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Minha primeira vez no Psychobilly Fest; editora narra sua experiência no mais antigo festival de psychobilly do Brasil

12 de setembro de 2017, por Mirella Fonzar
Música

Foto: Lauro WS / Reprodução

Faz 5 edições que frequento anualmente o Psycho Carnival, o principal festival de Psychobilly da América do Sul, realizado durante o feriado de Carnaval em Curitiba. Deste evento já falamos bastante aqui no Universo Retrô; entrevistando bandas (Guana Batz e Spellbound), fazendo a cobertura e publicando dicas para quem vai pela primeira vez. No entanto, existe outro festival do gênero, organizado pela mesma turma há 23 anos, que nunca havíamos tido a oportunidade de conhecer.

Considerado o festival mais antigo de psychobilly da América do Sul, pudemos conferir de perto o Psychobilly Fest, que chegou a sua 23ª edição no último final de semana. Entre os dias 8 e 9 de setembro, a tradicional casa noturna 92 Graus, em Curitiba, recebeu oito bandas nacionais – vindas de diversas partes do país – voltadas para o psychobilly, garage rock e surf music.

Diferente do Psycho Carnival, o Psychobilly Fest é um evento mais intimista, mas isso não quer dizer que não valha a visita. Organizado por Vladmir Urban, Orleone Recz e Wallace Barreto, o evento, que nasceu de uma conversa de bar em 1996, com o objetivo de fortalecer a cena psychobilly brasileira, apresenta todo ano os destaques do underground brasileiro, além de novas bandas.

Nessa edição, me surpreendi com a qualidade das bandas de modo geral. Algumas já tinha tido a oportunidade de ver em outras edições do Carnival e apresentações em São Paulo, mas outras foram belas novidades. Uma coisa que senti no Fest é que, pela proporção do evento ser menor, o público acaba tendo mais contato e proximidade com as atrações. Eu mesma consegui assistir a todos os shows de pertinho e de maneira confortável.

A primeira banda a se apresentar era de Curitiba mesmo; Zabilly, um trio tradicional de Psychobilly que eu ainda não conhecia. Com temas de horror, o grupo composto por bateria, baixo acústico e guitarra trouxe um som enérgico e com letras em português para abrir o festival.

Foto: Patty Fang / Reprodução Instagram

Em seguida, foi a vez do duo Phantom Powers, de Porto Alegre, me surpreender novamente. Enquanto um dos integrantes cantava e tocava bateria e violão (em formato inusitado, uma espécie de losango), o outro dedilhava uma guitarra de braço duplo e fazia o backing vocal. Numa mistura bastante rica de garage rock, psychobilly e blues, os dois me lembraram bastante o incrível Reverend Beat-Man e os lendários The Cramps. Espero vê-los novamente.

Foto: Patty Fang / Reprodução Instagram

Logo depois, rolou o show dos já conhecidos The Mullet Monster Mafia, de Piracicaba (SP), trazendo seu power surf eletrizante. Apesar de já ter visto a banda por diversas vezes, dessa vez pude prestar atenção nos detalhes e me apaixonar ainda mais pelo som deste trio composto por guitarra, baixo elétrico e bateria. Essa banda é a prova de que música instrumental bem feita não enjoa nunca.

Foto: Patty Fang / Reprodução Instagram

Para fechar a primeira noite, outra banda que também já é uma velha conhecida da cena psychobilly brasileira, mas que pude prestar mais atenção dessa vez; Sick Sick Sinners. Não é a toa que o trio é reconhecido mundialmente e está há tanto tempo na estrada (desde 2005). A energia de um show deles é realmente contagiante e, por mais que você não conheça todo o repertório, é impossível permanecer parado.

Foto: Zahrah Violet / Reprodução Instagram

O primeiro show da segunda noite foi de outro duo; Voodoo Brothers, a única banda de São Paulo capital a se apresentar no festival. Cheia de referências de garage rock, rock ‘n roll, blues e psychobilly, a dupla de paulistanos, composta por bateria e guitarra, trouxe seu som bastante rico pela primeira vez a Curitiba. A banda, que está gravando o primeiro álbum, foi a única a ter uma mulher entre seus integrantes; Camila Pitty Lacerda mostrou todo seu talento e charme na bateria.

Foto: Patty Fang / Reprodução Instagram

Logo depois foi a vez de conhecer Barbatanas, banda de Curitiba que levou seu surf music ao festival. Mais uma vez, provaram que a música instrumental, quando é bem executada e tem estilo próprio, não se torna algo repetitivo e pode até fugir do convencional. O combo baixo elétrico, guitarra e bateria adicionou tempero e velocidade do rock ‘n roll ao som, sem perder a tradicionalidade.

Foto: Patty Fang / Reprodução Instagram

Em seguida, foi a vez do Tampa do Caixão, de Joinville, Santa Catarina, agitar os topetudos numa verdadeira “festa de horror”. Com um psychobilly tradicional e irreverente, cantado em português, o quarteto formado por baixo acústico, vocal, guitarra e bateria levou o público à loucura e o espaço acabou ficando pequeno pro wrecking que se formou – especialmente por mulheres.

Foto: Patty Fang / Reprodução Instagram

Para fechar a noite, os lendários Ovos Presley continuaram a agitar o wrecking. Mesmo sem o vocalista Ademir, a banda agitou a galera com seu “psycho-punk-a-billy” contagiante. Com músicas irreverentes cantadas em português, os vocais foram revezados entre Mutant Cox (Sick Sick Sinners), Nei (baixo), Wallace (guitarra) e Diane Grossko, representando muito bem as mulheres, que, diga-se de passagem, fizeram deste um evento inesquecível.

Foto: Patty Fang / Reprodução Instagram

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