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Olivia Newton-John, a nossa eterna Sandy Olson do Grease

10 de agosto de 2022, por Leila Benedetti
Cinema & TV
Olivia Newton-John

Mal começou o mês de agosto e, em uma semana, já perdemos Jô Soares, Judith Durham, vocalista do The Seekers e, agora, Olivia Newton-John, aos 73 anos. A atriz e cantora consagrada por estrelar Grease e Xanadu, além de vender mais de 100 milhões de discos, havia batalhado contra um câncer de mama nos anos 90 e estava lutando novamente contra a mesma doença desde 2017.

Tal qual fazemos com nossos ídolos quando partem deste mundo, vamos prestar homenagem contando e relembrando sua trajetória de carreira e de vida. 

Início

Nascida no Reino Unido em 1948, Olivia Newton-John se mudou para a cidade de Melbourne, ainda criança e com a família, e se naturalizou australiana. Sua carreira no meio artístico começou aos 14 anos quando ela formou uma banda com mais três garotas, a Sol Four. A banda chegou a ter suas músicas tocadas regularmente nas rádios e em programas televisivos australianos. 

Mas sua carreira internacional começou quando entrou para um concurso de talentos do programa Sing, Sing, Sing, apresentado pelo então ídolo australiano Johnny O’Keefe. Lá ela cantou Anyone Who Had a Heart e Everything’s Coming Up Roses, ganhando a competição. O prêmio era um convite de trabalho na Inglaterra, que acabou sendo aceito com o incentivo de sua mãe. 

Já naquele país, Olivia passou a fazer dupla com Pat Carrol, que também era da Austrália e foi morar na Inglaterra. Mas logo ela começou uma carreira solo quando o visto de Pat venceu e a amiga teve que voltar para a Austrália. Ainda nos anos 60, a cantora assinou um contrato com a gravadora Decca Records, onde lançou seu primeiro single Till You Say You’ll Be Mine/Forever, e entrou para o grupo Tommorrow. Com ela como integrante, o grupo gravou um álbum e estrelou um musical homônimo, mas não obteve sucesso e se desfez em 1970. 

Olivia e Pat Carrol nos anos 60.

Seu estrelato nos anos 70

Em 1971 ela retomou sua carreira solo e lançou seu primeiro álbum If Not For You, que virou seu primeiro hit internacional alcançando o Top 10 na Austrália e Inglaterra, apesar de fracassar nos Estados Unidos. Nessa mesma época, já aparecendo diversas vezes na televisão e sendo eleita a Melhor Cantora Inglesa pela revista Record Mirror, ela passou a atuar em filmes, começando pelo produzido para a televisão The Case, ao lado de Cliff Richard

Já em 1973, depois de dois anos sem sucesso nos Estados Unidos, ela passou a conquistar seu espaço no território americano como uma cantora country e a receber premiações, entre elas um Grammy, com a música Let Me Be There. Enquanto isso, em 1974, ela participou do Eurovision, dividindo sua vitória com o ABBA, assinou contrato com a EMI e conquistou mais Grammys. Ainda na mesma década e percebendo seu sucesso entre os americanos, a artista mudou para os EUA e continuou se consagrando como uma cantora country. 

Olívia Newton-John na Eurovision de 1974

O ápice do sucesso com Grease e sua fase disco nos anos 80

Ainda fazendo sucesso na cena country americana, mas não atingindo o topo das paradas tanto quanto antes, Olivia recebeu, em 1978, o convite para estrelar a adaptação para o cinema do musical Grease. Apesar de lembrar do fracasso de Tommorrow, ela se jogou no projeto mesmo assim, interpretando a jovem Sandy Olsson e fazendo par com John Travolta. O filme se tornou um sucesso de bilheteria e até hoje é um ícone da cultura pop mundial, fora que sua trilha sonora foi parar nas paradas e até hoje é a mais vendida de todos os tempos. 

Seu sucesso no filme fez com que sua carreira musical migrasse do country para o pop. No mesmo ano ela lançou seu primeiro álbum do gênero, Totally Hot, que a fez voltar para as paradas de sucesso. Ao contrário de seus outros discos, as faixas desse tinham uma sonoridade mais agressiva e mais dançante. Ainda, Olivia virou os anos 80 apostando em sua nova fase pop/disco lançando mais singles e álbuns de sucesso e estrelando um outro musical, Xanadu. Este não teve boa repercussão entre os críticos de cinema, mas teve grande sucesso como trilha sonora. 

Entre os trabalhos dela lançados nessa fase, podemos citar seu álbum de maior sucesso em toda a sua carreira (incluindo a fase inicial e country) Physical (1981), que ganhou um videoclipe e popularizou as headbands como acessório de moda, Heart Attack (1982), entre outros, sendo alguns junto com John Travolta. 

Olívia só aparece no 3:25, mas o começo desse video vale a pena ser visto de tão lindo!

Seus momentos difíceis e seu ativismo nos anos 90

Em 1986, Olivia teve sua filha Chloe e fez uma pausa em sua carreira por quase três anos para se dedicar à maternidade. Sua volta em 1988 foi marcada pelo lançamento do álbum The Rumor, cujo a faixa-título foi produzida por Elton John. Este disco não prosperou muito comercialmente, pois a cantora estava com quase 40 anos de idade e estava “velha para a mídia”, mas foi elogiado pela crítica como o mais maduro por abordar temas como a AIDS, o meio-ambiente e a maternidade ou paternidade solo. Em 1989, ela lançou outro álbum, Warm and Tender, desta vez dedicado a pais e filhos, mas não obteve sucesso. 

Já no início dos anos 90, após lançar mais um álbum que compilava seus hits e enquanto se preparava para uma turnê, a cantora foi diagnosticada com câncer de mama e teve que cancelar toda a publicidade do álbum e sua turnê. Após sua recuperação, ela se tornou defensora da pesquisa do câncer de mama e outros problemas de saúde, atuando como porta-voz de produto para o Liv-Kit, um produto para o auto-exame de mama, e, mais tarde, para o Fundo Ambiental Colette Chuda, após a filha de cinco anos de uma amiga morrer com tumor de Wilms. 

Sua doença também serviu de inspiração para as suas músicas, o que pode ser notado em trabalhos como o álbum Gaia: One Woman’s Journey, lançado em 1994 e com suas faixas e letras compostas totalmente por Olivia. Seu ativismo e o lançamento de músicas que abordavam temas importantes como o meio-ambiente e a luta contra doenças permaneceram até o fim de sua vida, com a diferença de que a partir da década de 2010 ela passou a fazer participações especiais na televisão e tributos ao Grease com John Travolta. 

Seus últimos momentos

Em 2017, a cantora anunciou que o câncer de mama havia voltado e ainda provocado uma metástase nas costas. Ela passou a fazer tratamento e aliviar suas intensas dores nas costas com óleo de cannabis. Após quatro anos lutando contra a doença, mais especificamente neste último dia 8 de agosto de 2022, Olivia Newton-John morreu em sua casa na Califórnia. 

Nomes como John Travolta, Frankie Valli, Barbra Streisand, Nicole Kidman, Elton John, Delta Goodrem e inclusive o primeiro-ministro da Austrália Anthony Albanese prestaram homenagens à artista não só nas redes sociais como também na mídia. O estado australiano de Victoria, juntamente com a família da cantora, promoveu um funeral de estado para Olivia no último dia 9. 

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