Ana Gee ficou conhecida no Instagram por fazer vídeos com 4 vozes com músicas de Boogie, Rockabilly e Swing. Moradora de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, constantemente, ela compartilha seus ensaios e looks retrô, além de suas interpretações musicais.
Além de cantora, Ana também dá aula de música, trabalha com Atendimento Educacional Especializado para Altas Habilidades/Superdotação e ainda faz sapateado e patinação artística. Outra coisa que Ana adora fazer é viajar, e esse foi o tema de seu ensaio, clicado em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Confira:
1 – Como nasceu seu apreço pela estética vintage?
A estética vintage me acompanha desde quando era jovem a partir das minhas influências musicais, que foram a Música Erudita, o Rock, o Jazz e a Bossa Nova. No entanto, a parte visual demorou um pouco mais para surgir. Apesar de ter passado muitos anos da minha vida tendo como preferência musical os estilos de décadas passadas, a estética como um estilo de vida iniciou há cerca de cinco anos, quando assumi os backing vocals da banda de blues Whisky de Segunda.
A banda sempre prezou pelos figurinos adequados à época do seu repertório e para estar em sintonia com a banda tive que começar a adaptar meu guarda-roupa. Não entendia quase nada na época e tive bastante dificuldade em encontrar peças e acessórios em minha cidade que fossem compatíveis. Com o tempo fui estudando mais, pesquisando na internet (o Site do Universo Retrô está no topo da lista das pesquisas que já fiz!), conhecendo e seguindo nas redes sociais pessoas do meio.
2 – Como a música se inseriu na sua vida?
Minha primeira vez em um palco foi com 6 anos. Minha mãe estudou piano durante toda sua infância e adolescência. O piano ficava na casa da minha avó, muitos quilômetros de distância e nas férias eu sempre ficava “paquerando” aquele instrumento e pedia para aprender a tocar. Estudei por muitos anos, fiz curso técnico em piano e quando terminei o ensino médio tive que decidir o que faria da vida.
Vi muitos colegas entrando na faculdade enquanto eu pensava em alguma área para seguir. Depois de 6 meses refletindo, decidi que faria Economia, mas teria que esperar mais 6 meses para o próximo vestibular. Para não ficar sem estudar, resolvi prestar o vestibular para Licenciatura em Música e cursar 6 meses até o próximo vestibular, até porque já estava trabalhando com música no Conservatório que havia me formado. Nesses meses resolvi que seguiria em frente e foi onde conheci muitas opções que a música poderia me oferecer. Eu costumava pensar: “Se é pra fazer algo para o resto da vida, pelo menos que seja com algo que eu domine e goste muito.”
3 – Quando você decidiu investir na carreira solo?
A carreira solo foi a última decisão musical que tive. É bem recente. No primeiro mês de pandemia entrei pra estatística do “surto coletivo” que o cenário havia começado e decidi que queria ter algo na música que fosse pra mim, onde eu pudesse fazer o que quisesse e principalmente me colocar em primeiro lugar, independente do que pudesse acontecer.
Em maio de 2020 resolvi que Ana Gee iria surgir nas redes sociais! No dia 23 do mesmo mês lancei o meu primeiro videoclipe, uma versão da música Oakie Boogie (versão Ella Mae Morse). A música e clipe foram feitos todos dentro de casa, por mim e pelo meu noivo! Deu bastante trabalho, mas era o primeiro passo para me descobrir! Eu me senti muito bem naquele início, o meu eu artístico estava muito feliz! E aqui estou eu!
4 – Você acredita que seus vídeos cantando com mais de uma voz, deram mais visibilidade para o seu trabalho?
Sim, acho que eles foram o carro chefe desde o início. Eu precisava ter um diferencial, portanto decidi trabalhar o arranjo em quatro vozes das canções de épocas e apresentar em vídeos curtos. Além da música, tem também o cuidado com a estética. Aprendi muito nesse período, em todos os sentidos. Em dois anos foram mais de 40 vídeos lançados no Instagram.
5 – Você, além de dar aula de música, trabalhar com Atendimento Educacional Especializado para Altas Habilidades/Superdotação, cantar e tocar em mais de uma banda, ainda faz sapateado e patinação artística. Como consegue conciliar tantas tarefas?
Fica mais fácil quando todas estão relacionadas à arte! A música para muitos é um hobby, lazer! Pra mim é trabalho, desde os 16 anos. Por isso decidi que precisava tirar um tempo pra mim, para minhas atividades, mesmo que estas fossem relacionadas com música, para ter um equilíbrio emocional, além de aperfeiçoamento de outras habilidades artísticas. Tem hora que é difícil, corrido e principalmente cansativo, mas eu sei a importância de ter um momento adequado a esses compromissos, então coloco como rotina.
6 – Um outro hobbie seu é viajar. Como as viagens se inserem no seu estilo de vida retrô? Qual sua viagem favorita e qual você ainda sonha em realizar?
As viagens me deram uma visão muito especial do mundo e das pessoas. Nasci e moro em Campo Grande – MS, uma capital encantadora com um ar de interior. O estilo de vida retrô por aqui é bem escasso. As minhas idas pelo mundo me colocaram em contato com culturas riquíssimas e pessoas extraordinárias. Ao estar rodeada de indivíduos das mais diversas sociedades eu pude perceber características que chamam a atenção por serem distintas das minhas e ao mesmo tempo ser também o centro das atenções pelo fato de demonstrar a minha personalidade.
Como sou apaixonada por arte, visito o máximo de museus, exposições, eventos e locais históricos que consigo quando estou na estrada. Gosto muito de ver a história preservada e o que ela contribuiu para vivermos dessa forma, nos dias de hoje.
É difícil nomear uma só viagem favorita, pois já estive em 46 países e vários estados brasileiros, e além disso, cada viagem acaba sendo bem diferente da outra. Tentando resumir, guardo uma paixão muito grande pela Itália, Grécia, os fiordes Noruegueses, e é claro pelas praias e rios do Brasil. E as que sonho em realizar: Alasca, Islândia, Maldivas, Austrália e Canadá.
7 – Qual inspiração para o seu ensaio para o Universo Retrô?
Quis mostrar um lado que as pessoas não veem de cara na Ana Gee musicista, o lado da inspiração e criatividade. E também quis mostrar uma das coisas que mais gosto de fazer depois da música, viajar! Para isso, escolhi uma das minhas cidades favoritas no mundo todo, Bonito – MS!
Não há lugar melhor e mais inspirador pra mim que esse cantinho onde eu posso estar literalmente no meio do mato, ouvindo o som da cachoeira, o canto das aves, o céu estrelado e é claro um bom mergulho para renovar as energias!
8 – Por fim, quais os planos para sua carreira?
Gravar e lançar minhas músicas! Estou com um material autoral bem especial e quero mostrar para o mundo! Quero passar a minha mensagem, divertir as pessoas, fazer com que mais gente conheça a estética retrô.
Ficha Técnica
Maiô dourado
Foto: Mari Ferrari
Local: @balneario_ilhabonita
Maiô rosa
Foto: Jefferson Pasa
Local: @campingrioformosoebalneario
