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Mães Pin-Up contam sobre as dores e delícias de manter o estilo de vida retrô com a maternidade

6 de maio de 2022, por Mirella Fonzar
Lifestyle

Penteado elaborado que leva horas pra montar, maquiagem nada discreta, vestidos vintage frágeis e não muito confortáveis, cinta liga, espartilho, acessórios de cabeça, sapatos altíssimos, bolsas que não cabem nada… É fato, manter fielmente o estilo Pin-up ou retrô demanda tempo, coisa que dificilmente nós, mães, temos disponível nos dias de hoje.

Ao contrário das gerações passadas, que se dedicavam exclusivamente à maternidade e aos cuidados com o lar, hoje a rotina de muitas mulheres se mostra ainda mais puxada que antes, tendo que ser dividida com o tempo para estudos, trabalho e outras atividades típicas da mulher pós-moderna.

Pensando nas dificuldades em manter o estilo pessoal, quando se tem tão pouco tempo disponível para si, neste mês das mães batemos um papo com mulheres de vários lugares do Brasil, que nos contam sobre as dores e delícias de ser uma mamãe retrô.

Bruna Carolina – @sonhovintage

Estudante de design de interiores
Mãe do Noah de 3 anos
Paranaguá – PR

Mamãe Retrô Pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Sempre gostei muito de história e moda e me dedicar a aprender sobre coisas que tenho interesse. O meu estilo é uma dessas coisas, busco muita referência para me sentir feliz dentro do que gosto. Mas, em relação à vestimenta, depois da maternidade, mudou completamente! Hoje em dia, já não tenho mais tempo pra me dedicar a me arrumar todos os dias. Fazer penteado, maquiagem, planejar lookinho, usar salto. Isso ficou para as ocasiões especiais.

Hoje, quando saio com meu filho, só me dedico a colocar roupa e sapato confortável porque ele vive correndo. Ele é autista e quase todos os dias o levo nas terapias e fico lá esperando cerca de duas horas; nem consigo me imaginar passando por isso sem o mínimo de conforto.

Mas como mãe e mulher que sou, aprendi que posso e devo me dedicar a cuidar de mim, então, geralmente uma vez por semana, consigo reproduzir e vestir algo que realmente gosto. Meu filho ainda não fala, mas toda vez que me arrumo ele me olha de um jeitinho diferente e mega fofo, me dá abraço e beijo. Acho que isso significa que ele gosta, né?”

Jamilly Belladona @miss_pinupjamillybelladona

Gastronoma e professora de dança
Mãe da Aghata de 20 anos e a Alice de 6 anos
Londrina – PR

mamae-retro-mae-pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Na minha família, vivemos o retrô no dia a dia, então, não vejo dificuldades em manter o estilo sendo mãe. Não mudei o meu modo de vestir nem durante a gestação e nem após a maternidade. As minhas filhas amam minhas roupas, adoram ver as apresentações de dança minha e do marido e as aulas de jive Rockabilly que damos em casa.

A minha filha mais velha curte fazer cosplay, portanto não se veste como eu. Mas, a mais nova adora. Ela é a minha companheira de filmes retrô e assiste até cinema mudo. Adora se vestir como eu, ama Marilyn Monroe e Elvis Presley. E na cabecinha dela, já conversou e ganhou presentes do próprio Elvis (risos). Mas na realidade são os covers que vamos assistir desde que ela era bebê.

Sou a mãe diferente nas reuniões da escolinha e nas festinhas infantis. As outras mães com seus looks chiquetosos me olham diferente, mas não me importo. Gosto de ser exatamente assim. Na cena é onde me sinto acolhida, por ter meus amigos por perto. Por aqui todos os domingos têm algum encontro de carros e é lá que encontramos amigos amantes do retrô como nós. As crianças se reúnem no parquinho e os pais levam as cadeiras de praia… e bora assunto sobre os carros.”

Eliana Kirchner – @eumaeretro

Proprietária do Brechó Mãe Retrô
Mãe da Maju de 3 anos
Joinville – SC

mamae-retro-mae-pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“É possível manter o estilo retrô depois que a gente vira mãe, dependendo da demanda. Nós mães precisamos nos cuidar acima de tudo depois da maternidade, mas sabemos também o quanto isso é difícil no começo. Mas dentre uma soneca e outra da criança, a gente faz o que é possível para manter o estilo.

Quando consigo, aproveito e levo minhas referências para minha filha. Além de amar muito e o vintage/retrô fazerem parte do meu dia a dia, pois tenho um brechó, também ouvimos muita música e dançamos juntas! E ela adora!

