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Banda de psychobilly irlandesa Spellbound faz turnê no Brasil; veja entrevista

21 de janeiro de 2016, por Daise Alves
Música
Spellbound

Referência de banda psychobilly irlandesa, com 30 anos de estrada, porém 10 de hiato, Spellbound retorna ao Brasil para uma turnê, que passará pela capital, interior e litoral paulista e também em Curitiba para o Rock Carnival, evento que faz parte do Psycho Carnivalfestival que acontece na cidade nessa época do ano e que agrega várias bandas nesse estilo.

Formada por Frankie Hayes (vocal, guitarra e líder), Simon Farrel (baixo), Glen Carrigg (bateria) e Gaz Marson (guitarra), a banda faz um mix de rockabilly, country, ska e punk, para criar um som psychobilly que seja a cara do grupo. Também usa de personagens folclóricos da Irlanda para compor suas músicas e ainda dá uma característica old scholl para as canções, de forma que lembre o bom e velho rock and roll dos anos 50.

Aproveitando a novidade, conversamos com o baixista Simon Farrel sobre a carreira da banda, o CD de maior sucesso, ‘Stir It Up’, a produção do novo álbum que está por vir, suas vindas ao Brasil, e claro, a expectativa para tocar por aqui novamente já na próxima semana. Confira abaixo o nosso bate-papo com o músico:

Spellbound

Frank e Gaz em show (Foto: Tombstone)

Universo Retrô – A banda Spellbound está na estrada há 30 anos. Como vocês têm sobrevivido a essas décadas?

Spellbound – Bem, entre 1990 e o começo dos anos 2000, Spellbound não estava em atividade. Infelizmente, o baixista original, Lar Doyle, faleceu e a banda decidiu que não seria certo continuar sem ele. Então, praticamente por 10 anos o Spellbound não existiu. Foi, então, que, em 2002, nosso amigo Philipe Doyle (Klingonz, Guitar Slingers), enviou um e-mail questionando sobre fazer alguns shows da banda na Europa. Nós tocamos em alguns festivais e como deu tudo certo, decidimos gravar um novo álbum (‘Fistful of Spells’, 2003), o segundo álbum da banda. Ele foi bem recebido e vendeu bem, então, as coisas retornaram a partir daí.

Universo Retrô – Com tanto tempo de existência, como tem sido a mudança e aceitação do público com em relação a música psychobilly durante esse período?

Spellbound – No começo as pessoas ficavam chocadas com a música, porque era algo muito alto e rápido. Já nos dias de hoje, eu acredito que elas já não ficam mais tão assustadas, agora somos caras mais velhos e as pessoas sabem que nós somos sérios, mas elas deveriam se assustar… pois agora, qualquer coisa pode acontecer no palco (risos). Quanto ao ‘mainstream’ na Europa, o som psychobilly ainda é algo praticamente desconhecido, mesmo tendo muitas bandas ao redor do mundo tocando esse tipo de música.

Universo Retrô – Spellbound é referência de banda psychobilly da Irlanda. Quais as influencias de vocês? 

Spellbound – Sim, o nome Spellbound faz referência ao passado místico do nosso país, e aquelas histórias de bruxas, banshees, poolas, leprechauns, etc. Sempre há um elemento sobre essas lendas em cada um dos nossos álbuns, nós nunca deixamos essas histórias antigas de lado.

No começo, nós ouvíamos bandas como The Meteors, Batmobile, Guana Batz, Long Tall Texans, Frenzy, Restless, The Ricochets e muitas outras. E naquela época, era muito difícil encontrar esse tipo de som na Irlanda, então os álbuns dessas bandas eram passados de um para o outro por fitas cassetes (vocês lembram de fita cassetes?). Mas, apesar de sermos uma banda de psychobilly, nós sempre quisemos que nosso som se assemelhasse à clássicas bandas de rockabilly dos anos 50 de alguma maneira, então, quando nós compomos músicas novas, sempre tentamos fazer com que elas tenham uma pegada ‘old school’, assim, até os fãs do rockabilly e rock n roll dos anos 50 podem achar alguma coisa pra ouvir da nossa música.

Capa do álbum 'Stir It Up'

Capa do álbum ‘Stir It Up’ (Foto: Reprodução)

Universo Retrô – “Stir it Up” foi o último álbum lançado pela banda. Como foi o impacto desse álbum com o público?

Spellbound – Bem, nós não sabemos exatamente quantas cópias de “Stir it up’ foram vendidas, provavelmente alguns milhões (brincadeira!, rs), porque como vocês podem ver, nós temos pessoas que lidam com todas essas coisas (outra brincadeira, hehe) e essas pessoas nos enviam grandes containers de dinheiro a todo momento, então nós temos vendidos milhões de cópias (brincadeira de novo, hehe).

Eu acredito que “Stir it Up’’ tem sido o álbum de maior sucesso da banda desde que foi lançado, e eu penso que parte disso é que nós tocamos em muitos shows e festivais em muitos países da Europa entre 2009 e 2012, então, muitas pessoas ficaram interessadas pela banda nesse período. Além disso, como eu havia dito, nós sempre tentamos fazer um mix em nossas músicas, e tentamos fazer muitas coisas diferentes. É por isso que nós chamamos de “Stir it Up”, porque é um mix de sons e ideias. Há música rockabilly, country, ska, punk, e claro, o bom e velho psychobilly.

