Para quem não sabe, de forma bem direta, psychobilly é a mistura de rockabilly com punk rock. Para quem quiser entender realmente o que é o estilo, reunimos 15 álbuns icônicos da cena, que além de um parecer sonoro geral, também mostram a evolução do psycho com o passar dos anos, incorporando outros elementos ao estilo.
1 – Polecats – Polecats Are Go! (1981): Ué, mas, Polecats é psychobilly? Não… porém marcam muito bem um momento crucial da cena “billy” inglesa. A mescla de rockabilly com melodias mais pops, o visual colorido, tudo nele transpira anos 80. Ainda sem a violência do punk que foi incorporada ao psychobilly, porém essencial para entender a época.
2 – The Meteors – Wreckin’ Crew (1983): Segundo disco do The Meteors e uma virada radical na forma de se fazer psychobilly. Paul Fenech, guitarrista, vocalista e dono da banda havia acabado de demitir Mark Robertson e Nigel Lewis, baterista e baixista do primeiro disco (In Heaven); substituiu o baixo-acústico por um elétrico e as melodias ficaram ainda mais agressivas. Esse álbum mostra a definição perfeita do que é psychobilly.
3 – The Sharks – Phantom Rockers (1983): Clássico absoluto, lindo, bem tocado, bem produzido. Ora um neo-rockabilly dançante (Crazy Maybe), ora um psychobilly nervoso (Take a Razor to your Head). Além do talentoso Alan Wilson nas guitarras e vocais também contava com Steve Whitehouse no baixo; Steve que foi o fundador do Frenzy, outra histórica banda da cena psychobilly inglesa.
4 – Stomping At The Klub Foot – Vol.1 – Vol.5 (1983-1988): Poxa, mas vale coletânea? Bom, a série toda do Klub Foot (5 discos) é essencialíssima e caracteriza melhor que nenhuma outra a cena da época, então abriremos essa licença poética. O Klub Foot foi o berço da cena psychobilly inglesa de 1983 até 1988, lá tocaram as bandas mais influentes daquele tempo. Interessante registro que, além das muitas bandas de psychobilly, também traz algumas outras bandas “agregadas” à cena psychobilly, como o neo-rockabilly do Restless e do Caravans, e o garage punk do Milkshakes.
5 – Batmobile – EP Stereo (1985): Primeiro disco da lenda psychobilly holandesa. 7 músicas do mais puro e divertido psychobilly.
6 – Psycho Attack Over Europe Vol.1 – Vol.5 (1985-1991): Outra coletânea essencial para entender a cena dos anos 80. Se o Klub Foot é a bíblia do psychobilly britânico (tirando o Batmobile que é holandês), as coletâneas do Psycho Attack Over Europe são uma visão geral e detalhada das cenas psychobillies que foram se formando por toda Europa. França, Finlândia, Alemanha, Russia, Holanda, Italia, Bélgica, além de claro, Inglaterra e todo Reino Unido, marcam presença na indispensável série.
7 – Demented Are Go – In Sickness & In Health (1986): Nunca houve e nunca haverá banda como o Demented Are Go. A capa, trazendo seu insano vocalista, Marky Philips (Sparky) vestido de noiva é uma das capas mais icônicas do psychobilly. O som, uma mistura incrível de rockabilly, garage e punk, fazendo um psychobilly distorcido, com o inconfundível vocal de Sparky fechando essa amálgama sonora.
8 – The Krewmen – The Adventures of Krewmen (1986): O Krewmen originalmente era uma banda de blues/rockabilly, com a entrada do vocalista Mad Dog Cole os rumos da banda mudaram e começaram a fazer um psychobilly diferente de tudo que havia na época. Não tão escandalosos quanto o Demented Are Go, porém tão geniais quanto. Incrível!
9 – Torment – Three’s a Crowd (1987): Segundo disco dos ingleses do Torment. Talvez a banda mais experimental do psychobilly 80’s. Liderados pelo “atormentado” Simon Brand, a banda fazia um psychobilly muito original, com muito experimentalismo sonoro, as vezes lembrando até mesmo uma sonoridade “post-punk”; não sei se por influência direta/proposital ou apenas insanidade de seu vocalista transposta em música.
Uma das poucas bandas da época a não cantar sobre monstros e filmes B, letras de forte teor pessoal sobre depressão, psicose e algum humor negro. Simon Brand cometeu suicídio em 1994. Kevin Haynes, baterista, foi o artista por detrás de muitas artes de capas de discos da cena psychobilly dos anos 80.
10 – Nekromantix – Curse of the Coffin (1991): Rápido, melódico, diferente de tudo que há e que já houve até então. O trio dinamarquês tem um som bem próprio com muita influência de metal e punk rock. Este é o segundo álbum da banda e talvez um dos mais emblemáticos. Melodias rápidas como Motorpsycho e outras mais cadenciadas como Rockin’ Reptile são os destaques do álbum. O som do Nekromantix, e de outras bandas da época também como o Mad Sin, influenciou toda uma nova geração do psychobilly a partir dos anos 1990.
11 – Godless Wicked Creeps – Hellcoholic (1996): Filhos diretos do Nekromantix (Kim Nekroman que deu o nome da banda), os também dinamarqueses do GWC faziam um som numa linha bem parecida ao Nekro. Rápido, um pouco mais pesado que seus conterrâneos, porém muito originais em seu som. Muita gente define o Hellcoholic como o ápice do som psychobilly dos anos 90.
12 – Os Catalépticos – Little Bits of Insanity (1998): Maior expoente do psychobilly brasileiro mundo afora; Os Catalépticos em seu disco de estréia mostram um psychobilly extremamente rápido, pesado, gritado e distorcido. Mudaram o conceito de como se fazer psychobilly e influenciaram toda uma geração com seu som, grandes no Brasil e GIGANTES na Califórnia, a banda revolucionou a cena brasileira e americana, e até hoje é a maior referência em power-psycho (como é chamada essa variante mais pesada de psychobilly).
13 – As Diabatz – Riding Through The Devil’s Hill (2009): Anos de psychobilly porrada e a cena pedia algo que resgatasse as origens do psychobilly. Houveram os Tabaltix dos EUA com seu disco “Sex, Pugs and Rock’n’roll” (2007), que influenciou muito a cena californiana com seu psychobilly oitentista; mas acredito que o trio curitibano As Diabatz que soube levar isso a nível mundial com seu disco de estréia.
No caso de “Riding Through The Devil’s Hill”; um som simples, bem tocado, ora dançante, ora agressivo, o necessário para se fazer um bom psychobilly nos moldes dos anos 80. Primeira banda composta somente por mulheres a alcançar tamanha visibilidade na cena psycho.
14 – Sir Psyko & His Monsters – Till The End (2011): Maior promessa do psychobilly europeu pós-anos 2000, o Sir Psyko & His Monsters da Austria mostram maturidade em seu 3º disco, melodias mais agressivas sem cair para a sonoridade “heavy metal”. Mixado por Paul Fenech do The Meteors! Discão!
15 – Test Pilots – Parachute Party (2015): Você pensou que não haveria mais como inovar a sonoridade do psychobilly? Achou errado! Os suecos do Test Pilots são minha banda favorita dos tempos atuais, bem tocado, bem pensado, melodias muito bem trabalhadas, inovações na medida certa sem sair da proposta do som.
PSYCHOBILLY NO SPOTIFY
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Grande Marcial!!
Vou dar um saque nas bandas atuais que eu não saca…muito boa a lista…mas falou o SAR e os Dead Billies na lista-heheehhe