Apesar de ser pouco lembrada atualmente, Viola Smith se destacou na década de 30 por ser a primeira mulher do mundo a tocar bateria profissionalmente. Segundo o jornal americano The Washington Post, ela morreu no último dia 21 aos 107 anos por causa de complicações da doença de Alzheimer.
Além de também ter ficado conhecida como a baterista mulher mais rápida, Viola tocou com grandes nomes da época, como Ella Fitzgerald, Chick Webb, Bob Hope e a banda Frances Carroll & The Coquettes, uma banda exclusivamente feminina que fez muito sucesso na época.
Prestigie mais um momento histórico de empoderamento feminino, onde Viola Smith toca com as Coquettes:
A trajetória de Viola Smith
Nascida em 1912, a baterista veio de uma família completamente formada por músicos. Seu pai, que tocava clarinete e administrava uma sala de concertos junto com sua esposa, introduziu seus dez filhos à música e formou uma orquestra integrada apenas pelas meninas de sua prole. A bateria foi escolha da própria Viola, pois os outros instrumentos que ela gostava já eram tocados por alguns de seus irmãos.
A Schmitz Sisters Family Orchestra, que posteriormente foi renomeada para Smith Sisters Orchestra, permaneceu em atividade entre os anos 20 e 30. Em 1938, Viola e uma de suas irmãs, Mildred, fundaram as Coquettes, orquestra feminina que durou até 1942.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Viola Smith levou o conceito do We Can Do It para o universo musical ao escrever um artigo, intitulado Give Girl Musicians a Break, para a revista Down Beat.
“Nestes tempos de emergência nacional, muitos das estrelas instrumentistas de grandes bandas estão sendo recrutados. Em vez de substituí-los por um talento que pode ser medíocre, por que não deixar algumas das grandes mulheres musicistas do país tomarem seu lugar?”, dizia um trecho de seu artigo.
Posteriormente, a baterista entrou para mais uma orquestra feminina, a Phil Spitalny’s Hour of Charm, e para a Orquestra Sinfônica da NBC. Seu trabalho como baterista de Jazz também lhe rendeu aparições no cinema, programas de TV, peças da Broadway e apresentações em posses presidenciais dos EUA.
Viola se aposentou em 1975 e não se ouviu mais falar nela até o ano de 2013, quando ela foi entrevistada pela revista Tom Tom. Vivendo uma vida tranquila na cidade de Costa Mesa, Califórnia, a baterista voltou a tocar em 2019 na Forever Young Band, uma banda formada apenas por músicos idosos, até agravar a sua doença de Alzheimer.