Hoje em dia o que você faz para criar conteúdo relacionado ao público geek e nerd? Ter um blog é uma das possibilidades, pois basta investir em uma boa plataforma de criação de sites, uma hospedagem e comprar domínio, se você deseja comprar o seu recomendamos o domínio da Hosting
Com tudo isso (e também sem deixar de lado eficientes estratégias de divulgação) você poderá até mesmo monetizar o seu site. Mas se hoje existe a internet capaz de tornar qualquer pessoa capaz de produzir conteúdo, e ainda faturar alguns trocados com isso, como era feita a produção voltada para o público nerd e geek da década de 90?
Quais eram as mídias especializadas no assunto? Como era informação? Como os nossos “ancestrais” sobreviviam em um mundo sem Youtubers? Para saber tudo isso e mais um pouco, esse artigo traz um panorama nostálgico dos sobre a cultura pop dos anos 90, a década que está ali, no limiar entre o mundo offline e online.
A cultura pop dos anos 90
Em se tratando de nostalgia não dá para deixar de mencionar os anos 90, também conhecidos como aquele período em que, aos poucos, a internet foi invadindo as nossas vidas.
Quem nasceu no ano 2000 talvez não consiga compreender como os seus pais conseguiam solucionar os problemas do dia a dia sem um smartphone, sem poder consultar o oráculo Google.
E então, onde era possível assistir os trailers dos filmes prestes a serem lançados no cinema? Quem dava dica de livros, de games e histórias em quadrinhos? Talvez essas sejam algumas das perguntas da geração pós-Youtube.
O fato era que, quem no período tinha entre 11 e 17 anos, hoje pode estufar o peito e dizer que faz parte da última geração que consumia conteúdo de entretenimento por meio do rádio, televisão e revistas.
Sim, hoje em dia sabemos que tais meios não estão totalmente extintos, mas não dá para negar que o formato de conteúdo deles ainda é o mesmo.
Vale salientar ainda que quem viveu a cultura pop dos anos anos 90 em sua plenitude é testemunha ocular de que o rádio, a revista e a TV eram os principais meios para quem queria se manter atualizado sobre assuntos nerds e geeks.
Aliás, naquele período o adjetivo “geek” era obscuro demais e “nerd” poderia soar como ofensa.
Além do mais, diante de informações jogadas em doses homeopáticas, quem queria notícias aprofundadas sobre os filmes, os games e os quadrinhos favoritos tinha que garimpar, tinha que pesquisar muito e “correr atrás”.
Da mesma forma, em um mundo sem redes sociais como as conhecemos hoje, fã de verdade trocava cartas com outros fãs. Cartas mesmo, daquelas que a gente envia pelo correio, pois o e-mail se popularizou só mais tarde no Brasil, quando o mundo já estava às portas do século XXI.
Cinema nos anos 90
A década de 90 até que foi um período interessante em se tratando de filmes. Ela rendeu uma considerável quantidade de clássicos, obras marcantes que, se não ganharam o Oscar, pelo menos deixaram a sua marca indelével na cultura pop.
Quando falamos em filmes, Forrest Gump, Jurassic Park, Ghost, Titanic e Pulp Fiction são apenas alguns nomes de uma lista imensa.
Nesse período as notícias sobre os grandes lançamentos da sétima arte eram jogadas aqui e ali, no caderno de cultura de jornais, em algumas notícias na TV e rádio e, é claro, em revistas especializadas. Nesse sentido a revista Set foi um nome relevante no Brasil.
Ou seja, se hoje, com apenas alguns cliques você pode saber tudo sobre a futura produção de algum filme da Marvel, quem tinha 12 anos em 1990 tinha que fuçar nas bancas para encontrar algum material sobre o então mega-lançamento do Batman (aquele mesmo do Tim Burton).
Quando as videolocadoras dominavam a Terra
Se na era digital temos à disposição serviços de streaming como a Netflix e a Amazon Prime, na década de 90 quem queria curtir um filme no conforto do lar deveria alugar em uma casa especializada, as hoje praticamente extintas videolocadoras.
Sim, sabemos que a Netflix existe desde 1997, mas nessa época ela ainda operava efetuando entregas via correio. Enquanto isso, as videolocadoras ainda tinham razão de existir e, o mais interessante, poderiam ser bons locais de bate-papo para quem era cinéfilo.