Universo Retrô – Agora “New Blood” será lançado. Quais as expectativas para esse novo álbum?

Spellbound – Nós começamos as gravações na Irlanda antes do Natal, mas agora teremos que esperar até o final de fevereiro para finalizá-lo, já que estaremos no Brasil! Eu acredito que o álbum deva ser lançado entre abril e maio, e eu sei que nós já temos algumas datas agendadas na Irlanda e na Holanda nesse meio tempo, então, talvez esses serão os shows de lançamento.

O nome “New Blood” do álbum é porque nós temos dois novos membros, Glen Carrigg na bateria (ele está na banda já há muitos anos, mas nunca gravou algo com Spellbound) e Gaz Marson (Surf Rat) na guitarra. Esse será um ótimo line-up e nos estamos esperançosos que esse seja nosso melhor álbum. O que nós já temos gravado está fantástico, precisamos terminar esse trabalho logo!

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Da esquerda para a direita, Frankie Hayes, Gaz Marson, Simon Farrel e Glen Carring (Foto: Reprodução)

Universo Retrô – Como é a cena rockabilly e psychobilly na Irlanda?

Spellbound – Na Irlanda, como em muitos lugares da Europa, a  cena é pequena, porém, muito dedicada. As pessoas que seguem esse estilo musical e os rockabillies, no geral, sempre tentam fazer shows maiores, mas há apenas alguns poucos lugares para ver e ouvir música ao vivo regularmente. Nós não tocamos em Dublin com a frequência que gostaríamos, mas quando tocamos sempre tentamos fazer um grande show e uma noite memorável.

Universo Retrô – Entre muitas celebridades com as quais vocês têm tocado, uma delas é a cantora Imelda May, ela é muita querida aqui no Brasil. Como tem sido trabalhar com ela?

Spellbound – Imelda é como uma irmã para nós, uma mulher maravilhosa! Nós todos nos conhecemos desde que ela era muito jovem, quando estava começando como cantora de blues em Dublin. Ela sempre fez parte da cena em Dublin, tanto tempo que nem lembro ao certo! Ela veio para muitos show da Spellbound, e a banda tem aberto muitos shows para ela na Irlanda – embora algumas pessoas mais velhas da plateia pareçam um pouco confusas com o nosso som psychobilly (risos).

Ela é muito profissional e muito fácil de conviver, e claro, muito talentosa! Ela foi entrevistada pela rádio nacional da Irlanda ano passado sobre a sua música favorita, e ela tocou um som da Spellbound ao lado de U2 e Lou Reed. Nós ficamos muito honrados com isso, e eu acho que foi a única vez que uma música da Spellbound foi tocada em uma rádio nacional!

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Flyer da tournê da banda Spellbound no Brasil (Foto: Divulgação)

Universo Retrô – Vocês tocaram no Brasil outras vezes. Como vocês se sentem ao tocar aqui? Qual a diferença entre o público brasileiro e o público irlandes e europeu?

Spellbound – Sim, nós já tocamos no Brasil antes. Brasileiros SÃO APAIXONADOS POR música! É maravilhoso ver as pessoas dançando e se divertindo feito loucas! Um dos nossos amigos brasileiros disse que é por causa do sangue sul-americano! Independente da razão, vocês realmente sabem se divertir! Nós realmente nos divertimos tocando no Brasil. Eu penso que na Europa as pessoas tem tantas opções de banda, talvez, às vezes, esqueçam a sorte que têm.

Universo Retrô – Quais são as expectativas para essa turnê no Brasil? Como surgiu a oportunidade de tocar por aqui?

Spellbound – Nós tocamos em um festival de psychobilly no Reino Unido chamado “Bedlam Breakout” poucos anos atrás, e também nesse mesmo evento estava o Sick Sick Sinners do Brasil. Nós ficamos no mesmo hotel que eles e nos tornamos amigos logo depois desse fim de semana que estivemos por lá. Eles nos perguntaram se nós gostariamos de ir para o Brasil e fazer alguns show, e nos dissemos “YESSSS!!!” (risos).

Desde nossa primeira turnê no Brasil, temos tocado também na Europa com o Mullet Monster Mafia (apresentado pelo baterista Emiliano do Sick Sick Sinners) e muitas vezes com As Diabatz, então, nós estamos muito perto e conectados com o Brasil. Eu fico muito feliz com isso!

Universo Retrô – Para finalizar, deixe um recado para os fãs brasileiros.

Spellbound – Nós estamos ansiosos para vê-los nos nossos shows nas próximas semanas. Nós sabemos que vocês terão ótimos momentos. Os show serão bem divertidos e essa turnê será memorável! Nós amamos tocar no Brasil, ver todos nossos velhos amigos novamente, além de fazer outros novos. Obrigado por nos trazer de volta!

AGENDA

27.01 – Ilha Cumprida, SP | Verão Cultural
28.01 – São José do Rio preto, SP | Sesc Rio Preto
29.01 – São Paulo, SP – Ozzy Stage Bar
30.01 – Poços de Caldas, MG | Drinks & Parts Pub
31.01 – Piracicaba, SP | Casarão Music Studio
02.02 – Piracicaba, SP | Locomotiva Session
04.02 – Santos, SP | Sesc Santos
06.02 – Curitiba, PR | Curitiba Rock Carnival Festival

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