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Cruz: como um símbolo religioso virou um adereço de moda

15 de dezembro de 2020, por Jane Galaxie
Moda
Madonna usando brinco de cruzuz

A cruz é um símbolo bastante antigo e possui diversas simbologias místicas, filosóficas, sociais e religiosa, principalmente do ponto de vista cristão – embora o símbolo já tenha sido usado em outras culturas e com outros significados.

Mas, como um símbolo cristão se tornou tão popular? Continue lendo para descobrir:

A diferença entre cruz e crucifixo

A diferença entre cruz e crucifixo é que, enquanto a cruz é o cruzamento de duas linhas, uma maior vertical e outra menor horizontal, colocada próximo ao topo da primeira, o crucifixo tem uma imagem de Jesus na cruz. Ou seja, uma cruz só se torna um crucifixo quando tem a imagem de Jesus sobre ela.

Além disso, é importante lembrar que na cruz cristã tem as letras I.N.R.I, que significa “Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum” (Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus). Ou seja, crucifixos com essa descrição tem conotação realmente religiosa.

(A diferença entre cruz e crucifixo)

A cruz na religião cristã

Mesmo sendo usada antes em diversas outras culturas, a cruz é bastante atrelada à religião cristã. Muito associada à figura de Cristo, representa seu sofrimento na crucificação em Jerusalém. Mas, é também um símbolo de esperança e renovação, já que Jesus se sacrificou pelos pecados da humanidade.

Dizem que após sua morte, os seguidores de Jesus passaram a ser perseguidos e precisavam se encontrar escondidos. Para se identificarem, resolverem usar um símbolo que fossem facilmente reconhecidos, passaram então a usar um peixe e um colar de crucifixo no pescoço, ato que provavelmente foi responsável por associar o item à religião.

Muito usada não só nas igrejas, mas em lápides de cemitérios e até em bandeiras de alguns países, a cruz é usada como um símbolo para proteção “contra todo o mal”. 

A cruz e suas simbologias

  • Cristã: vida e morte de Jesus Cristo e Sua Ressurreição;
  • Divisão do mundo em quatro elementos (água, terra, ar e fogo); 
  • A união entre o divino (representado pela linha vertical) e o mundo (linha horizontal);
  • No antigo Egito, representava a vida e a fertilidade.

A cruz na moda

Inicialmente usada como adorno dos religiosos para demonstrar sua fé em Cristo, a cruz acabou virando um item de moda alternativa com os punks e góticos e acabou indo parar no mundo da moda como um adereço fashion. 

Uma das responsáveis por popularizar essa moda no meio punk foi Pamela Rooke, também conhecida como Jordan, modelo e atriz inglesa conhecida por seu trabalho com Vivienne Westwood e a butique Sex na regiaõ de Kings Road, em Londres, na década de 1970.

Pamela Rooke, também conhecida como Jordan e Jordan Mooney, é uma modelo e atriz inglesa conhecida por seu trabalho com Vivienne Westwood e a butique Sex na área de Kings Road, em Londres, em meados da década de 1970
(Pamela Rooke, também conhecida como Jordan usando um brinco de cruz invertido)

Depois, na década de 80, o símbolo foi parar no mainstrem, quando Madonna popularizou a peça, trazendo um ar mais “profano” para o item puritano.

Madonna usando brinco de cruz nos anos 90
(Madonna usando brinco de cruz nos anos 90 | Foto Montagem: Universo Retrô)

O sucesso das ruas, que passou para o mainstream através de artistas pop, fez com que grandes marcas também implantassem o símbolo em suas coleções e virasse um item de passarela, sendo também muito usado por pessoas famosas.

Bruna Marquezine com brinco de cruz em desfile da Dolce & Gabbana | Foto: Franco Pagetti e Alessandro e Luca Morelli, 2018
(Bruna Marquezine com brinco de cruz em desfile da Dolce & Gabbana | Foto: Franco Pagetti e Alessandro e Luca Morelli, 2018)

Hoje, é possível encontrar , anéis, pingentes, braceletes, colares, que podem ser encontrados em diferentes formatos e materiais. Até roupas estampadas são encontradas com o símbolo. 

Usar esse tipo de acessório não representa necessariamente uma adoração cristã, mas dá um novo significado para seu uso, independente de crença, seja em busca de proteção, misticismo, esperança ou como um mero adereço de beleza, já que se tornou um item atemporal.

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