Considerada uma das melhores décadas da humanidade, os loucos anos 20 foram marcados pela prosperidade, apesar de ainda sofrerem as consequências da Primeira Guerra Mundial. Além disso, houve também muita revolução cultural com a ascensão do cinema mudo e do jazz, a chegada de novas escolas artísticas como o Dadaísmo, Surrealismo e o Modernismo brasileiro, e os primeiros passos do empoderamento feminino. Por abordar este último item, que tal conferir algumas mulheres que marcaram a década? Confira:
1 – Tarsila do Amaral
Ela é uma das principais pintoras modernistas brasileiras e ficou conhecida por integrar o Grupo dos Cinco, que era formado por mais outros quatro modernistas. Apesar de não ter participado da Semana de 22, a artista é popularmente associada com o evento e muitos se confundem alegando que ela esteve presente na ocasião.

2 – Anita Malfatti
Colega de profissão de Tarsila, ela também integrou o Grupo dos Cinco e, essa sim, participou da Semana de 22 apresentando 22 de suas pinturas. Ainda, foi quem trouxe o Modernismo da Europa, onde se formou na arte expressionista e modernista, para o Brasil, com uma exposição individual em 1917.

3 – Josephine Baker
A norte-americana naturalizada francesa foi uma cantora, dançarina e vedete do teatro de revista. Muito mais que uma simples artista que enlouquecia os homens da época, a também conhecida como Vênus Negra, Pérola Negra e Deusa Crioula é geralmente considerada a primeira grande estrela negra das artes cênicas e fazia parte da resistência francesa antinazista e da luta antirracista. Em 2021, 46 anos após sua morte, a moça se tornou a primeira negra e a sexta mulher a ser sepultada no Panteão de Paris.
4 – Coco Chanel
A fundadora de uma das maiores grifes do mundo começou sua carreira na moda criando e abrindo uma loja de chapéus em Paris. Fazendo sucesso, ela também passou a lançar coleções de roupas casuais e esportivas. Ela também revolucionou a moda da época e assinou invenções que usamos até hoje, como a estampa listrada, peças femininas inspiradas nas masculinas e, algumas décadas depois, o sapato bicolor.

5 – Clara Bow
A atriz norte-americana foi uma das poucas que continuou a carreira depois que o cinema mudo deu lugar para o cinema falado. Ela também se tornou a primeira it girl da história depois de fazer sucesso pela sua atuação no filme It, de 1927. Além disso, ela se tornou a personificação dos Roaring Twenties e era a principal sex symbol de sua época. Sua filmografia é composta por 46 filmes mudos e 11 filmes falados, incluindo, além de It, Mantrap (1926) e Asas (1927).

6 – Suzanne Lenglen
A campeã de tênis francesa foi a número 1 do mundo entre 1921 e 1926 e conquistou vários títulos de Gram Slam, Wimbledon, Abertos de França e na modalidade quadra dura. Ainda, ela foi considerada a primeira líder amadora a se profissionalizar, além de ser classificada como a maior tenista feminina da era amadora na série 100 Greatest of All Time.

7 – Bessie Smith
A Imperatriz do Blues era uma cantora consagrada do gênero entre os anos 20 e 30 e, junto com Louis Armstrong, foi uma grande influência para os nomes posteriores do jazz. Sua ascensão se deu com o lançamento de seu primeiro álbum Downhearted Blues, de 1923. Muito à frente do seu tempo, a cantora nos trazia canções com letras sociais, tinha uma vida pessoal bem aberta e com quebra de tabus e sabia se defender contra atitudes racistas.

8 – Anna May Wong
A atriz norte-americana foi a primeira descendente asiática a se tornar uma grande estrela do cinema estadunidense, assim como a primeira a fazer sucesso internacional. Ela atuou em formatos variados – o cinema mudo, o falado, a cores, o teatro e o rádio, sem contar que se tornou um ícone da moda. Frustrada pelo estereótipo dado aos seus papéis coadjuvantes, por vir de uma família chinesa, ela abandonou o cinema de Hollywood e passou a atuar no cinema da Europa, onde trabalhou com papéis notáveis, como no filme Piccadilly, de 1929.

9 – Virginia Woolf
A escritora britânica se consagrou lançando romances como Mrs. Dalloway (1925), To the Light House (1927) e Orlando – A Biography (1928), além de participar do Grupo de Bloomsbury, que unia quatro artistas e intelectuais da época – Virginia, John Maynard Keynes, E.M. Forster e Lytton Strachey. Suas obras seguiam o estilo modernista e quebravam tabus ao focar em temas feministas e lésbicos.

10 – Lili Elbe
Ela tinha uma carreira bem-sucedida como pintora, mas alcançou um reconhecimento maior por ser uma das primeiras trans a passar por uma cirurgia de resignação sexual, depois da pioneira Dora Richter. Após o procedimento, Lili se assumiu mulher por completo trocando legalmente seu nome de nascimento pelo social e, inclusive, abandonou a pintura para trabalhar como vendedora em uma loja de departamento, afirmando que a profissão pertencia a sua identidade do passado, na qual ela nunca se identificava. A moça morreu por complicações devido a primeira tentativa de transplante de útero da história.
