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100 anos de Cacilda Becker: relembre a trajetória da lendária diva do teatro brasileiro

6 de abril de 2021, por Leila Benedetti
Cinema & TV
Cacilda Becker

A tão diva quanto Fernanda Montenegro, Cacilda Becker, faria 100 anos neste dia 6 de abril e nada melhor que relembrar sua carreira como atriz. De uma beleza estonteante, uma voz de destaque e um grande talento, ela fez muito sucesso nos palcos, na televisão, no cinema e no rádio. 

O Início 

Nascida em Pirassununga, interior de São Paulo, ela se mudou para a cidade de Santos aos nove anos com sua mãe e suas duas irmãs mais novas, uma delas a também atriz Cleyde Yáconis, após a separação de seus pais. Vivendo uma boa parte de sua juventude no litoral do estado, Cacilda frequentava círculos boêmios e vanguardistas, já que, por ser pobre e filha de pais separados, não podia conviver com a alta sociedade. 

Mas mesmo longe do “bom status”, ela conseguiu estudar balé, teatro, se formar professora e trabalhar como escriturária em uma firma de seguros na capital de São Paulo até se mudar para o Rio de Janeiro e começar a carreira de atriz aos vinte anos. Lá, ela atuou na peça Trio em Lá Menor ao lado de Raul Roulien e Laura Suarez, e participou da companhia Teatro do Estudante.

Cacilda Becker
(Cacilda nos anos 40 ao lado de Tito Fleury, Plínio de Sá Campello, Jean Sablon e o repórter Genperfil. | Foto: Arquivo/Wikipédia)

De amadora para profissional

Em 1948, depois de alguns anos se apresentando nos palcos e em rádio-teatros, além de intercalar seu local de trabalho entre São Paulo e Rio de Janeiro, Cacilda finalmente deixou de se tornar atriz amadora e se profissionalizou. Como profissional, a atriz lecionou interpretação na Escola de Arte Dramática de São Paulo e entrou para o Teatro Brasileiro de Comédia como a primeira atriz contratada de forma profissional. 

Cacilda fez parte do TCB até 1955, quando inaugurou, ao lado de Walmor Chagas, sua própria companhia, a Teatro Cacilda Becker, se consagrando ainda mais. Durante os anos 50 e 60, a atriz foi mais além dos palcos e passou a trabalhar também no cinema e na televisão. Ainda, em 1968, começou a presidir a Comissão Estadual de Teatro e, na tentativa de combater a censura no teatro, entrou em vários conflitos com o regime militar da época.     

Cacilda Becker
(Entre os anos 50 e 60, Cacilda Becker foi mais além dos palcos e trabalhou na TV e no cinema. | Foto: Fredi Kleeman)

Morte

Em 1969, Cacilda retornou aos palcos para atuar na peça Esperando Godot, dirigida por Flavio Rangel. Sua participação naquele espetáculo foi considerada um dos acontecimentos mais importantes da temporada teatral daquele ano. Afinal, a atriz não só atuou como também inaugurou o Teatro Municipal de São Carlos

Tudo correu bem no primeiro ato, porém ela não retornou para o segundo por conta de um derrame cerebral que ela sofreu nos bastidores. Ela foi levada ao hospital com as roupas de sua personagem. Depois de 38 dias em coma, Cacilda Becker faleceu no mês de junho daquele ano.   

Cacilda Becker
(Cacilda – esq. – e Walmor Chagas em cena durante o primeiro ato de Esperando Godot. | Foto: Reprodução)

Homenagens

Desde a sua morte, Cacilda Becker não parou mais de receber homenagens. Ela virou personagem em duas produções audiovisuais, sendo interpretada por Camila Morgado na minissérie Um Só Coração e por Ada Chaseliov no filme Brasília 18%.

Ainda, ela ganhou uma peça biográfica intitulada Cacilda!!, de José Celso Martinez Corrêa, que recebeu três protagonistas ao longo do tempo: Bete Coelho, Leona Cavalli e Anna Guilhermina. Ela também deu seu nome a vários teatros e praças públicas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Cacilda!!
(Cena da peça Cacilda!!. | Foto: Gabriel Araújo)

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