedos; sua embalagem era algo parecido com latinhas de graxa que vemos hoje. A versão mais moderna foi desenvolvida em 1917 por um químico chamado T.L. Williams, depois que sua irmã Maybel lhe pediu que criasse um produto mais fácil de usar.
Este novo rímel foi feito misturando vaselina e pó de carvão – era uma pasta mais fluída e acompanhava uma escovinha para aplicação. O produto fez tanto sucesso, que Williams começou a vendê-lo pelo correio. Anos depois, sua pequena empresa chamada Maybelline Company – hoje a Maybelline – que se tornou uma das líderes na indústria de cosméticos. Atualmente, indispensável em qualquer produção, temos rímeis com diversas funções e cores.
A famosa ‘sombra’
Não há uma data exata do surgimento das nossas tão amadas sombras, mas alguns dos registros mais antigos são referentes ao Antigo Egito. Os egípcios destacavam muito os olhos: bem delineados – confira a história do delineado gatinho aqui – e trabalhados, com o intuito de se protegerem do sol escaldante do deserto. Acreditavam que pintar os olhos fariam “sombra” – eis que surge o nome deste produto.
Nesta mesma época, médicos prescreviam o uso de medicamentos naturais para a íris, pálpebra e córnea que eram compostos por malaquita verde, galena preta, ocre vermelho e lápis lazuli azul e depositados nos olhos como colírios. Começaram então a utilizar esses medicamentos coloridos, para fins estéticos. Com o tempo foram surgindo outras cores e o hábito de colorir as pálpebras de diversas maneiras. Inclusive as cores distinguiam pobres de ricos, caracterizavam hierarquia social e até indicavam a origem de uma pessoa, já que muitas culturas possuem maquiagens específicas.
Encontramos nos sarcófagos desenhos com pigmentos coloridos, os mesmos usados nas maquiagens. São basicamente os minérios misturados com óleos. Ao longo das décadas o produto foi evoluindo e ganhando a forma na qual o conhecemos hoje: em pó, em pasta, em gel e com uma infinidade de cores e acabamentos.
Blush e seu objetivo em dar “ar de saúde” para a pele
Na Grécia antiga, por volta de 1100 a.C., o produto passou a ser usado para dar aquele ar saudável ao rosto. A misturinha ainda era feita de forma artesanal, com frutas vermelhas (quase sempre amoras) e algas marinhas.
No século XVIII, o francês Alexandre Bourjois criou a primeira versão industrializada do produto, batizada de rouge, “vermelho” em francês. Ele era usado pela nobreza, inclusive por homens, para dar a aparência de boneca de porcelana; esse ar de saúde exagerado era sinônimo de riqueza, saúde e fartura.
Com a popularização da maquiagem na década de 1920, o produto ganhou cores mais amarronzadas e alaranjadas, mas ainda assim, o cor de rosa era o mais popular.
Nos anos 80, a indústria cosmética cresceu muito e os franceses perderam a liderança para outras empresas, na maioria, norte-americanas. Assim, o nome oficial passou de rouge para blush, “corar” em inglês. E como tantos outros cosméticos ganhou novas versões, acabamentos, texturas e cores.
Hoje encontramos vários tutoriais na internet ensinando a fazer seus próprios produtos de maquiagem, parece que estamos voltando um pouco no tempo, resgatando a simplicidade de conseguir um efeito de qualidade com poucos recursos. Já para os aficionados por maquiagem, aguardamos ansiosos as novidades do mercado!