A época dos poucos heróis
Desde que os adolescentes Jerry Siegel e Joe Shuster, lá em 1938, criaram o Superman, os super-heróis se consolidaram como personagens importantes da cultura pop.
Hoje em dia mega produções cinematográficas protagonizadas por heróis e heroínas esvoaçantes são produzidas em escala industrial.
No entanto, é interessante notar, como nos anos 90, o cinemão mainstream tinha dificuldade em criar um blockbuster de super-heróis, desses que movimenta a mídia e os fãs.
Com exceção dos filmes do Batman que eram produções caras e traziam cineastas e atores de renome, a década de 90 despejou um punhado de produções mambembe envolvendo personagens de super poderes.
Pois convenhamos, como não gargalhar diante do Capitão América (1990) e do Quarteto Fantástico (1994), apenas dois exemplos de filmes que, ao que tudo indica, foram produzidos com um salário mínimo?
Televisão nos anos 90
A televisão sempre foi importante para a cultura pop, lançando tendências e influenciando comportamentos. Durante a década de 80 e 90 praticamente não havia lar que não tivesse uma televisão na sala funcionando quase 24h por dia.
Nos anos 90 o entretenimento televisivo rendeu séries que garantiam para as emissoras algo muito valioso na época: a audiência.
Acredite, criar conteúdo televisivo e não ter audiência era tão decepcionante quanto criar um canal de Youtube e contar com pouquíssimas visualizações, curtidas e comentários.
Ou seja, baixa audiência era sinal de dinheiro perdido.
A década de 90 revelou algumas séries que foram assistidas por milhões de espectadores que, mesmo nos digitais tempos atuais, ainda conquistam alguns fãs neófitos.
Série: Arquivo X
Lançada em 1993, ela trazia tramas que iam de aliens a lobisomens, tudo permeado por roteiros repletos de mistério e teorias de conspiração. Resultado: sucesso arrebatador.
Série: Simpsons
Caso uma raça alienígena algum dia desejar estudar a raça humana em toda a sua excentricidade e contradições, terá material de sobra dando uma olhada em alguns episódios dos Simpsons.
Lançada no final de 1989, ao longo dos anos 90 a animação dos Simpsons se consolidou como uma peça importante da cultura pop. Qualquer personagem dali é reconhecido facilmente em qualquer canto do planeta.
A prova do sucesso é o fato que a série invadiu o século XXI e ainda tem fôlego para mais temporadas.
Série: Friends
Desde sempre as chamadas sitcoms são importantes no mundo televisivo. E quando o assunto são as várias sitcoms que fizeram sucesso na década de 90, é impossível não falar do Friends.
Junto com o Seinfeld (outro grande sucesso), essa série era uma boa amostra do cidadão vivendo o dia a dia sem smartphone ou Google.
Quando você faz a sua programação
Não se assiste mais televisão como antigamente. Hoje em dia a oferta de canais streaming permite que o telespectador assista a série ou o filme na hora que ele quiser.
Antigamente não era bem assim. Havia sim séries e filmes para todos os gostos e públicos, especialmente quando a TV por assinatura se consolidou de vez. Porém, o público ainda dependia dos horários da grade de programação.
Quer um exemplo? Nos anos 90 não adiantaria você ligar a televisão de madrugada para assistir a série Friends. Exceto se você tivesse a sorte de se deparar com reprises do seriado em horários diferentes.
Hoje, por outro lado, você pode acessar a sua conta na Netflix e assistir Friends quando quiser, a temporada que desejar e os episódios que bem entender.
Música nos anos 90
Falando em música nos anos 90, logo vem à mente a MTV. Ela surgiu oficialmente nos Estados Unidos em 1981 e foi importante veículo para vários artistas. De Michael Jackson a Guns and Roses, muitos aproveitaram ao máximo a versatilidade do formato videoclipe.
No Brasil ela aterrissou uma década depois, no dia 20 de outubro de 1990. A partir de então o resto é história. Se antes o sonho de qualquer banda de garagem era gravar um disco, depois que a MTV entrou em cena o sonho ganhou mais um item: gravar também um clipe.
