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Cláudia Celeste: conheça a homenageada de hoje do Google Doodle

22 de agosto de 2022, por Leila Benedetti
Cinema & TV
Cláudia Celeste

Neste dia 22 de agosto, o Google resolveu ilustrar Cláudia Celeste em sua página inicial. Para quem não sabe, ela foi a primeira atriz transexual a fazer parte do elenco de uma novela brasileira, no caso a Olho por Olho, que foi ao ar pela primeira vez há exatos 34 anos na TV Manchete.

Além de atriz, Cláudia foi cantora, dançarina, diretora, produtora e autora, sem contar que protagonizou uma bela história de representatividade LGBT+ com seu legado, ainda mais no Brasil dos anos 80, onde a sociedade era bem menos receptiva com minorias se comparado com agora. Portanto, vamos relembrar sua trajetória de carreira e vida, bem como a sua transição e sua luta pelos seus direitos. 

Cláudia Celeste, a primeira atriz transexual a atuar em uma novela

Início, carreira nos palcos e seu título de Miss 

Não há muitas informações sobre Cláudia Celeste antes de sua transição, como seu nome de batismo ou uma foto dela enquanto estava encarnada em um corpo masculino, por exemplo. Mas sabe-se que ela nasceu no Rio de Janeiro em 1952 e serviu o Exército, onde ela começou a explorar sua identidade e talento para as artes. 

Depois que concluiu o serviço militar, ela entrou para a área da beleza e se tornou cabeleireira. Foi trabalhando em um salão de Copacabana que, aos 20 anos, decidiu fazer a transição de gênero. Ainda no mesmo ano, acompanhou uma amiga em uma audição de teatro e acabou sendo escolhida para se apresentar. Esta seria sua estreia nos palcos, mas o regime militar que estava em voga na época proibia espetáculos com transgêneros e travestis desde 1969. Então, ela passou a trabalhar como go-go girl nas casas Little Club e Bacará, ambas no Rio e, mais tarde, em outras casas noturnas ao redor do país. 

Em 1973, o Teatro Rival se tornou o primeiro do estado carioca a receber uma licença do governo para apresentar a peça O Mundo é das Bonecas, onde o elenco era formado por atrizes transgêneros, entre elas a então estreante Cláudia. Já em 1976, venceu o Miss Brasil Pop e, a partir daí, passou a concorrer e organizar outros concursos de beleza ao longo da vida. 

Miss Brasil Pop '76
(Cláudia Celeste venceu o Miss Brasil Pop ’76.| Foto: Reprodução)

A polêmica e o sucesso na carreira televisiva

Sua performance nos palcos, tanto como atriz quanto como dançarina, chamou a atenção do famoso diretor de TV da Rede Globo Daniel Filho, que a convidou para atuar em Espelho Mágico em 1977. Esta novela seria a que marcaria a estreia de Cláudia na televisão e a atriz, com sua condição trans mantida em segredo pela produção, até chegou a gravar algumas cenas ao lado de Sônia Braga. Mas, logo quando sua primeira aparição foi ao ar, a imprensa descobriu sua identidade de gênero e a censura do governo obrigou a emissora a cortar suas cenas. 

Entretanto, mesmo proibida de atuar em novelas, ela chegou a participar de uma competição do programa Almoço com as Estrelas, da TV Tupi, no qual quem tirasse a foto mais bonita de Cláudia ganhava o troféu Flecha de Ouro do Rio de Janeiro como prêmio. O vencedor foi um fotógrafo de noivas, mas quando soube que ela era trans, não foi buscar o prêmio. 

Aparições de Cláudia Celeste em Olho por Olho.

Com muitos obstáculos aqui no Brasil, Cláudia Celeste se mudou para a Europa para encontrar novas oportunidades e voltou no início dos anos 80 para atuar no filme Beijo na Boca (1982). Mas ela só deu a volta por cima na sua carreira de atriz em 1988, quando não havia mais ditadura, ao atuar no papel da garota de programa Dinorá na novela Olho por Olho, da extinta TV Manchete, assumindo fortemente a sua transexualidade. E foi assim que ela se tornou uma pioneira na televisão brasileira e um ícone para a comunidade LGBT+ da época.  

Cláudia Celeste morreu em 2018, aos 66 anos, devido a complicações de uma pneumonia. 

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