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American Crime Story: The People v. O.J. Simpson – os dois lados do crime mais famoso dos anos 90

18 de abril de 2017, por Monique Angeli
Cinema & TV
American Horror Crime

O “julgamento do século”, protagonizado pelo ex-jogador de futebol americano O. J. Simpson e seu supergrupo de advogados, talvez seja uma vaga lembrança para quem viveu na década de 1990, assim como eu. Então, quando me deparei com a série sobre o caso no catálogo da Netflix, não pensei duas vezes antes de dar o play. American Crime Story: The People v. O. J. Simpson apresenta de forma orquestral os dois lados da história e, mesmo sabendo do seu (decepcionante) desfecho, o envolvente enredo te prende até o fim.

Desenvolvida por Scott Alexander e Larry Karaszewski, em conjunto com Ryan Murphy, Nina Jacobson, Brad Simpson e Brad Falchuk, é tida como um spin-off da também antológica série American Horror Story, porém com foco em casos reais. A primeira temporada estreou em 2016 no canal fechado FX, com transmissão simultânea nos Estados Unidos e Brasil, e foi baseada no livro The Run of His Life: The People v. O. J. Simpson, de Jeffrey Toobin. O sucesso foi tamanho que a 2ª, 3ª e 4ª temporadas já estão confirmadas.

Orenthal James Simpson foi acusado de assassinar sua ex-esposa e um amigo dela na noite de 12 de junho de 1994, na cidade de Los Angeles (EUA). Por conter vários indícios de sua participação nos crimes, além de um longo histórico de violência doméstica, The Juice, como era chamado na época, parecia que tinha certo como destino o xilindró. No início, a acusação não demonstrou outra coisa senão certeza absoluta de uma vitória descomplicada. Certeza essa que, ao contrário das vítimas, agonizou lentamente até o fim do julgamento e ajudou a defesa a se fortalecer cada vez mais.

Além de um roteiro eficaz, ACS traz um elenco experiente. Um dos destaques, talvez o maior, vai para a atriz Sarah Paulson, que reproduziu de forma visceral o momento (sobre)vivido pela promotora chefe Marcia Clark, desde seu conturbado divórcio ao modo escrutinador a qual a imprensa a tratou. Não foi por nada que levou o prêmio de melhor atriz no Emmy 2016. Outra atuação brilhante foi Courtney B. Vance na posição do advogado de defesa, Jonnie Cochran, muitas vezes “engolindo” o trabalho do colega Cuba Gooding Jr., mesmo que este último tenha se saído bem na pele do próprio O. J. Simpson.

Sarah Paulson

Sarah Paulson em American Crime Story (Foto: Reprodução)

John Travolta, que também é um dos produtores da série, surpreendeu como o advogado líder Robert Shapiro (parecer um boneco de cera aqui caiu como uma luva) e a revelação ficou por conta do ator Sterling K. Brown, atuando como o assistente da acusação Christopher Darden. Outra atuação que eu estava ansiosa para conferir era do David Schwimmer como o advogado Robert Kardashian, na época um dos melhores amigos de O. J. e um total desconhecido para o mundo. Insosso, apresentou uma versão mais velha do “Ross de Friends”, parecendo que a qualquer momento ia soltar um sonoro e agudo “Rachel”. Mas nada que comprometa a série.

Contar uma história real exige esforço. É imprescindível encontrar meios de envolver o telespectador, dando um certo “fim” surpreendente a cada estágio da trama. ACS divide o caso em duas grandes partes e anatomiza os personagens, mostrando como os problemas pessoais de cada um, somados aos atos inescrupulosos da mídia, interferiram no veredicto. Por mais que você esteja certo da culpa ou da inocência do réu, talvez você fique com a pulga atrás da orelha ao terminar a série. Assiste e nos conte depois.

Veja abaixo o vídeo real do veredito:

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