A atração mais aguardada desta edição do Psycho Carnival se apresentou no último dia de evento, na segunda-feira, dia 9 de fevereiro, no Jokers Pub, em Curitiba. Após o lendário show de 1989, a banda inglesa Guana Batz fechou mais uma edição do carnaval curitibano com uma apresentação de tirar o fôlego, fazendo jus às expectativas de seu público.
Após 34 anos de formação, Guana Batz mostrou em seu show que, além de ser uma das primeiras, continua sendo uma das mais importantes bandas da cena Psychobilly. Com uma presença de palco e energia impressionantes, o grupo liderado por Pip Hancox lotou a casa e deixou a galera extasiada ao tocar hits como I’m on Fire, King Rat, Radio Sweetheart e Love Generator.
Aproveitamos a passagem da banda pelo Brasil e batemos um papo com o guitarrista Stuart Osborne, fundador da banda em 1982, junto com Pip Hancox. O músico nos contou um pouco sobre o show durante o Psycho Carnival, suas impressões sobre a cena brasileira, as mudanças ao longo dos anos, referências e o Psychobilly como um todo. Vem conferir!
Universo Retrô – O Guana Batz está na estrada há mais de 30 anos. Qual a fórmula para uma banda sobreviver a três décadas de sucesso?
Stuart Osborne – Eu acho que a principal razão da banda ter permanecido junta por 33 anos é que todos nós somos apaixonados pela música que fazemos, além de sermos bons amigos e não nos levarmos tão a sério. O bom humor e a amizade são coisas que prezamos muito entre nós.
Universo Retrô – Com tanto tempo de existência, como tem sido a mudança e aceitação do público em relação ao Psychobilly durante esse período?
Stuart Osborne – A cena Psycho com certeza mudou ao longo dos anos. Parece que a tendência de hoje em dia é as bandas se transformarem, de alguma maneira, em algo muito parecido. Há quase uma receita de como fazer uma banda Psyco agora. Acredito que a cena tem de voltar ao básico. Psychobilly quando era algo novo não era resumido a velocidade e podreira, mas, sim, atitude, grandes canções e cada banda tinha seu próprio estilo e identidade. Eu acho que seria realmente interessante se o “Billy” retornasse ao “Psycho”.
Universo Retrô – Vocês são referência para bandas Psychobilly, mas quais têm sido as influências de vocês?
Stuart Osborne – As nossas principais influências como banda vem de artistas clássicos do rock ‘n roll, como Eddie Cochran, Gene Vincent, Cliff Richard and The Shadows e Buddy Holly. Influências modernas, que vieram antes de 1981, incluem Meteors e Stray Cats. Essas eram coisas que ouvíamos na época da adolescência. Cochran foi uma grande influência, sempre gostamos muito do jeito que ele misturava estilos e chegava a resultados interessantes. Ele tinha ideias diferentes sobre como organizar e produzir música.
Universo Retrô – Em 1989 vocês fizeram o que foi considerado o primeiro grande show internacional de Psychobilly no Brasil e agora, quase 3 décadas depois, voltam ao Brasil como atração principal do Psycho Carnival 2016. Qual a diferença entre ter tocado em 1989, logo no início da carreira, e agora como uma banda lendária?
Stuart Osborne – A cena no Brasil é algo que sempre fez a diferença. Mas, dessa vez, ficamos muito impressionados com a quantidade de gente estilosa. É claro que a passagem desses 27 anos não teve nenhum efeito sobre nós da banda (risos). Sinto que somos os mesmos, nossa energia continua a mesma daquela época. Embora nem tivesse notado que já eram 3h da manhã, pra ser honesto, sempre preferi tocar na madrugada!
Universo Retrô – Como foi a receptividade dos brasileiros nesse festival?
Stuart Osborne – Nós não sabíamos o que esperar dos fãs depois de tantos anos do primeiro show. Ficamos deslumbrados com a reação das pessoas quando chegamos e o show, então, foi mais selvagem do que qualquer apresentação que conseguimos nos lembrar. Ficou mais que claro o quanto os Guana Batz são queridos no Brasil. O público sabia cada verso das músicas que tocamos e “King Rat” fechou com um coro lendário. Foi brilhante!
Universo Retrô – Vocês cantaram hits e fizeram um show enérgico, com grande presença de palco, fazendo todo mundo entrar na mesma sintonia. Como é manter essa energia por todo esse tempo de banda?
Stuart Osborne – Assim que entramos no palco os anos parecem que não contam mais. É como se a gente mostrasse ali que somos como sempre fomos. Independente de idade ou tempo de banda, queremos apenas nos divertir e desfrutar os bons momentos tocando para a galera. Isso é o que nos move, nós amamos.
Universo Retrô – Por que vocês ficaram tanto tempo sem tocar no Brasil? Pretendem voltar mais cedo depois desse show histórico?
Stuart Osborne – Faz tempo que a gente quer voltar ao Brasil, mas acabou não rolando. Se dependesse da gente, voltaríamos todos os anos, mas sabemos que nem sempre é possível por diversos motivos. Já estamos ansiosos para um próximo show, mas ainda não sabemos quando isso vai acontecer. Vamos torcer!
Universo Retrô – Qual a diferença entre a cena Psychobilly no Brasil e na Europa?
Stuart Osborne – No mundo moderno em que vivemos, as diferenças entre locais é cada vez menor hoje em dia. A primeira vez que viemos ao Brasil, era possível ver uma diferença real no estilo e personalidade entre os dois públicos, mas, agora, essa diferença é muito menor e vai diminuindo mais a cada ano. No final das contas, todo mundo busca a mesma coisa, ouvir o som que lhe agrade e se divertir ao lado dos amigos. Isso é ótimo!
Universo Retrô – Já faz alguns anos que vocês não lançam um álbum. Há previsão para um novo trabalho?
Stuart Osborne – Estamos estudando algumas possibilidades para novas gravações e espero ter boas notícias o mais rápido possível.
Universo Retrô – Para finalizar, deixe uma mensagem para os fãs brasileiros que estão até agora emocionados com o show do Guana Batz na última segunda-feira.
Stuart Osborne – Agradecemos por serem grandes apoiadores do Guana Batz. Realmente nos divertimos muito ao tocar para vocês e esperamos voltar ao Brasil em breve.
ARRASARAM MUITO MENINAS!
e que show… <3
Obrigada, querida! Que show mesmo!!! :)