Lou Ottens, que revolucionou a forma que ouvimos música com a invenção da fita K7 e o CD, morreu aos 94 anos. Ainda sem causa divulgada, o engenheiro holandês se foi deste mundo no último dia 6, mas a morte só foi anunciada neste dia 10.
A trajetória de Lou Ottens
Nascido na cidade de Westerwolde, na Holanda, em 1926, Lou era um apaixonado por tecnologia desde muito jovem. Para se ter uma ideia, durante a Segunda Guerra Mundial, o então adolescente construiu um rádio para poder ouvir secretamente a Rádio Oranje, com uma antena direcional primitiva para evitar bloqueadores alemães. Mais tarde, após o fim da guerra, ele começou a cursar engenharia mecânica na Escola Politécnica de Delft e se formou em 1952.
Durante a década de 50 e 60 ele trabalhou na instalação que produzia vitrolas e gravadores de bobina da Philips, onde foi crescendo profissionalmente. Foi naquela fábrica e sob sua chefia que o primeiro gravador portátil da marca foi desenvolvido, o EL 3585, em 1960. Com o sucesso desse, mais modelos de gravadores portáteis, menores e mais baratos foram lançados posteriormente.
Porém, ele queria facilitar ainda mais a vida auditiva dos clientes da Philips. Mesmo considerados portáteis, os gravadores tinham o tamanho suficiente para se colocar em uma mesa e reproduziam fitas de rolo trabalhosos para manejar. Portanto, Lou Ottens decidiu criar gravadores que cabem no bolso e fitas próprias para esses aparelhos, menores e com as bobinas e parte magnética armazenadas em uma caixinha de plástico.
De início, as fitas K7 só atraíram o interesse dos japoneses, que lançaram cópias um pouco maiores do invento de Lou no mercado. Depois, elas foram atraindo o resto do mundo e passaram a ser fabricadas por várias outras marcas.
Vinte anos depois, Lou desenvolveu o CD, que alcançou o mesmo sucesso e fez com que as fitas K7 caíssem no esquecimento. Hoje, com as plataformas digitais de música em alta, o CD está perdendo a sua popularidade e as fitas K7, além do vinil, estão voltando para um público segmentado.