Home > Cinema & TV > Eduardo e Mônica: filme baseado em hit mostra que nada mudou na política brasileira

Eduardo e Mônica: filme baseado em hit mostra que nada mudou na política brasileira

8 de agosto de 2022, por Leila Benedetti
Cinema & TV
Eduardo e Mônica

Gravado em 2018 e previsto para ser lançado nos cinemas em 2020, o filme Eduardo e Mônica chegou nas telonas apenas neste último mês de janeiro, por conta da pandemia, e também no catálogo da Globoplay no final deste mês de julho. O longa que nos traz Alice Braga e Gabriel Leone no elenco principal foi baseado na letra do hit homônimo da Legião Urbana, lançado em 1986 e eternizado na voz de Renato Russo.

Ambientado na Brasília dos anos 80, o adolescente Eduardo e a universitária Mônica se conhecem no meio de “uma festa estranha com gente esquisita” e, apesar de uma série de diferenças contrastantes entre eles, desde a idade e aparência até estilo de vida e forma de pensar, os dois se apaixonam perdidamente. Para manter esse relacionamento vivo e não se transformar em apenas uma mera aventura amorosa, como muitos ao redor acreditam ser, o casal terá que amadurecer e superar as diferenças, assim como o preconceito de família e amigos. 

A letra de Eduardo e Mônica e mais um pouco como pano de fundo

Com um roteiro assinado por Gabriel Bortolini e Jessica Candal, o filme não se limita a se basear apenas na letra da música homônima. Lá você também recebe uma aula sobre o Brasil na década de 80, tanto em relação à cultura como à política. 

Como o longa é ambientado em 1986, mesmo ano em que o hit da Legião Urbana foi lançado, os personagens da trama vivem bem no comecinho da era pós-ditadura, vivenciam a retomada da liberdade e enfrentam o choque contra a geração anterior, que é ignorante, conservadora e não aceita o fim do regime militar. 

Mas o curioso (e até assustador!) é que, ao assistir este filme sob o ponto de vista histórico, você, em pleno ano de 2022, se identificará com as situações mostradas em cena e verá que nada mudou de 36 anos para cá. Até as frases que ouvimos de alguns de nossos parentes hoje em dia são idênticas às que ouvimos do avô de Eduardo (interpretado por Otávio Augusto) na trama, por exemplo. 

Seu Bira
(Otávio Augusto interpreta Seu Bira, o avô de Eduardo, em Eduardo e Mônica. | Foto: Divulgação/Facebook)

A trilha sonora, um elemento que trouxe mais charme ao filme

Outro ponto forte do filme é a sua trilha sonora, que vai mais além das músicas da Legião Urbana e de Renato Russo. Sabemos que os anos 80 foram muito importantes para a história do rock, principalmente aqui no Brasil, que só teve o gênero musical como forma de protesto explícito duas décadas mais tarde que outros países por conta da censura da ditadura militar. Então, a produção de Eduardo e Mônica tratou de colocar outros nomes como Titãs, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, entre outros, na trilha sonora. 

Claro, também, que bandas do rock internacional da época fizeram parte. Em alguns momentos do filme pudemos ouvir B-52s, A-ha, The Clash e a banda Bauhaus (pensou que Renato Russo estava se referindo a escola de arquitetura modernista alemã esse tempo todo?), que foi citada na música-título. Além disso, ouvimos Caetano e Mutantes, que são dos anos 60 e 70, mas que também foram citados na música, e Eduardo cantando Total Eclipse of The Heart, de Bonnie Tyler, numa tentativa hilária, porém bem-sucedida, de conquistar Mônica. 

Em resumo, a trilha sonora prezou muito pelo movimento BRock, combinando com o roteiro, que aborda sobre a situação política do país na época, ainda mais que a Legião Urbana, proprietária da música-título, fazia parte. Houve uma música e outra que não era dos anos 80 ou era de outro gênero, mas o foco maior foi no rock da década, tanto nacional como internacional. Se você ainda não assistiu o filme, confira o trailer:

Matérias Relacionadas
Rede Globo
Rede Globo lança dois canais FAST dedicados às suas novelas dos anos 70 e 80
80 - A Década do Vale Tudo
80 – a Década do Vale Tudo: doc. musical que retrata os anos 80 chega a SP
Hits do Rock Nacional
Hits do Rock Nacional viram nomes de ruas na Zona Norte do Rio
Marcha contra a Guitarra Elétrica
Marcha contra a Guitarra Elétrica, o protesto da MPB contra as influências gringas

Deixe um comentário