Barbra Streisand é um dos nomes mais glamorosos, e amados, de Hollywood, com uma trajetória mais do que consolidada, e premiada, no cinema, no teatro e na música. Para celebrar os 60 anos de carreira da diva, a Netflix lançou, na quarta-feira (22), o especial Barbra: Sua Música… Suas Memórias… Sua Magia!
Conhecida por não gostar de realizar performances ao vivo, Barbra explicou, durante uma entrevista para a apresentadora Ellen DeGerenes, o motivo pelo qual ela quis fazer o especial: “um show leva, em média, 3 meses para ser preparado, então é sempre bom ter esse material documentado, mesmo que ele não seja lançado. Neste caso eu decidi lançar”.
O especial começa com uma pequena introdução, na qual vemos cenas de bastidores, e pequenas declarações de pessoas envolvidas com a produção do projeto. Quando Barbra Streisand entra no palco já podemos perceber o motivo de tanto fascínio por sua obra, e personalidade. Ela domina a plateia no segundo em que surge, devidamente vestida como a estrela que é, arrancando aplausos durante a execução de The Way We Were, eternizada na trilha sonora do filme Nosso Amor de Ontem (1973).
Dona de um repertório gigantesco, e de 11 álbuns que alcançaram o 1º lugar em vendas, como ela mesma faz questão de lembrar, Barbra intercala hits, como Evergreen, música presente no longa Nasce uma Estrela (1976), e que deu à Barbra o Oscar de melhor canção original. Com reflexões sobre a vida e momentos descontraídos de interação com o público, Barbra relembra vários pontos importantes de sua trajetória no showbiz, levando os fãs mais atentos ao delírio quando faz referências aos seus trabalhos mais famosos, além de falar sobre os planos para o lançamento de uma autobiografia.
Ao longo da apresentação temos a oportunidade de vislumbrar todos os aspectos da carreira de Streisand, mesmo que indiretamente, por meio de fotos, e vídeos mostrados no telão. Para representar o The Broadway Álbum (1986), trabalho repleto de clássicos do teatro musical, ela escolhe cantar Being Alive, criada pelo célebre compositor Stephen Sondheim (Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet) para a peça Company.
Assim como nos musicais, o show é dividido em duas partes e Barbra encerra o primeiro ato cantando Papa, Can You Hear Me?, música presente na trilha sonora de Yentl (1983), onde além de interpretar o papel principal, ela fez sua estreia como diretora. O segundo ato tem como número de abertura Pure Imagination, que faz parte da trilha sonora de A Fantástica Fabrica de Chocolate (1971).
Claro que Fanny Brice, personagem mais importante da carreira de Barbra em Funny Girl – Uma Garota Gênial (1968), pela qual ela ganhou o Oscar de melhor atriz já em sua estreia nas telonas, e que voltou a interpretar mais tarde na sequência Funny Lady (1975), recebeu a devida homenagem da artista, que cantou várias canções de ambos os filmes.
Mais uma vez a Broadway se faz presente dentro do especial, e Barbra chama ao palco o ator Jaime Foxx (Ray) para cantar Climb Ev’ry Mouintain, clássico da peça A Noviça Rebelde (1959), que foi adaptada para o cinema em 1965 com Julie Andrews (Mary Poppins) no papel principal. A música faz parte do álbum Encore, que conta com a participação especial de vários atores e atrizes, como Anne Hathaway (Os Miseráveis) e Hugh Jackman (Logan), por exemplo.
As surpresas continuam, com Happy Times Are Here Again, canção que encerra o filme Chasing Rainbows (1930). Aproveitando o clima de final de ano, Streisand canta sua versão de Jingle Bell, presente no A Christmas Album (1967). Para quem não sabe a artista é judia, mas já lançou vários álbuns natalinos ao longo de 6 décadas de atividades.
O especial chega ao final com o público pedindo bis, ela então encerra a apresentação com outro clássico dos palcos I Didn’t Know What Time It Was, criada pela lendária dupla Richard Rodgers (The Sound Of Music) e Lorenz Hart (Blue Moon), para o musical Too Many Girls (1939). A impressão que temos quando o especial acaba, é a de que recebemos um presente de natal antecipado da Netflix.