Em relação ao acolhimento em relação a nós mães, sinto que não só na cena, mas, no geral, somos excluídas do vínculo social. Somos separadas como sendo nossa obrigação nos mantermos em casa cuidando dos filhos e quando os levamos para os lugares somos julgadas.”

Luci Carbonieri @luci_carbonieri

Artesã e Proprietária da Luci Blu Costura Criativa
Mãe do Ravi de 12 anos e Lorenzo de 1 ano e 11 meses
Londrina – PR

mamae-retro-mae-pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Sou mãe de dois príncipes e curto o estilo Retrô há cerca de 15 anos. Tive que adaptar algumas coisas depois da maternidade, tipo o tamanho do salto; hoje em dia já eu não consigo manter o salto alto e correr atrás do caçula, por exemplo, num evento (Risos)

A propósito, os eventos da cena vintage tem tudo para acolher uma família, independente de como ela é formada, mas tem gente que simplesmente não gosta quando tem crianças por perto. O problema as vezes está em quem frequenta!

De qualquer forma, sempre procuro passar algo do estilo para meus filhos, através de filmes e da música. O Ravi, meu filho mais velho, por exemplo, acha o estilo divertido, gosta muito dos carros antigos e dos filmes, porém não é muito fã das tatuagens.”

Miss Gennie – @missgennie

Cabeleireira, proprietária do Espaço Hairdo
Mãe da Beatriz de 10 anos
Curitiba – PR

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(Foto: Arquivo Pessoal)

“Para quem ama verdadeiramente o estilo, não vai mudar com a maternidade, apenas fazer adaptações! Eu continuei seguindo o estilo que amo durante a gestação e após, usando roupas iguais da Bia, deixando o salto alto e as cintas-liga de lado por um tempo, dando lugar para sapatilhas, saias e vestidos mais rodados, mas sem perder a essência e personalidade. Os penteados, que são minha paixão, nunca deixei de fazer, usando mais bandanas que facilitam para cuidar de criança pequena e em algumas ocasiões rolava um cabelo mais elaborado.

O tempo que temos para nós reduz muito, a atenção é quase 100% ao bebê, mas, assim que vão crescendo, as coisas vão se encaixando. No começo, nos sentimos muito sozinhas, são muitas mudanças, tanto hormonais quanto no cotidiano em si. Os amigos que te chamavam para sair, somem! A desculpa é sempre a mesma: ‘não quero atrapalhar, agora sua vida mudou, criança não entra em tal lugar’, mas no fundo sabemos que não interessamos mais! Muita gente julga o comportamento da mãe que deixa de fazer algumas coisas por conta do filho, e por fim se afasta! Depois isso vai mudando um pouco, mas creio que muitas amizades se perdem nesse caminho.

De qualquer forma, eu e meu marido, na medida do possível, quando saímos levamos a Bia desde bebê. A influência é inevitável, ela gosta muito de tudo isso, está sempre querendo usar roupas e cabelos parecidos com os meus, porém, dentro da idade dela. Eu conto para ela sobre meus gostos voltados ao vintage, ela está sempre no meu salão assistindo aos penteados que faço. Quando perguntam, já sabe dizer direitinho o que é uma Pin-Up e todo o contexto disso! Sou a “mamãe diferente das outras” e ela se orgulha!”

Wendy Dorta – @miss.wendy.d

Pin-Up e amante do rockabilly
Mãe do Kevin de 26 anos e da Manu de 8
São Paulo – SP

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(Foto: Arquivo Pessoal)

“É muito triste algumas pessoas não enxergarem as mães como mulheres e com isso acreditarem que elas não possam ter seu próprio estilo. Acho totalmente possível seguir o estilo que desejar sendo mãe, e isso inclui, o estilo Pinup. Contudo, a maior dificuldade nesta fase em que minha filha está é cumprir horários. É difícil você se arrumar, arrumar a criança e paralelo a isso ter que fazer as coisas do dia a dia, como alimentação, etc. Dia de passeios se tornam grandes eventos com muitas listas e estratégias para conseguir dar conta de tudo sem esquecer nada.

Em um primeiro momento os saltos eram impossíveis, brincos grandes e as produções se tornaram bem mais simples. Hoje em dia, não mais. Consigo já me vestir exatamente como gostaria. Eu acredito que o que mais tenha mudado após a maternidade tenha sido as prioridades. Roupas retrô ou vintage não são exatamente muito acessíveis e, quando nos tornamos mães, precisamos fazer escolhas, não dá mais pra comprar tudo que gostaríamos e nem ir a todos os eventos. Só é possível ir a eventos que acabam cedo ou que tenham estrutura para crianças.

