Entre os dias 18 e 20 deste mês, não à toa, dias antes do Halloween, aconteceu no Pavilhão do Anhembi a 1º edição da Horror Expo, primeira feira dedicada ao tema na América Latina. Ironicamente, o evento aconteceu no mesmo fim de semana da Expo Cristã, que confundiu alguns visitantes na hora da entrada, deixando alguns desavisados um pouco assustados.
Identificando o potencial do gênero terror no mercado, principalmente dentro do cinema, em que filmes como IT, Brinquedo Assassino, Stranger Things, entre outras obras, têm ganhado muita repercussão, não só entre os apaixonados pelo gênero, mas pelo público em geral.
E percebendo que o Brasil ainda é um país carente de eventos maiores que envolvam essa temática, a Horror Expo foi desenvolvida não só por especialistas, mas por apaixonados pelo tema, como uma alternativa para gerar experiência para os mais aficionados por histórias de terror.
Com um formato inédito no Brasil para o tema, a Horror Expo se aproximou bastante do formato da maior feira de cultura pop, a CCXP, com áreas interativas, palestras e workshops, concursos de cosplay, espaço para os artistas independentes e pequenos expositores, e ainda um grande diferencial: atrações musicais com bandas internacionais.
O DESAFIO MERCADOLÓGICO
Mesmo com a força do tema, que tem crescido dentro da cultura pop, o projeto ainda tinha um desafio: fazer marcas acreditarem na proposta do evento, nunca feito antes, e conquistar patrocinadores. E parece que o mercado anda mesmo retraído para o desconhecido!
Diferente de grandes eventos, que chegam a ter até mais de 5 patrocinados, com investimentos muito maiores, a Prevent Senior parece ter sido a única a acreditar no potencial do evento, sendo a única a assinar como patrocinadora. E também, a que teve um dos melhores stands, com espaço para maquiagem e fotos impressas para os visitantes com personagens assustadores.
Percebe-se pela quantidade de grandes empresas expondo que não houve muitas marcas acreditando no projeto. De fato, para muitas companhias é arriscado investir em algo que nunca viram. Talvez depois dessa edição, elas irão acreditar mais.
Entre outras marcas de destaque, a Colormake com certeza será uma das mais lembradas no evento. Além de um stand dedicado aos maquiadores artísticos, a marca ainda promoveu Concurso de Maquiagem Colormake Star – Horror Edition com três modalidades: Face Painting, Body Painting e Special FX.
A Warner Bros. também esteve presente com um stand menor, mas bastante instagramável, com cenários de filmes como Doutor Sono e Annabelle, que cativaram todos os que estiveram presentes e não exitaram em fazer fotos nos espaços.
Foi estranho também ver que marcas que já abraçam a temática do horror em sua comunicação, não estavam presentes no evento, como a DarkSide Books, primeira editora no Brasil dedicada ao Terror, que com certeza tem tudo a ver com o feira.
CONTEÚDO E ATRAÇÕES
Se tem uma coisa que a Horror Expo estava disposta, era em trazer conteúdo para os fãs do terror. A feira contou com concursos, painéis, workshops, mesas de debate, e claro, seu diferencial: shows.
Apesar de trazer bandas clássicas amarradas com a temática do horror e ainda abrir espaço para a nova geração com uma banda de K-Pop, as atrações musicais, mesmo que conhecidas em seu meio, ainda estão conectadas a um público alternativo muito específico.
Talvez, alguma atração, ainda dentro da temática do horror, porém, mais conhecida do grande público, ainda possa ser uma chamariz maior para o evento.
EXPECTATIVA DE PÚBLICO E DO PÚBLICO
Talvez a falta de maiores investimentos fez com que a Horror Expo, mesmo com todo potencial de sua proposta, ainda não conseguisse atingir todos aqueles que são apaixonados pelo tema. Pelo tamanho das redes do evento e pela quantidade de informações digitais, parece que não houve tanta divulgação assim, que pudesse atingir pessoas além da bolha do horror.
Com 12 mil visitantes durante os 3 dias de feira, a quantidade de pessoas estava bem abaixo do esperado, que era de 50 mil. Mas, isso não deixou de ser ruim para quem estava lá, pelo contrário, foi algo bem intimista e acolhedor. Os visitantes puderam circular tranquilamente pela feira, visitar todos os stands com calma e ainda tornou-se ponto de encontro para muitas pessoas.
Além disso, o público presente se mostrou bastante dedicado e fez da Horror Expo um evento bem visual. Mesmo não participando de concursos, havia muitos cosplayers e pessoas que capricharam no visual para marcar presença na feira.
Apesar da maioria dos comentários em relação ao evento serem positivas e todos estarem na torcida para uma segunda edição, alguns fãs com expectativa mais alta parecem não terem ficados satisfeitos, principalmente com os valores dos ingressos. Para eles, o evento ofereceu menos do que prometeu, já que muitas atrações foram canceladas.
QUE VENHA A SEGUNDA EDIÇÃO!
Foi ousada da parte da organização investir em uma feira com esse tema, mesmo que em alta, mas ainda muito nichado no Brasil. Para uma primeira edição, apesar de poucos patrocinados e atrações canceladas, a organização da Horror Expo se manteve firme em relação aos contratempos e a feira conseguiu acontecer com grande sucesso.
Com certeza os organizadores têm consciência de suas dificuldades e dos pontos que precisam ser melhorados. Estamos aqui na expectativa de que a feira cresça e que venha ainda melhor na segunda edição!