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Swinging Sixties, a era que revolucionou a juventude britânica

27 de janeiro de 2023, por Leila Benedetti
Lifestyle
Swinging Sixties

É muito evidente que os anos 60 foram bem marcados por uma revolução liderada pelos jovens, causando um impacto político e cultural na sociedade. Essa revolução foi considerada uma era conhecida como Swinging Sixties, que ficou em voga na cidade de Londres, na Inglaterra, durante toda a segunda metade da década e é caracterizada por uma série de fatos históricos e culturais ocorridos naquela época. 

Quem usou o termo “swinging” pela primeira vez para definir essa nova cara da juventude britânica foi a então poderosa editora-chefe da Vogue Diana Vreeland. Em uma de suas publicações , ela declarou que “Londres era a cidade mais swinging do mundo”, dizendo que era a mais descolada, vibrante e vanguardista. 

Logo depois, a revista americana TIME aderiu ao termo criado pela jornalista para chamar a cidade de Swinging London em um de seus editoriais. Quando os anos 60 acabaram, a era passou a ser referida como Swinging Sixties, para afirmar que a década foi marcada pela grande mudança sociocultural. 

Diana Vreeland
(Diana Vreeland – esq. – posando com uma modelo nos bastidores da Vogue nos anos 60. | Foto: Acervo/Museo Fortuny)

Sua origem tem teor histórico, pois é consequência da recuperação econômica e moral da Europa, principalmente da Grã-Bretanha, após a Segunda Guerra Mundial. Portanto, oportunidades de emprego sobravam aos montes não apenas para os adultos, como também para os jovens, que acabaram se tornando mais financeiramente independentes. 

E já que se tornaram mais independentes nesse quesito, claro que alcançaram a independência na forma de pensar, ou seja, alcançaram a liberdade de expressão. Com isso, a juventude britânica deixou de consumir as mesmas coisas que seus pais. Eles passaram a ter sua própria moda, sua própria música, seus próprios lugares para frequentar e sua própria visão sócio-política. 

Toda essa revolução entre os jovens também abriu portas para que muitos nomes hoje bem conhecidos surgissem, como os Beatles na música e Mary Quant na moda, além de fatos como a invasão britânica, que deu espaço para outras bandas pop/rock, como The Kinks e Rolling Stones, se manifestarem, o surgimento dos mods e a popularização do bairro do Soho, principalmente a rua Carnaby Street

Carnaby Street
(Jovens fazendo compras na Carnaby Street nos anos 60. | Foto: Getty Images/Michael Putland)

Outros aspectos sociais e culturais também foram impactados. Nas artes visuais, o modernismo foi resgatado e repaginado pela era, trazendo mais cor e formas geométricas para o design em geral, enquanto que o cinema nos apresentava a fictícia rotina dos agentes secretos, como o James Bond. Já no quesito comportamental, os jovens adotaram uma postura similar à de hoje, a liberdade sexual e o “novo feminismo” são algumas de suas características.

Logo quando surgiu, a Swinging Sixties influenciou o resto do mundo. Aqui no Brasil, a censura provocada pela Ditadura Militar limitou o nosso acesso à informação e à cultura, fazendo com que adotássemos apenas a moda e a música, mas acreditando que tudo foi influência dos Estados Unidos e mantendo os antigos e conservadores costumes. Nem os mods o país teve conhecimento, só teve (e de forma um pouco discreta) nos anos 80 com o revival da subcultura.

Essa era teve seu fim em 1970 com a chegada da psicodelia e dos hippies. Mas até hoje ela é altamente lembrada, tanto em Londres com seus pontos turísticos, quanto em alguns filmes para o cinema, como a franquia do Austin Powers e Noite Passada em Soho.

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