Graças a Deus, olho e vejo cada dia mais que escolhi o meio certo. Nunca tive problema algum nessa cena. Todos os eventos são extremamente familiares, as pessoas de um modo geral se conhecem e sempre tem outras crianças nos locais. Antigamente, as festas e eventos eram todos à noite e, hoje em dia, a grande maioria começa à tarde e termina por volta das 23h, o que facilita muito a vida das mães. Posso dizer que, tenho muito mais problemas em locais e eventos comuns do que na cena vintage/ custom. Me sinto bastante acolhida nesse sentido.”

Chrystina Evil Apple @evil__apple

Bióloga especialista em vigilância sanitária em aeroportos
Mãe do Joshua de 8 anos
São Paulo – SP

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(Foto: Arquivo Pessoal)

“No início a maternidade foi muito difícil pra mim. Morava no Rio de Janeiro e depois mudei para São Paulo; não tinha muitos amigos da cena de SP e como meu filho vivia doentinho e eu trabalhava muito, por isso, vivia cansada. Logo me vi sozinha com uma criança de pouco mais de 2 anos, quando me separei, e durante um bom tempo fui bem desleixada com meu jeito de me vestir. Usava muitas roupas na tentativa de esconder meu corpo, o que hoje em dia não faria mais. Conforme ele foi crescendo e eu conhecendo pessoas novas, voltei a me vestir no estilo e acredito que até com mais dedicação do que antes.

Acho a cena super acolhedora, já fizemos inclusive um ensaio durante um evento e mesmo meu filho não sendo muito fã de tirar fotografias ele se empolgou e as fotos ficaram lindas. Todas as vezes em que levei ele comigo num evento fui super bem recebida, não tiveram olhares incomodados e, dessa última vez no concurso do The Pinup Project, ele ainda fez um amigo, agora eles tem WhatsApp um do outro e jogam online. Com os eventos começando e terminando cedo, acho super possível e divertido levar as crianças para curtir também, sem aquela separação de que criança não pode estar junto.

Eu gosto de passar referências do estilo para ele, mas no dia a dia o deixo livre pra escolher o que vestir e os super heróis acabam vencendo (risos). Mas, quando vamos sair e vê eu me arrumando, se empolga em se arrumar também, apesar de ser mais tímido do que eu. O cabelo é de época; já gostou de topete, já quis raspado, comprido e moicano, agora está numa fase que gosta dele mais bagunçado, gosto de deixar ele se expressar sem impor um visual específico. Ele adora se tatuar, óbvio que com tatuagens temporárias, mas ele se diverte.”

Srta La Rodrigues – @srta.larodriguez

Enfermeira
Mãe do Thomas de 13 anos
São José dos Campos – SP

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(Foto: Arquivo pessoal)

“É possível manter o estilo sendo mãe sim! A maior dificuldade é sem dúvida as tarefas domésticas, cuidados com a criança e ter tempo de se arrumar. Conciliar tarefas de mãe com cuidados pessoais já é um desafio enorme, mas montar uma Pin-up gasta tempo. Lembro que no início era difícil usar alguns tipos de roupa. Quando eles são pequenos, estão mamando, ficam no colo ou estão correndo, mãe precisa de praticidade.

Mas, atualmente, com ele grandinho, uso tudo o que eu gosto de usar sem grandes problemas. Hoje em dia, meu filho já acompanha meu ritmo de Pin-up, inclusive, vai em alguns eventos. Ele curte as músicas (já peguei ele ouvindo sozinho sons antigos!), a decoração; ele adora me ver montada, sempre fala que eu tô bonita, fica me olhando e dá umas risadinhas de longe. Eu sei que ele é meu maior fã. Eu adoro isso nele.

Acho que a cena vintage / retrô mudou muito. Nem sempre ela é acolhedora, nem sempre dá pra levar os filhos. Mas tenho participado de eventos que deram super bem para levar as crianças. Isso é fantástico!

Miss Honey Moon – @miss.honeymoon

Enfermeira e fotógrafa
Mãe do Miguel de 14 anos e na fila para adoção
São João de Meriti – RJ

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(Foto: Arquivo Pessoal)

“Gosto de me vestir no estilo retrô em todos os momentos e aproveito para inserir a minha família também neste contexto. O que mudou no modo de me vestir após a maternidade foi apenas as combinações de roupa que faço com meu filho quando saímos para algum lugar, pois sempre tento inseri-lo no cenário retrô e assim contamos uma história através do nosso visual.

Como amo este universo, acabei despertando nele a curiosidade sobre o assunto. Costumo compartilhar meus gostos com ele através de filmes que assistimos juntos, discos que ouvimos em casa, na própria decoração da nossa casa que é totalmente no estilo anos 50 e lugares inspirados na cultura retrô, nos quais frequentamos. Ele curte bastante e tem muito orgulho em fazer parte, principalmente porque é algo que sempre fazemos em família, além de sempre me elogiar quando estou arrumada (risos).

