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Bandas para conhecer da cena psychobilly francesa dos anos 80 e 90

20 de fevereiro de 2018, por Marcial Balbás
Música
Psychobilly Frances

Não é só de vinho, baguete, queijo e croissant que vivem os franceses! O punk e o rockabilly sempre tiveram grande público na França; do final dos anos 70 ao começo dos 80, muita coisa de ambos estilos rolou por lá. A aparição do psychobilly em solo francês, e a explosão do mesmo, era questão de tempo.

Tentamos reunir aqui algumas das mais legais, importantes, e criativas bandas dos primeiros anos da cena francesa. Uma cena bem grande e com muita diversidade de som, como vocês poderão ver!

Astro Zombies: Incrível banda fundada no ano de 1996 pelo talentoso guitarrista Bob, único membro original da banda até hoje. Fazem um som aos moldes dos anos 80, com muita influência de rockabilly e surf music. Curiosamente das poucas bandas francesas a cantar quase que exclusivamente em inglês (eles tem apenas UMA ÚNICA música em francês em sua toda discografia).

Tiveram dois baixistas de renome nas incontáveis formações da banda, o inglês Mark Carew, baixista da lendária banda Long Tall Texans e da banda de ska Hotknives, e Thomas “Funthomas” Lorioux, atualmente do Surf Rats. A banda tem 7 álbuns lançados e fizeram uma tour no Brasil em 2008.

Psychobilly Frances

Astro Zombies (Foto: Reprodução )

Banane Metalik: Talvez a mais conhecida banda psychobilly da França; provenientes da região da Bretanha, começaram a tocar em 1989. A banda gravou um divisor de águas do psychobilly, Requiem de la Depravation, em 1994, misturando com maestria psychobilly com toques de metal e letras quase todas em francês, com muitas referências a horror, filmes B e outros assuntos sangrentos.

Pararam de tocar não muito tempo depois, e após 10 anos, em 2004, voltaram com força total lançando o incrível Sex, Blood and Gore’n’Roll, mais pesados do que nunca! A banda segue tocando até hoje, tendo Ced, vocalista, como único membro original.

Destaque pessoal: As demos gravadas antes do primeiro álbum não soam tão metal e são incríveis! Foram recentemente relançadas em vinil, chamado Sanglantes Confessions. Tocaram no Brasil em 2007, no Psycho Carnival.

Banane Metalik

Banane Metalik (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Happy Drivers: O Happy Drivers começou como uma banda rockabilly em 1985, mudando gradativamente seu som com o passar dos álbuns e anos, de um clássico rockabilly à uma insana mistura de thrash metal com psychobilly.

Originais e incríveis em seu som, romperam muitas barreiras da cena psycho da época, musical e inclusive visual; os integrantes em certo momento da carreira usavam topetes psycho junto com longos mullets, algo até então novo e estranho para a estética psycho (cá entre nós, até hoje bem estranho). Até agora, lançaram 5 álbuns, cada qual bem diferente um do outro.

Tiveram certo reconhecimento na cena psycho européia, mas alcançaram grande sucesso na Austrália, fazendo diversas turnês pelo país. Nomearam seu 4º álbum como Toowoomba, nome de uma cidade australiana. Continuaram juntos até metade dos anos 90. Após o termino da banda, o vocalista Jean-Christophe começou um projeto de música medieval chamado Les Gargoullies.

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Happy Drivers (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Rockin Bones: Simpática banda de Toulouse que lançou apenas um álbum, o Welcome to the Forbbiden Planet, lançado pelo selo holandês KIX4YOU em 1994. Som totalmente psychobilly clássico, sem muita distorção de guitarra, um rockabilly maluco e acelerado!

Algumas inovações interessantes como a distorção nos vocais da faixa título do disco e a versão de Pickled and Preserved do Demented Are Go em francês, Potage Aux Legumes, fazem do álbum um item indispensável para os aficionados ao psychobilly. Infelizmente uma banda de vida curta.

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Rockin Bones (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Les Wampas: Para muitos a primeira banda psychobilly francesa, o Les Wampas começou em 1983, e em 1984 lançaram o clássico EP, duas músicas desse mesmo EP (Dracu Bop e Sha la la) aparecem na coletânea Psycho Attack Over Europe, uma das mais importante coletâneas da cena psychobilly dos anos 80.

Infelizmente a banda perdeu prontamente o interesse no estilo e após alguns poucos EPs (eles nunca chegaram a gravar nenhum full álbum de psychobilly), mudaram o estilo para punk rock. A banda continua na ativa até hoje e é uma das principais bandas de punk rock francesas.

Les Wampas

Les Wampas (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Crabs: O Crabs foi formado em 1985 e faziam um psychobilly muito diferente, na qual podemos destacar a presença de teclados nas músicas, instrumento pouco usado por bandas psycho. Lançaram um único álbum homônimo em 1987. Mesmo com vida curta virou uma banda de culto na cena, principalmente entre especialistas do gênero, pelo seu som original e a raridade do LP.

