Nessa terça-feira (24) é celebrado o Dia do Datilógrafo. O datilógrafo foi o profissional responsável por redigir textos, cartas, ofícios e petições em escritórios e repartições públicas do País até meados dos anos 80, quando surgiram os computadores pessoais. Aos poucos esses foram tornando desnecessária a profissão de datilógrafo, promovendo sua lenta e definitiva aposentadoria.
O datilógrafo utilizava a máquina de escrever imprimindo o texto escrito diretamente sob a folha de papel. Utilizava para isto o sistema de “tipos”.
Em um processo unicamente mecânico, os “tipos” eram acionados por uma espécie de alavanca toda a vez que pressionada a letra correspondente no teclado. Esta letra então “batia” em uma fita coberta de tinta posicionada sobre a folha de papel. E então a letra era impressa imediatamente na folha mais ou menos como um carimbo. O texto era impresso em tempo real. Caso errasse uma letra era necessário inutilizar a folha e reescrever todo o texto ou apagar a letra errada com uma borracha para então rebater a letra correta.
Para evitar essa espécie de erros, o datilógrafo precisava ter uma destreza impressionante e dominar totalmente a técnica de escrever a máquina.
O datilógrafo foi, em um passado nem tão distante assim, um profissional requisitadíssimo nas empresas e repartições públicas. Era uma profissão que exigia o preparo de milhares de jovens, em sua maioria mulheres. Saber escrever a máquina era um diferencial. Um datilógrafo treinado conseguia a média de 100 palavras por minuto.
Para ser um bom datilógrafo o candidato a vaga em um escritório precisava passar por um curso que muitas vezes chegava a ser de dois, três e até de seis meses de aulas regulares.
Nestes cursos, o aluno aprendia a “escrever a máquina” semelhante ao que conhecemos hoje como “digitar um texto”.
A curiosidade é que o aluno era obrigado a decorar o posicionamento de cada letra do teclado para conferir rapidez à escrita. As aulas eram feitas com os olhos vendados, e o aluno rebatia incansavelmente as letras até decorar.
Somente muito mais tarde surgiu então a máquina elétrica e, finalmente, a maravilhosa IBM Elétrica que substituiu o sistema de alavancas por uma esfera onde eram gravadas as letras. Esta máquina, além de ter uma velocidade impressionante, possuía um mecanismo onde era possível apagar a letra errada e reescrevê-la imediatamente sem o uso de borrachas ou esmaltes.
O futuro havia chegado aos escritórios e o datilógrafo sentia-se finalmente recompensado!
Atualmente a máquina de escrever caiu totalmente em desuso e o datilógrafo passou a não ser mais um profissional requisitado. Apesar disso, as antigas máquinas de escrever continuam sendo as relíquias dos escritores e dos poetas.
Há certo romantismo no posicionamento daqueles tipos, no som das teclas, no barulho do carrinho quando se empurra o papel de volta ao seu início para escrever mais um parágrafo. Esses detalhes que os avanços tecnológicos facilitaram, mas que permanecem vivos em um charmoso recanto da nossa memória.