É impossível abordar a Swinging Sixties sem citar Mary Quant. A estilista, que nos deixa saudades desde o dia 13, deixou sua marca na história do feminismo através da moda, principalmente ao lançar as minissaias. Além da questão feminista, ela tornou a moda mais acessível, levando suas peças elegantes e modernas para um público mais popular. Vale relembrar a trajetória desta “ícona” aqui no UR, confira:
Mary Quant e sua revolução no meio da moda
Nascida na Londres de 1930, Mary Quant tinha uma paixão pela moda desde muito jovem e já aspirava por essa carreira na adolescência, apesar de ter se formado em Artes e Ilustração na Goldsmiths College, localizada na sua cidade natal. Ela mesma criava suas próprias roupas, pois, segundo ela, “a moda era feia”. Logo depois, passou a vender suas peças até abrir uma boutique de nome Bazaar, na famosa King’s Road, também em Londres, nos anos 50.
O sucesso começou a bater na sua porta nos anos 60, quando sua loja já tinha algumas filiais abertas em outras ruas da cidade. Nesta década, a estilista passou a desenhar para fora da Inglaterra, como os demais países da Europa e Estados Unidos, e a conquistar prêmios específicos de sua carreira, como o americano Maison Branch Rex Award e o britânico Sunday Times International Award. Além disso, ela expandiu os seus negócios lançando uma marca homônima de cosméticos.
Mas seu nome ficou para a história em 1966 quando ela lançou a minissaia, que foi mais que uma simples e pequena peça de roupa. A então nova obra de Mary Quant contribuiu com a revolução cultural que a juventude, não só britânica como também global, passava na época e ainda era símbolo de empoderamento feminino, indicando que as mulheres podem vestir o que quiserem, mostrar o que quiserem e ter a mesma liberdade sexual que os homens. O curioso é que, mesmo conservadora, a rainha Elizabeth II condecorou a estilista com a Ordem do Império Britânico pela criação das minissaias naquele ano.
Além disso, suas minissaias abriram o caminho para a fama de muitos outros nomes, como a da modelo Twiggy, que foi a primeira a desfilar com a peça, e André Courrèges, que já era um estilista conhecido, mas se tornou mais ainda criando as go go boots para combinar com a nova peça de Mary. Já entre os anos 70 e 80, a estilista começou a trabalhar (e a focar mais) com itens para o lar e maquiagens.
Sua marca permanece em atividade até hoje, mas focada em cosméticos, como maquiagem, perfumes, produtos para a pele, entre outros, além de receber diversas homenagens (incluindo um documentário lançado recentemente) e um certo reconhecimento no Japão. Mary Quant faleceu aos 93 anos de causas naturais em sua casa, no condado de Surrey, no Reino Unido.