Crescemos ouvindo que “mãe só tem uma”. No cinema vemos os mais variados tipos de mães, mas nem sempre nos damos conta de que, mesmo a mãe sendo única, ela pode ser várias coisas ao mesmo tempo: moderna, sentimental, intelectual, e por aí vai. Mas há algo que une todas as mães do mundo: o amor incondicional aos filhos. Da grávida cheia de desejos do filme Madame a des Envies (1907) de Alice Guy-Blaché às mães adotivas e/ou homossexuais dos filmes modernos, as mães são todas iguais. Neste Dia das Mães, escolhemos 10 mães inesquecíveis do cinema clássico. Qual mais se parece com a sua?
1 – The Dear One (Mae Marsh) em Intolerância, 1916: Das quatro histórias que se revezavam no épico de D.W. Griffith, a história moderna de um jovem casal proletário se destaca. Mae Marsh interpreta uma mãe que vai contra a lei para garantir a saúde do filho: vivendo com poucos recursos e com o marido preso, ela dá uísque para a criança melhorar e se torna alvo da ira de um movimento de temperança.
2 – Anna Moore (Lillian Gish) em Inocente Pecadora, 1919: Anna está no rol das mães mais condenadas pela sociedade: ela foi mãe solteira. Pouco tempo depois, ela perde o filho, ainda bebê, em uma das cenas mais comoventes do cinema mudo, que fez desmaiar até o pai do pequeno ator que estava em cena. Este filme também é conhecido como Horizonte Sombrio.
3 – Delilah (Louise Beavers) em Imitação da Vida, 1934: É a empregada e confidente de Bea Pullmann (Claudette Colbert) que dá a ideia que fará sua patroa erguer um império. Delilah prefere não colher os frutos do sucesso, e tem de lidar com um grande problema: sua filha Peola a rejeita por ser negra. Peola tem pele clara e consegue passar por branca, e não quer mais relações com a mãe que lhe lembra da herança negra. Este filme tem um remake de 1959, com Juanita Moore no papel de Delilah.
4 – Stella Dallas (Barbara Stanwyck) em Stella Dallas, Mãe Redentora, 1937: De início, nos perguntamos se Stella Dallas deveria ter tido filhos. Mas depois ela se mostra uma das melhores e mais inesquecíveis mães do cinema. Para dar mais oportunidades à sua filha Laurel dentro da alta sociedade, ela faz um imenso sacrifício.
5 – Senhora Jumbo em Dumbo, 1941: Mãe é quem tenta nos proteger dos perigos e maldades do mundo e quem nos ama do jeito que somos – apesar de nossos defeitos e esquisitices. A senhora Jumbo aceita sem problemas o elefantinho orelhudo que a cegonha trouxe, e não deixa ninguém zombar de seu filhote. Uma mãe exemplar!
6 – A mãe de Bambi em Bambi, 1942: A cena mais “de partir o coração” da história da Disney tem raízes reais. Walt Disney se sentia culpado pela morte da própria mãe porque, em 1938, ele usou parte do lucro de Branca de Neve e os Sete Anões para comprar uma casa para a senhora Flora Disney. Meses depois Flora morreu em consequência de um vazamento de gás. Sentindo-se culpado, Walt criou uma cena pungente, e nos ensinou muito cedo a dar valor às nossas mães.
7 – Kay Miniver (Greer Garson) em Rosa de Esperança, 1942: O papel da mãe se modificou durante a guerra: ela teria de deixar o moral da casa alto e lidar com a incerteza de ter marido, filhos ou irmãos combatendo. Antes, ela era só mais uma das donas de casa da Inglaterra. Com o início do conflito, se transformou no porto seguro de toda uma comunidade, com destaque para sua nova nora, Carol (Teresa Wright). Papel semelhante em temática foi desempenhado por Claudette Colbert em Desde que Partiste, de 1944.
8 – Mildred Pierce (Joan Crawford) em Alma em Suplício, 1945: O cinema adora mães que se sacrificam pelos filhos – mesmo que estes não mereçam o sacrifício materno. Veda Pierce (Ann Blyth) usa sedução e mentiras para subir na vida, enquanto a mãe Mildred trabalha duro em seu próprio restaurante. Mas Mildred está disposta a assumir a culpa no lugar da filha para livrá-la da prisão.
9 – Mamma Roma (Anna Magnani) em Mamma Roma, 1962: Ela quer apenas esconder seu passado, se possível esquecê-lo, pelo bem do filho adolescente Ettore. Ela não se orgulha nem necessariamente se envergonha de ter sido prostituta, mas teme pelo sofrimento que será causado se seu filho descobrir sobre isso.
10 – Rosemary Woodhouse (Mia Farrow) em O Bebê de Rosemary, 1968: Pobre Rosemary! Foi um pacto sinistro do marido que fez com que ela tivesse de carregar o herdeiro do diabo. Mesmo com muita esquisitice a rodeando, ela nos dá a entender que vai cumprir seu papel de mãe amorosa de qualquer maneira.