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Raridades brasileiras se tornam acessíveis com relançamentos em vinil

10 de abril de 2016, por Lucas Vieira
Música
Jorge Ben

Desde que a Polysom voltou à ativa, em 2008, os colecionadores de LPs só tiveram alegrias. Com a fabricação de discos à todo vapor, os fãs da música brasileira dos anos 1960 e 1970 podem agora ter seus LPs favoritos em casa. Se antes era preciso desembolsar verdadeiras fortunas para botar os clássicos na estante, agora o cenário é bem diferente.

Assim como trouxe lançamentos, como Fome de Tudo (2007, Nação Zumbi) e Cancões de Apartamento (2011, Cícero), a fábrica também resgatou os discos lendários da MPB. Com a série Clássicos em Vinil, iniciada em 2010, se tornou simples ter álbuns que antes eram necessárias verdadeiras caças ao tesouro.

Black Rio

Álbum Maria Fumaça da banda Black Rio (Foto: Reprodução)

São mais de 30 clássicos que os fãs das “brasilidades” podem comprar agora. Entre eles, pérolas como Acabou Chorare (1972, Novos Baianos) e Secos e Molhados (1973) estão incluídos. Se antes era preciso gastar mais de R$ 200 para conseguir o clássico Jorge Ben (1969) usado, podendo ter riscos, capa desbotada e as comuns assinaturas dos donos, hoje a mesma bolacha lacrada e em qualidade muito melhor sai em torno de R$ 80.

As vantagens não estão só em comprar um disco que não sofreu a ação do tempo. Os LPs novos também são feitos em qualidade superior. São os chamados vinis de 180 gramas. Mais pesados, robustos e em áudio de alta definição. A conclusão é que hoje você pode entrar em uma loja, tirar um disco do Jards Macalé da prateleira e levá-lo pra casa sem dificuldades. Só vai ficar horas perambulando por sebos, se sujando de poeira, espirrando e barganhando os mais de R$ 400 que pedem na edição original quem quiser.

Novos Baianos

Álbum da banda Novos Baianos (Foto: Reprodução)

Entre as raridades da MPB, agora é possível comprar Revólver (1975, Walter Franco); o psicodélico do Ronnie Von (1969); e o místico A Tábua de Esmeralda (1974, Jorge Ben). O rock nacional dos anos 1970 – caracterizado pelo clima hippie e pela proximidade com os subgêneros psicodélico e progressivo, além dos ritmos brasileiros – não ficou de fora. O pesado Gal (1969); o soul Maria Fumaça (1977, Banda Black Rio); o esquecido É Ferro Na Boneca (1970, Novos Baianos) são alguns títulos lançados pela fábrica.

Mas, como a Polysom também fabrica discos por encomenda, o mercado está abastecido de LPs de outros selos. Um deles é Paulo Bagunça e A Tropa Maldita (1973), de uma obscura banda de rock carioca. O Ave Sangria, famosa banda da cena “udigrudi” recifense, também reeditou seus dois discos em vinil, em uma edição comemorativa de 40 anos. O segundo álbum da banda era então dificílimo de se encontrar, enquanto o primeiro custa cerca de R$ 350. Hoje, dá para se adquirir os dois por volta de R$ 165. O Módulo Mil também voltou para as prateleiras, assim como Os Mutantes, em um box maravilhoso com todos os discos da fase clássica da banda.

Se você está pensando em começar a colecionar discos, não tenha dúvida: o momento é esse. Comece devagar e não se esqueça de olhar as novidades. Tem valido muito à pena botar os novos discos na vitrola.

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