Crabs

Crabs (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Los Carayos: O dream team da cena francesa! Juntando músicos de renome como François Hadji-Lazaro (do Garçon Bouchers e Pigalle), Manu Chao (sim! Ele mesmo! Na época do Hot Pants, depois do Mano Negra e depois conhecidíssimo pela sua carreira solo), seu irmão Tonio Chao (do Chihuahua), Alain Wampas (do Les Wampas e Happy Drivers) e Schultz (do Parabellum), faziam uma primorosa mescla de estilos: rockabilly, psychobilly, bluegrass, country, punk rock e blues.

Não bastando a extensa mistura de estilos, também tinham músicas em inglês, francês e espanhol. A banda existiu de 1985 até 1994 e lançou 4 álbuns, sendo 1 ao vivo e 1 split com o Hot Pants. Não podem ser considerados de fato uma banda de psychobilly, mas estavam bem inseridos na cena. Muitos psychos adoram a banda até hoje!

Fato curioso: O multi-instrumentista François Hadji-Lazaro também teve passagem pelo cinema. Bem conhecido pelo papel como o simpático Gnaghi, no filme italiano/francês de terror Dellamorte Dellamore (de 1994 – lançado no Brasil como Pela Morte Pelo Amor) do diretor Michele Soavi. O filme chegou até mesmo a passar na TV aberta brasileira nos anos 90 e 2000.

Los Carayos

Los Carayos (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Celtix: O Nekromantix francês! Seguindo uma linha de som rápida e melódica, vocais alternados, e com baixo na velocidade da luz; características bem parecidas a banda dinamarquesa. Lançaram um único e incrível álbum, So Nice to be Wicked e terminaram logo após, não tendo sequer muito registro fotográfico da banda. Após o termino, o baixista montou uma outra banda, de sonoridade semelhante, porém um pouco mais punk rock, chamada G-String.

Celtix

Celtix (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Monster Klub: Finalzinho dos anos 90; 1999 para ser mais exato. Fazendo um som bem na escola The Meteors, com baixo elétrico, a banda se consolidou rapidamente como um dos grandes nomes da cena psychobilly mundial após o lançamento de seu primeiro álbum, Welcome.

Cheio de referências bacanas de filmes B e quadrinhos, eram liderados pelo talentoso cartunista Paskal Millet, que além de autor de todas as capas e artes da banda, também fez diversas capas e artes para o The Meteors e outras bandas de psychobilly. Lançaram um total de 6 álbuns, sendo os dois últimos com baixo-acústico no lugar do elétrico. A banda tocou em 2006 no Brasil, no festival Jungle Nightmare no Hangar 110 em São Paulo – SP.

Paskal Millet, vocalista e guitarrista da banda, é autor de dois divertidos livros, Underground Zombies, no qual ele desenha zumbis de diversos estilos, punk, skinhead, psychobilly, rockabilly… e o ótimo Monsters?, com histórias de terror sobre monstros reais e da ficção.

Monster Klub

Monster Klub (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Elektraws: Ótima banda da segunda metade dos anos 90; som limpo, clássico, bem aos moldes dos anos 80, vocal com muita influência de Batmobile, mas ainda assim com um estilo bem próprio de som. Gravaram um único álbum, em 1996, gravado e produzido por Alan Wilson da lendária banda inglesa The Sharks, e acabaram pouco depois.

O baixista e vocalista da banda, Elektraw Nick (ou Nico, ou ElekNick), após o termino da banda participou dos Hellbats, banda totalmente diferente do Elektraws, com muita influência de heavy-metal em seu som. Também foi fundador do selo Pure & Proud, lançando, re-lançando e distribuindo discos de diversas bandas punks, hardcore, ska, oi!, surf music e psychobilly.

Nico foi assassinado em 2006; e em 2009 foi lançado um disco em sua homenagem pelo selo Klub 333, selo este de propriedade de seu irmão, com algumas antigas gravações pré-Elektraws, chamado Bad Moon Rising.

Elektraws

Elektraws (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Kryptonix: Pesado, rápido, com melodias bem trabalhadas e vocal rasgado, o Kryptonix faz uma mistura primorosa igual a nenhuma outra banda da cena, sem apelar totalmente para uma sonoridade heavy metal cansativa; rock’n’roll com ótimos riffs de guitarra e cantado quase que exclusivamente em francês. Formado em 1992 em Montbéliard a banda continua na ativa até hoje e tem 5 ótimos álbuns lançados.

Kritpnoix

Kryptonix (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

Kongpilation Vol.1 & Rockin’ with the Froggs: Duas da primeiras coletâneas de psychobilly francês, essenciais para entender a cena da época. A primeira do selo Banana Juice (responsável também pelo lançamento de bandas como Banane Metalik e Astro Zombies), e a outra do selo NOCO (responsável pelo lançamento de diversas bandas punks,ska, oi! e pelo Monster Klub).

Algumas ótimas surpresas! Bandas não listadas aqui, mas que aparecem nessas coletâneas, que merecem uma boa ouvida: Lone Sharks, Tazmen, Celicates, Jungle Kids, Gotham Katz, Atomic Spuds, Hystery Call.

Komgpilation

Komgpilation (Foto: Reprodução / Montagem: Universo Retrô)

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