Pode até ser clichê definir como “enérgica” a quinta edição do Big River Festival, realizada no último final de semana no Rio Grande do Sul, mas com certeza é a palavra ideal. Com 8 bandas de rockabilly e rock ‘n roll vindas de diversos estados do Brasil, o line-up não ficou devendo em nada e firmou o evento como um dos maiores do país.
Dessas oito, vi as quatro que se apresentaram sábado, 12, no Johnny 65 Pub Bar, em Sapucaia do Sul (RS). Intercalada com discotecagem em vinil dos DJ’s Ricieri Cash de Porto Alegre (RS) e Rodrigo Navarro de São Paulo (SP), a primeira noite oficial do evento contou também com aulas de dança com Fabio Deodato, também de São Paulo (SP).
Com o recém lançado disco “Busão from hell”, a paulistana Roberto Terremoto e os Abalos Sísmicos inaugurou o palco com uma versão rockabilly de “Nós vamos invadir sua praia”, do Ultraje a Rigor, já mostrando a que veio. Com letras em português no melhor estilo Teddy Boy, como a própria banda diz, as músicas autorais são acessíveis e, ao mesmo tempo que contam uma história divertida, despertam uma certa reflexão.
O show contou com a excelente participação da cantora Desiree Arruda e do guitarrista Billy Joe Rocker junto com Dasta Gomes e o Joanatan Richard, mas o destaque ficou por conta da baterista Camila “Pitty” Lacerda, que esbanjou técnica e “sentou o braço”, tocando em pé. Completam a banda, Roberto Terremoto na guitarra e voz, e Toddy Rabecão no baixo.
Participando pela primeira vez do festival, o próximo show ficou a cargo da, também paulistana, Lady Cat And The Watch Dogs, que apresentou um repertório vibrante e intenso. Ramis ‘Al Bud’ comandou a guitarra do início ao fim e mostrou por que é um dos artistas mais promissores do gênero no Brasil.
A ‘cozinha’ também mandou muito bem com o estiloso Doghouse Bass de Ricardo Toddy e novamente Camila “Pitty” Lacerda, substituindo o baterista original. E, continuando o “desfile” de divas no palco, o vocal de Larissa Montagner foi impecável, demonstrando equilíbrio perfeito entre potência e sensibilidade. A banda se despediu com o som próprio “Jump, Jump, Jump”, deixando a sensação de que vamos nos encontrar na próxima edição.
A terceira atração já alertava em sua fan page que ia “botar a cobra pra fumar” no palco do BR#5, e assim o fez. O potiguar Dasta Gomes (ex-The Bop Hounds) não economizou energia ao apresentar seu projeto solo intitulado Dasta Gomes And The Smokin’ Snakes, dividindo o palco com André Kavêra no baixo, Lennon Z na bateria e Al Bud (sim, ele de novo!) na guitarra. O show foi tão eletrizante que,se havia alguém sentado, foi por dançar até o chão.
E para encerrar a noite, os gaúchos da Lennon Z And The Sickboys Trio não deixaram por menos e provaram por que participam do evento desde a primeira edição. Tivemos o melhor do rock dos anos 1950 com seu maravilhoso trabalho autoral, encerrando a noite em grande estilo. Além de Lennon Z nos vocais e violão, a formação traz Jones Ireland no baixo, Gus Sickboy na guitarra e Mr. Bow Tie na bateria.
E para quem gosta de levar para casa um souvenir, teve venda de produtos customizados do BR#5, como canecas, bottons e camisetas, e estandes com roupas, acessórios e livros relacionados à cultura kustom e rocker. Foi uma noite e tanto para os apaixonados por rockabilly. E pasmem, a definição “enérgica” nem soa mais tão clichê depois de tudo.
Veja como foi a última noite do evento aqui.