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Pérolas: joia clássica e atemporal fortifica sua presença neste outono/inverno 2024

20 de abril de 2024, por Leila Benedetti
Moda
Pérolas

Tão clássica, mas tão clássica, e tão atemporal, mas tão atemporal, que nem parece que está indo e vindo no ramo da moda. As pérolas estão voltando (de onde nem saíram) com tudo, graças a ondas recém surgidas como o Mermaidcore, Bridalcore, a volta do Ladylike, entre outras. 

Apesar de dividirem opiniões, as pérolas hoje se tornaram as queridinhas de celebridades como Rihanna e Anya Taylor-Joy, que usaram a criatividade para se vestirem. Enquanto umas usam a joia em looks mais elegantes ou de alfaiataria, outras misturam a delicadeza das pérolas com o tom despojado do streetwear.

Rihanna e Anya Taylor-Joy
(Celebridades como Rihanna e Anya Taylor-Joy aderiram ao atual fortalecimento das pérolas na moda. | Foto: Reprodução/Instagram)

História

Na Antiguidade

Sua história é bem ampla e se entrelaça com várias culturas e povos pelo mundo. A evidência mais antiga sobre a busca do ser humano pelas pérolas data de aproximadamente 4200 a.C. na Pérsia, onde era considerada um verdadeiro tesouro. De início ela não era cultivada, mas sim encontrada em corpos de moluscos que a produzia naturalmente. Entretanto, eram pouquíssimas as espécies, o que tornava a pérola algo raro e valioso. 

Pouco tempo depois, a busca por essas joias se expandiram para outros territórios até chegar à Europa. As pérolas eram tão estimadas neste continente que, na Roma Antiga, eram proibidas para os plebeus e outras pessoas não nascidas na nobreza, apenas a classe dominante é quem tinha acesso. Já na Inglaterra, este item se popularizou ao ser exibido constantemente nos colares da rainha Elizabeth I como símbolo de pureza e poder, mas também não era para qualquer um.

Rainha Elizabeth I
(Rainha Elizabeth I popularizou as pérolas entre os nobres na Inglaterra do século XVI ao esbanjá-las em suas roupas. | Foto: Reprodução/Pinterest)

No século XX

As pérolas só foram democratizadas no início do século XX, quando o japonês Kokichi Mikimoto criou o primeiro processo de cultivo de pérolas. Quando Kokichi introduziu um irritante (que poderia ser um grão de areia ou uma bactéria) para estimular a ostra a produzir nácar (no qual o molusco usa para envolver o irritante a fim de se proteger), ele conseguiu com que ela produzisse pérolas de alta qualidade e em quantidades muito maiores do que a natureza poderia produzir sozinha. 

Com isso, a Revolução Francesa aboliu várias leis que davam exclusividade aos nobres para certos costumes, incluindo o uso das pérolas. E essas joias, que pela sua cor e formato sempre foram associadas à pureza, delicadeza, inocência e ao feminino, passaram a ser usadas como presentes de casamento, noivado e dia das mães. Além disso, elas também foram vistas como um elegante ícone da cultura pop, sendo a Coco Chanel e a primeira-dama Jackeline Kennedy, com seu icônico colar de três voltas, alguns dos maiores exemplos. 

Já nos anos 80, quando estávamos começando a ver as pérolas como “artigo de vó”, surgiu a Madonna inserindo-as em seus looks rock/pop. A partir daí, além de vermos senhoras usando-as em sua forma tradicional, começamos a ver também moças mais jovens adicionando-as em seus looks mais casuais. 

Coco Chanel e Madonna
(Coco Chanel e Madonna transformaram as pérolas em algo pop. | Foto: Reprodução/Pinterest)

Impacto Ambiental

Com o passar das décadas, o processo de cultivo foi intensificado, a ponto das pérolas serem produzidas em massa e serem criadas em diversas cores e formas. Hoje, existem fazendas de pérolas em vários cantos do mundo. 

Essas fazendas são parecidas com as convencionais, com vacas, cavalos e outros animais rurais, além de algumas serem abertas para visitação e com a premissa de ser um passeio “educativo” para crianças. Mas a diferença é que estas também possuem grandes lagoas com fileiras de ostras confinadas em redes imersas e sendo induzidas a produzir pérolas exaustivamente. Quando estas deixam de produzir, são retiradas da água, mortas com facões e desmembradas pelos humanos para coletar as pérolas produzidas. 

Fazenda de Pérolas
(As fazendas de pérolas possuem grandes lagoas com fileiras de ostras, que são confinadas em redes imersas e induzidas a produzir pérolas de forma exaustiva. | Foto: Reprodução/FAAP)

Fora a bruta exploração animal, outra problemática desses cultivos em massa das pérolas é que o processo podem levar à diminuição de recursos naturais, incluindo a redução de oxigênio disponível por conta da decomposição de matéria orgânica, prejudicando o ecossistema do local onde está a fazenda. Além disso, a limpeza das ostras envolve práticas prejudiciais, como o uso de químicos que contaminam a água, e mão-de-obra escrava em algumas comunidades. 

O lado bom, em termos de moda, é que muitas fabricantes de acessórios e bijouterias fabricam versões fake de pérolas com uma variedade de materiais de origem não-animal, como vidro e resinas. Logo, podemos prezar pela nossa vaidade não apenas de forma mais acessível financeiramente, como também de forma mais amigável com os animais e o meio-ambiente. 

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