Foto: Tony Frank/Sygma/Corbis.
Ícone do cinema, moda, música e da efervescência da Swinging London, Jane Birkin nos deixou neste último dia 16, aos 76 anos. A britânica alcançou fama mundial, principalmente na França, e se tornou conhecida pela sua parceria musical, pessoal, polêmica e de longa duração com Serge Gainsbourg.
Com o dom por atuar herdada de sua mãe, Judy Campbell, que trabalhava nos palcos, Jane começou sua carreira de atriz na Londres (sua cidade natal) de 1966, com papéis menores em filmes como Blow-Up e Caleidoscópio. Conforme foi ganhando mais espaço no cinema, ela foi ganhando notoriedade na cultura pop europeia, principalmente ao participar de um casting na França em 1969 e conhecer o também ator, músico e poeta francês Serge Gainsbourg.
Os dois passaram no teste e estrelaram juntos o filme Slogan, atuação essa que lhe renderam uma parceria profissional e pessoal de longa duração. Além do cinema, Jane e Serge também começaram uma carreira na música, sendo o primeiro e mais conhecido lançamento da dupla a música Je t’aime…moi non plus.
Je t’aime…moi non plus e a parceria polêmica com Serge Gainsbourg
A música é um dueto inteiramente composto em 1967 por Serge, que inicialmente tinha a intenção de cantá-lo com a sua então affair Brigitte Bardot. Ele e a atriz francesa até chegaram a gravar, mas essa versão não foi lançada de imediato por conta do fim da relação e porque Brigitte não queria ter problemas com a sua imagem. Foi só em 1969 que a música foi gravada e lançada na voz de Jane, na qual ele conheceu recentemente e sentiu uma certa química. A versão com a Brigitte só foi lançada como um material extra em 1986.
Assim como as demais obras do artista francês, Je t’aime…moi non plus tinha como tema a paixão intensa e o erotismo em sua mais alta picância, além de elementos sexualmente explícitos, como os tons de voz e gemidos que remetem a orgasmos. A música se tornou um hit logo de cara, entretanto se tornou um escândalo e foi banida em vários países, incluindo o Brasil, que vivia o regime da Ditadura Militar.
Sobre a parceria pessoal da dupla, eles começaram a namorar ainda em 1969 e se tornaram um dos casais ícones da época, assim como Elvis e Priscilla, ou então George Harrison e Pattie Boyd…só que com mais polêmica.
Durante esses 13 anos de união lançando mais músicas, filmes e outros materiais para mídia envolvendo uma nudez total ou parcial, além de muito sexo e insinuações explícitas, a relação afetiva entre os dois também era repleta de polêmicas, como o fato dos dois serem divorciados com filhos, Serge ser um boêmio 18 anos mais velho que Jane, assim como a rotina tumultuada do casal, que frequentemente era vazada para o público.
Em 1972 eles tiveram uma filha, a hoje atriz Charlotte Gainsbourg. Já em 1980, se separaram, tanto afetivamente como profissionalmente, por iniciativa de Jane, mas continuaram amigos.
Carreira solo
Depois da separação, a artista continuou com sua carreira na música e no cinema, lançando vários álbuns solo e participando de vários filmes independentes. Mas não perdeu seu reconhecimento, visto que, em meados dos anos 80, Jane inspirou a criação da luxuosa bolsa Birkin, pela marca francesa Hermès. Já a partir dos anos 90, ela passou a fazer mais participações especiais na televisão e em filmes alternativos, mas permanecia ativa na música.
Jane Birkin morreu em sua casa na França, onde viveu desde os anos 70. A causa ainda não foi divulgada, mas sabe-se que ela sofreu de ataques cardíacos e de um derrame alguns anos atrás, além de cancelar shows recentemente por problemas de saúde.