Explosão de jovialidade. Esse é o espírito quando pensamos na cultura e na moda dos anos 1960. Assim, quando falamos em juventude, a palavra de ordem é LIBERDADE!
No início da década de 1960, essa liberdade já podia ser vista na indumentária dos jovens, que não queriam mais saber das saias rodadas de Dior, impostas nos anos 1950. A moda sessentinha teve reflexo nas mudanças sociais da época e grande participação dos jovens; eles exigiam uma revolução comportamental, pois rejeitavam ter a mesma vida de seus pais.
Com a moda sendo ditada essencialmente pela juventude, que necessitava de muitas novidades para suprir sua sede por mudanças, apareceram muitos estilistas novos que acabaram se adaptando a essa nova corrente. Um deles foi o revolucionário André Courrèges. Nascido na França em 1923, o engenheiro civil, por formação, fundou sua própria casa de alta costura em 1961.
André ficou conhecido por ser um estilista visionário de sua geração ao antecipar tendências, como a praticidade e o conforto para a moda do futuro. E falando em futuro, sua coleção mais famosa foi a Spage Age, de 1964, onde apresenta uma visão andrógina da mulher, com roupas de plástico, materiais sintéticos, cores metalizadas e muito preto e branco.
O espírito jovem da época ficou, então, imortalizado com suas garotas lunares, de minissaias, botas e óculos grandes. Por conta de sua formação em engenharia, nota-se o uso de formas geométricas em suas criações, como trapézios, quadrados, triângulos e círculos.
Tudo branco, prata e com cores fluorescentes, no mais puro estilo “viagem espacial”. A Space Age vinha acompanhada por inspirações tecnológicas e a idealização do futuro. O mundo estava mudando e a moda acompanhava essas mudanças.
Courrèges não só revolucionou a moda trazendo roupas confortáveis para o dia a dia, mas também a indústria de confecções. Ele era contra a política de licenças, comum na maioria das maisons da época, e resolveu fabricar e distribuir suas próprias criações, facilmente adaptáveis à fabricação em série, por conta da pureza e do minimalismo de seu estilo. Ele criou a “Couture Future”, com roupas fabricadas em série, mas dentro dos padrões de qualidade e de estética da alta-costura.
Uma peça que surgiu nos anos 1960 e também ficou marcada por refletir as grandes mudanças sociais da época foi a minissaia. A criação é atribuída à inglesa Mary Quant, em parceria com André Courrèges, mas a própria estilista dizia que a ideia da minissaia não era dela, nem de Courrèges: “Foi a rua que a inventou”.