Kathleen Hanna foi vocalista da banda Bikini Kill e é uma ativista em prol dos direitos das mulheres com bastante relevância desde a década de 1990. O grupo musical atuou com importância no cenário punk e, em especial, no Riot Grrrl. Neste segmento, todo o tipo de arte era usado para divulgar o pensamento feminino e, inclusive, denunciar o machismo gritante na sociedade patriarcal. Uma das principais canções da banda foi Rebel Girl. Nela, há versos como: “Eles dizem que ela é uma sapata, mas eu sei/Ela é minha melhor amiga”.
A cantora permeou por outros gêneros musicais como o hardcore. Através do grunge, no entanto, ela conheceu o melhor amigo: Kurt Cobain. Ele a ajudou no momento conflituoso contra um ex-namorado que a perseguia. A amizade era tamanha que foi Kathleen Hanna a idealizadora da frase “Smells like teen spirit”. Mais tarde, a expressão deu origem a uma das canções mais conhecidas da banda de Kurt, o Nirvana. De forma mais específica, Kathleen pichou no apartamento do amigo a frase: Kurt smells like teen spirit. Em livre tradução, seria algo como: Kurt cheira a espirito adolescente.
Com o fim da banda Bikini Kill, Kathleen lançou um álbum através do pseudônimo “Julie Ruin”, em 1998. Le Tigre foi a banda liderada por ela entre 1999 e os anos 2000. Com uma sonoridade mais próxima da música pop, Kathleen Hanna não perdeu o viés político nas canções. A música Deceptacon conta com o verso: “você é tão liberal em suas rodas fantasiosas e tudo que você pensa e tudo que você sente é o certo”. A canção é uma crítica aos que são liberais nas rodas de conversa e fazem o contrário no cotidiano.
Juntamente com Kathi Wilcox e Kenny Mellman, Kathleen Hanna formou, em 2010, a banda The Julie Ruin. O projeto passou por alguns hiatos por causa do estado de saúde da vocalista. Kathleen é portadora da doença de Lyme. A enfermidade é causada por uma bactéria transmitida por uma espécie de carrapato. Apesar de não existir cura, a cantora parece estar em boas condições de saúde e, recentemente, lançou o clipe para a música I’m done juntamente com a última banda.
Ela, através das canções, demonstrou o que as mulheres querem dizer e esperam da sociedade sobre a igualdade de gênero. Apesar de Kathleen Hanna ter iniciado as canções de protesto há mais de 20 anos atrás, o tema ainda é mais do que atual.