Além disso, quem queria ficar por dentro das notícias da música pop ligava a televisão e sintonizava na MTV.
O impacto da Music Television na música pop dos anos 90 foi enorme. Artistas das antigas (como o Aerosmith) encontraram um novo público quando investiram na linguagem dos clipes, já os novos artistas (como o Nirvana) agarraram o formato com unhas e dentes.
Linguagem moderna
Além dos clipes havia também as propagandas bizarras. O objetivo delas era um só: mostrar que você não estava assistindo a um canal comum.
Fora dos programas de conteúdo musical a MTV colocou outros tipos de atrações na grade de programação. As animações também eram uma atração à parte.
“The Maxx” (1995) era uma delas. O desenho era surreal demais e com um verniz adulto, por isso não fez tanto sucesso quanto o hoje clássico Beavis and Butt-Head (1993), que era uma ácida ironia ao estereótipo adolescente dos anos 90.
Quadrinhos nos anos 90
A cultura pop dos anos 90 foi um período obscuro para os super-heróis. Batman, Superman, Capitão América, vários deles tiveram que enfrentar o desafio mais perigoso de todos: tentar permanecer relevante.
Não foi fácil, pois boa parte do público adolescente da época via a maioria do panteão Marvel e DC como peças de museu.
O surgimento da editora Image, em 1992, ajudou a decretar que os 90 não tinham espaço para super-heróis, mas apenas para os anti-heróis. Os personagens da Image, para o bem e para o mal, revolucionaram a indústria de quadrinhos na época.
Foi um período em que a quantidade prevaleceu sobre a qualidade. Os heróis tinham que ser mais violentos, os monstros tinham que ser mais horrendos, tudo tinha que ser “mais”.
Ainda havia a invasão nipônica
Além dos anabolizados personagens da Image, (Spawn manda lembranças) a década de 90 foi marcada também pelos mangás, os famosos quadrinhos japoneses. Foi quando a falecida TV Manchete, ali por 1994, passou a exibir o grande hit da época, os Cavaleiros do Zodíaco.
Games nos anos 90
A relevância cultural dos jogos eletrônicos é enorme. Não é à toa que hoje existem os eSports e não é por acaso também que a publicidade também investe nos advergames.
Os games, de uma forma geral, são importantes na cultura pop por meio de seus personagens que influenciam filmes, histórias em quadrinhos e mais uma série de produtos.
O mundo dos games eletrônicos dos anos 90 foi marcado pela tecnologia 16 bits. De um lado havia a Sega, com o seu Mega Drive, enquanto do outro lado a Nintendo, que atacava com o Super NES.
A rivalidade das duas gigantes pode ser compreendida melhor por meio do interessantíssimo Console Wars, livro que mostra os bastidores da disputa entre a empresa que apresentou o Sonic e a empresa que apresentou o Mario.
Falando em luta, os anos 90 foram a década do Street Fighter e do Mortal Kombat. Seja nos fliperamas ou em campeonatos nas videolocadoras, esses dois jogos que se consolidaram como os grandes hits da época e que até hoje fazem sucesso.
Luz, câmera… decepção
Se os personagens dos games são sucessos entre o público, os filmes baseados neles serão bem sucedidos, certo? Errado!
Mario (1993), Double Dragon (1994) e Street Fighter (1994) são desastres homéricos. Aliás, são raros os filmes baseados em games que agradam crítica e público. Verdade seja dita, o recente Sonic é uma dessas exceções, mas aí já avançamos demais no tempo.
Anos 90 – A época dos fanzines
Se hoje, época em que você pode criar um site, comprar domínio e produzir conteúdo sobre cultura pop, como era nos anos 90? Será que as informações eram geradas apenas pela mídia especializada?
Nem sempre, pois vale lembrar que antes da era digital existiam os fanzines, feitos de fã para fã. Muitas vezes produzidos e distribuídos de forma precária, por meio de papel e xerox, eles eram o que os blogs são hoje. Alguns até conseguiam se profissionalizar, mas a maioria…
Enfim, a cultura pop dos anos 90, a última década antes do mundo ser envolvido de vez pela web, rendeu muito material que até hoje causa impacto, seja pela qualidade ou pela nostalgia.