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Desafio Gracie: o torneio precursor que deu origem ao UFC

20 de junho de 2017, por Eduardo Molinar
Lifestyle
Luta

Atualmente assistimos as lutas do Ultimate Fighting Champhionship (UFC) na Globo, e o “teatro” que esse campeonato se tornou conquistou fãs ao redor do mundo. Alguns dos melhores lutadores e lutadoras do mundo, dentre vários estilos e categorias, disputam o título mundial das Mixed Martial Arts (MMA), ou, em português, Artes Marciais Misturadas.

No entanto, o que nem todos sabem é que a ideia desse tipo de competição não foi criada nos Estados Unidos. Suas raízes estão no Brasil dos anos 30, mais especificamente no Rio de Janeiro.

Carlos e Hélio Gracie

Carlos e Hélio Gracie (Foto: Reprodução)

No início do século XX, as artes marciais no Brasil não eram tão exploradas pela mídia como são atualmente. A partir da década de 10 os assuntos mais abordados foram a Primeira Grande Guerra, Getúlio Vargas, a crescente paixão do país pelo futebol e as rádio novelas.

Em Belém do Pará, um jovem franzino chamado Carlos Gracie, tomava aulas com o judoca japonês Mitsuyo Maeda, conhecido como “o homem mais forte que já viveu” e promotor da imigração japonesa para o Brasil. Por causa da estrutura física desvantajosa, Carlos adaptou as técnicas que Maeda o ensinou e criou o Brazilian Jiu-Jitsu, ou Jiu-Jitsu Brasileiro.

O BJJ se tornaria referência mundial para lutadores do estilo e de MMA futuramente. Com apenas 19 anos, Carlos Gracie se muda para o Rio de Janeiro e se torna professor desse estilo de luta. Rapidamente conquista vários alunos e admiradores e, em 1925, abre a Academia Gracie de Jiu-Jitsu.

Mesmo com o crescente interesse popular pelo Brazilian Jiu-Jitsu, e envolvendo toda a sua família, a luta não havia chamado a atenção da mídia. Carlos decide chamar os melhores lutadores da época entre vários estilos e criar o Desafio Grace, um torneio que seria precursor do UFC atual.

Entre suas lutas memoráveis, estão as contra Manoel Rufino dos Santos (luta livre), Samuel Querido de Deus (capoeira) e Geo Omori, auto proclamado representante do Jiu Jitsu japonês. Hélio Gracie, filho de Carlos, junto da família Gracie e do seu filho Rickson Gracie mantiveram o Desafio, que ficou conhecido como duelos de “vale-tudo”.

Em 1993, Rorion Gracie, um dos filhos de Hélio, criou o UFC nos Estados Unidos junto com o grupo de entretenimento Semaphore. A ideia, segundo o site mmaspace.net, era “descobrir o melhor lutador do mundo, não importando o estilo de artes marciais praticado”. Ideia semelhante do Desafio Gracie, com maior divulgação e distribuição pelo mundo.

Royce Gracie

Royce Gracie lutando contra o boxeador Art Jimmerson no primeiro UFC, em 1993. Royce se sagraria o primeiro campeão do Ultimate naquele ano (Foto: Reprodução)

Por ser considerado muito violento e com poucas regras, houve uma “caça às bruxas” das autoridades americanas ao UFC e por pressão do senador republicano John McCain, as transmissões das lutas em pay-per-view foram extintas. Com o tempo, o UFC se reestruturou e mudou seu slogan de “não há regras” para “artes marciais mistas”, conseguindo se reerguer no cenário mundial e se tornando a potência midiática que é hoje.

Para quem gosta de filmes de artes marciais, e principalmente MMA, a sugestão é Never Back Down (Quebrando Regras). O longa metragem de 2008 traz atores como Cam Gigandet, Sean Faris e Djimon Houson, ambientado em Orlando (Flórida), com um torneio ilegal de MMA chamado Beatdown. As referências ao Brasil são explícitas, tanto na bandeira brasileira que aparece em algumas cenas em uma academia como na citação que é feita à família Gracie por um dos personagens.

Cam Gigandet e Sean Faris

Cam Gigandet acerta um low kick em Sean Faris em cena de Never Back Down (Foto: Reprodução)

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