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A ilustre história do Rio de Janeiro com cassinos

22 de outubro de 2024, por Jane Galaxie
Lifestyle
Cassino

O Rio de Janeiro já foi considerado um dos centros mais importantes de entretenimento e luxo no Brasil, e grande parte dessa fama se deve à era dos cassinos que dominaram a cidade até meados do século XX. 

Durante esse período, os cassinos não eram apenas lugares de jogos, mas também verdadeiros templos de cultura, arte e alta sociedade. Em meio ao charme dos anos dourados, cassinos icônicos como o Cassino da Urca e o Copacabana Palace receberam celebridades, políticos, e as maiores personalidades da época, criando uma história única e fascinante.

A ascensão dos cassinos no Brasil

A introdução dos cassinos no Brasil ocorreu no início do século XX, com um grande impulso durante a década de 1920. Foi um momento de modernização no país, e o governo incentivava o turismo, especialmente nas grandes cidades como o Rio de Janeiro. 

Nessa época, o Rio de Janeiro era a capital do Brasil, o que fazia da cidade o destino principal para turistas, investidores e aristocratas. Cassinos foram abertos em edifícios luxuosos, aproveitando o crescente interesse da elite e da classe média emergente em jogos como roleta, blackjack, bacará e pôquer.

Os cassinos brasileiros também seguiam o modelo europeu, combinando os jogos com uma programação cultural rica e espetacular. Assim, além de serem locais para apostar, os cassinos cariocas ofereciam shows com artistas nacionais e internacionais, orquestras e peças de teatro, transformando-os em verdadeiros centros de entretenimento completo.

Joaquim Rolla: O Rei da Roleta

Um nome que se destacou durante esse período foi o de , o magnata por trás de alguns dos cassinos mais icônicos do Brasil, sendo o Cassino da Urca o mais famoso deles. Rolla, conhecido como o “Rei da Roleta”, foi um dos grandes responsáveis por transformar o Rio de Janeiro em um dos pólos mais importantes para jogos de azar na América Latina. Com uma visão empreendedora, ele soube como explorar o potencial dos jogos de azar em uma cidade já conhecida por seu glamour e turismo, criando um legado que ressoa até os dias de hoje.

Desde o Rei da Roleta até os salões do Copacabana Palace, o Rio deJaneiro já foi o palco dos cassinos no Brasil.
(Joaquim Rolla, o Rei da Roleta)

O , situado em uma das áreas mais nobres da cidade, tornou-se sinônimo de sofisticação. Frequentado por celebridades nacionais e internacionais, políticos e intelectuais, o local rapidamente se tornou o epicentro das noites cariocas. 

A sua localização, aos pés do famoso Pão de Açúcar, proporcionava uma experiência inesquecível aos visitantes. Além dos jogos, o cassino oferecia shows de grandes nomes da música, como Carmen Miranda, que fez diversas apresentações em seus palcos.

Copacabana Palace: O hotel dos sonhos e o cassino dos luxos

Outro cassino que marcou a história do Rio de Janeiro foi o do , o hotel mais icônico da cidade. Inaugurado em 1923, o Copacabana Palace foi projetado para ser o símbolo do luxo e da sofisticação no Brasil, inspirado nos grandes hotéis europeus. Durante os anos de funcionamento do cassino no hotel, ele foi o destino preferido da elite carioca e dos turistas internacionais, que buscavam o glamour e a sofisticação dos salões de jogos.

(Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles)

O hotel, que já era um marco turístico, viu seu nome se consolidar ainda mais com a adição de seu cassino. Além de ser palco de jogos emocionantes, o Copacabana Palace também se tornou um ponto de encontro para personalidades influentes e um lugar onde decisões importantes da política e negócios eram tomadas em meio ao brilho das roletas e mesas de pôquer. A combinação de luxo, entretenimento e jogos criou uma atmosfera única que continua na memória da cidade.

Cassinos como centros culturais

Além dos jogos de azar, os cassinos do Rio de Janeiro desempenharam um papel central na promoção da cultura brasileira. Os espetáculos realizados nos salões dos cassinos, especialmente no Cassino da Urca, atraíam multidões e faziam parte de um circuito cultural que influenciava tanto a cidade quanto o país. Nomes importantes da música brasileira, como Pixinguinha, Dorival Caymmi e Ary Barroso, passaram pelos palcos desses cassinos, ajudando a consolidar a música popular brasileira.

Além disso, as , os shows de variedades e os espetáculos internacionais fizeram com que os cassinos se tornassem centros de entretenimento e cultura. As maiores estrelas da época se apresentavam regularmente, o que aumentava ainda mais o fascínio do público por esses lugares. O Cassino da Urca, por exemplo, era uma verdadeira vitrine para o talento musical e artístico do Brasil, além de ser um ponto de encontro de intelectuais e artistas que definiam os rumos da cultura do país.

Um final repentino

Apesar de toda a sua glória e relevância, a era dos cassinos no Brasil teve um fim abrupto em 30 de abril de 1946, quando o então presidente Eurico Gaspar Dutra decretou a proibição dos jogos de azar em todo o território nacional. A decisão, fortemente , teve como justificativa a preservação dos “bons costumes” e a prevenção de possíveis problemas sociais associados ao vício do jogo.

Cassinos como o da Urca e o do Copacabana Palace fecharam suas portas da noite para o dia. O setor, que movimentava milhões e proporcionava empregos para milhares de pessoas, entrou em declínio, e o Rio de Janeiro perdeu um dos pilares que sustentavam sua economia e identidade cultural.

Embora os cassinos tenham sido proibidos há mais de 70 anos, a nostalgia por essa era continua viva no imaginário dos cariocas. A grandiosidade dos salões de jogos, o glamour dos eventos e o brilho das roletas ainda fazem parte das histórias contadas sobre o Rio de Janeiro. Muitos prédios que abrigaram cassinos, como o Copacabana Palace, ainda existem e continuam a ser lembrados como símbolos de uma época próspera e cheia de glamour.

Atualmente, os entusiastas do jogo podem  mas, com as discussões recentes sobre a reabertura dos cassinos e a possível regulamentação dos jogos de azar no Brasil, muitos veem o Rio de Janeiro como um local estratégico para o retorno desses estabelecimentos. O turismo, a cultura e a economia da cidade poderiam se beneficiar enormemente com a volta dos cassinos, reavivando uma tradição que, embora breve, deixou um legado duradouro.

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