No último dia 31 de Julho, aconteceu mais uma edição do Tweed Ride SP, marcando o alegre retorno do passeio ciclístico mais elegante que existe. A edição deste ano se revelou um sucesso. Realizado anualmente, tem sido, numericamente, o maior passeio do tipo no Brasil.
A concentração se deu às 9hs da manhã, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, onde os participantes puderam confraternizar e tirar fotos com suas bicicletas e figurinos, enquanto aguardavam a hora de saída do passeio.
Destaca-se o clima descontraído de camaradagem entre os ciclistas. Qualquer ciclista é bem-vindo ao passeio, independente da sua idade, bicicleta que esteja pedalando ou figurino, o trajeto é leve e relativamente curto em função desses fatores.
Após um rápido informativo, se deu a partida do passeio, deslocando-se pelo centro velho de São Paulo, passando pelo Vale do Anhangabaú, Pateo do Collegio, Viaduto do Chá, Estação da Luz, onde ocorreram paradas para fotos e apreciação dos locais, terminando em um piquenique no Parque Jardim da Luz.
Nesta edição, além dos paulistanos e participantes de municípios próximos, tomaram parte no evento Gil Sotero, Will Odilon e Eric Elias Guimarães da organização do Tweed Ride Belo Horizonte (MG), que diferentemente do modelo anual, promovem seus passeios três vezes ao ano.
A adesão ao evento no pós-pandemia demonstrou que este não perdeu força na capital paulista, e que continua sendo uma excelente opção para quem curte história, arquitetura, moda vintage, bicicleta e boas conversas.
Em tempo: Está sendo cogitada uma nova edição do Tweed Ride SP ainda em fins de setembro deste ano, na época em que era promovido o passeio antes da pandemia.
Definição do Tweed Ride
Criado em 2009 em Londres, quando um grupo de ciclistas resolveu pedalar resgatando vestimentas de inverno dos anos 20, 30 e 40, destacou-se o tweed, um tecido de lã utilizado em estações frias, sendo o passeio batizado de Tweed Ride ou Tweed Run, que ganhou o mundo com a mesma mensagem: a bicicleta é uma forma elegante de se deslocar pela cidade.
Em 2011, foi realizado o primeiro Tweed Ride SP, logo após o primeiro passeio do tipo no Brasil, em 2010 na cidade de Curitiba (PR). Atualmente, o Tweed acontece em cidades como Paris, Viena, Nova York, Madrid, Sidney, Berlin, Amsterdam, Estocolmo, Toronto, Copenhague, Moscou, Tóquio e outras.
No Brasil, existiram edições em Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Manaus (AM). Atualmente, permanecem ativos os passeios nas capitais de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, além de ocorrer também nas cidades de Santa Cruz do Sul (RS) e Piraquara (SC).
O tweed ride associa três elementos
Moda
Através dos figurinos de época é incentivado o slow fashion, a cultura dos brechós, pois você não precisará fabricar uma roupa nova, poupando assim recursos naturais e financeiros. Inclusive, nesse quesito, é incentivada a participação de bicicletas antigas, com essa mesma lógica de reaproveitamento e para dar um charme a mais ao evento. Em algumas edições determinadas, são premiados os melhores e mais fiéis figurinos de época.
O estilo tradicional no tweed inglês é composto de roupas de inverno dos anos 1910 a 1950, feitas do tecido chamado tweed (que batiza o evento londrino, lá denominado de Tweed Run). Aqui nos trópicos não se limita às roupas de inverno, assim como outros tweeds pelo mundo em lugares mais quentes. A inspiração nesses casos também é do mesmo período, sem se restringir aos figurinos de estações frias.
Turismo
O passeio provoca um reconhecimento da cidade, pois nos passeios são apontadas as construções marcantes, ressaltando o patrimônio histórico da cidade e incentivando sua preservação.
Mobilidade urbana
Através do uso da bicicleta para locomoção nos passeios, se provoca a conscientização de que é possível se locomover pela cidade de bicicleta no dia a dia, sem que se necessite ser um atleta ou ter bicicletas e roupas especiais, contribuindo para a diminuição da poluição e dos engarrafamentos, além de incentivar um estilo de vida menos sedentário.
Em resumo, é um passeio tranquilo em que podem ir amigos, familiares e bicicleteiros de todos os níveis. Ele desvincula a bicicleta do esporte, mostrando que é possível pedalar pela cidade com roupas e bicicletas comuns.