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Fred Perry e os Mods: a relação entre a marca e a subcultura

10 de março de 2022, por Leila Benedetti
Lifestyle
Fred Perry e os Mods

Se pesquisar sobre Fred Perry na internet, verá que este nome vai mais além que uma marca de roupas. Seu real dono era um famoso tenista que, em 1947, ano em que se aposentou das quadras, resolveu lançar uma marca homônima esportiva. O carro-chefe da Fred Perry eram as camisas pólo, que, nos anos 50 e 60, passaram a ser aderidas pelos Mods (que ainda exigiram da marca mais opções de cores). 

Primeiramente, como toda marca de roupa esportiva que se preze (as de surf e de skate dos anos 90 e 2000 são um exemplo), a Fred Perry chamou grande atenção dos adolescentes, que, no Reino Unido dos anos 50 e 60, tinham como principais grupos sociais os Mods e os Rockers. Os Rockers preferiam camisetas brancas e básicas, além de camisas mais tradicionais, mas isso é outro assunto. 

Outro ponto é que as pólos da marca eram mais justas no corpo e nas mangas. Por conta disso, caía bem quando usada junto aos também justos ternos, além de combinar bem com as parkas devido a sua pegada streetwear. Como muitos já sabem, os Mods deram origem aos Hard Mods, sendo estes, aos Skinheads. Portanto, as camisas da Fred Perry também fizeram parte (e ainda fazem) do guarda-roupa dessas duas subculturas. 

Paul Weller
(Paul Weller usando camisa da Fred Perry. | Foto: Reprodução)

A Fred Perry reforçando sua fama entre as subculturas

Com o tempo, a marca deixou de ser esportiva e passou a produzir peças streetwear com pegadas Mod e Skinhead. Ainda há pólos das mais variadas cores, exceto na cor preta e amarela. A pólo nessa paleta havia se tornado uma espécie de uniforme para uma organização sócio-politicamente tóxica, na qual, obviamente, a Fred Perry não compactua. 

Percebendo sua grande repercussão entre as subculturas gerada por décadas, ela criou em seu site oficial uma sessão dedicada aos tais grupos, com histórias de clientes, artistas que tem uma longa relação com a marca e novos talentos musicais ao redor do mundo. Aqui no Brasil, a Fred Perry tem poucas unidades físicas espalhadas, suas vendas online são feitas em plataformas de terceiros e é muito mais vista como uma grife para a elite do que um símbolo de subcultura, apesar da marca promover um evento dedicado aos Skinheads na cidade de São Paulo em 2013.  

Proud Boys
(Proud Boys, o movimento neofascista e de extrema-direita que tinham a camisa da marca como uniforme. | Foto: Noah Berger)

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