Acredito que a cena vintage é acolhedora com mães e crianças, mas poderia ser mais. Não vejo eventos que tenham também entretenimento voltado para o público infantil, que são os nossos filhos e estão sempre conosco. Quando nossos filhos são inseridos naquilo que fazemos, eles se sentem importantes e interessados em participar. Assim a cultura retrô pode sempre se manter viva passando de geração em geração.”

Honey Doll – @dani_honeydoll

Estudante de educação física
Mãe do Anthony de 7 anos
Mogi das Cruzes – SP

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(Foto: Arquivo Pessoal)

“É super possível e fica mais encantador o estilo retrô quando somos mães, mas é necessário adaptar algumas coisas. Eu por exemplo, opto por peças mais confortáveis dentro do estilo; costumo encomendar roupas sob medida e sempre tenho preferência por tecidos com elasticidade, pois após a gestação meu corpo mudou muito – tenho diástase, que é o afastamento dos músculos abdominais e do tecido conjuntivo em decorrência da gravidez. A parte boa é que dentro do estilo pinup existe um leque de opções de roupas, acessórios e calçados que dá pra adaptar. Apesar de ser louca por saltos, no cotidiano também prefiro usar calçados confortáveis, pois a minha vida é super agitada.

Desde que me tornei mãe, percebi que as pessoas cobram uma perfeição imensa em todos os aspectos, o que não existe. As pessoas acreditam que todas as mães têm que dar conta de tudo no cotidiano, acreditam que você tem que ser uma dona de casa exemplar, tem que ter filhos que nunca baguncem (criança não é enfeite de sala, crianças costumam ser agitadas), e por aí vai. Sem contar que as pessoas têm o péssimo hábito de se intrometer na criação dos filhos dos outros ou fazer julgamentos, mas não ajudam em absolutamente nada.

Outra dificuldade que vejo é falta de espaços que valorizem crianças – principalmente lugares que não tem fraldários para crianças pequenas. Quando meu filho era bem pequeno, era super difícil sair com ele no carrinho de bebê porque as calçadas são impossíveis, falta acessibilidade. Com a maternidade aprendemos muitas coisas boas, mas também vemos que existem muitas pessoas sem noção, inclusive, aquelas que nos tratam mal porque não gostam de crianças.”

Katia Regina K Angel – @katiareginanemec

Contadora
Mãe da Marina de 15 anos
São Paulo – SP

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(Foto: Arquivo pessoal)

“Vivo esse lifestyle intensamente, sempre colocando algum elemento da cultura no modo de me vestir, nas músicas, na decoração, nos carros e tudo mais. Mesmo a minha filha não seguindo o estilo, ela sempre me acompanha nas festas e nos eventos e gosta da maneira como me visto.

Não tenho nenhuma grande dificuldade por ser mãe, porém não dá para fazer aquele penteado caprichado ou uma maquiagem temática com a frequência que gostaria, mas dentro do possível mantenho o estilo. Meu marido também me ajuda muito, me incentiva a estar sempre bem bonita e no estilo.

Não mudei nada após a maternidade, sempre fui discreta e mesmo com as mudanças no corpo, não tive nenhuma alteração no modo de me vestir. Depois da maternidade acredito que só melhorei, pois estou sempre me reinventando. É muito bom ser pinup e mãe!”

Cinara Pereira – @cinarampereira

Maquiadora
Mãe do Pedro de 7 anos
São Paulo – SP

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(Foto: Arquivo pessoal)

“O estilo retrô/pinup é bem versátil e confortável, muitas roupas feitas pelas marcas atuais são bem funcionais e vestem todos os corpos, então foi bem fácil manter o estilo no começo da maternidade, inclusive, para amamentar e me locomover quando ele era pequeno.

Não é por acaso que meu filho é carinhosamente chamado de Baby Rock; ele é muito encantador, sempre que me arrumo, me elogia, fala que estou muito bonita e desde bem pequeno, sempre esteve presente comigo em festas e eventos como encontros de carros antigos.

Quando ele era mais novinho eu até preferia lugares mais fechados, mas o barulho acabava incomodando um pouco, hoje eu opto levá-lo em lugares abertos, que ele possa brincar sem eu achar que ele está incomodando. Lugares como o Gaz Burning, que coloca pula-pula para os pequenos em vários eventos, são exceção, pois, de modo geral, os lugares em si não nos acolhem, mas sim as mães, amigas e conhecidas que acabam dando apoio umas às outras.”

Juliana Lourenço – @playmate1960

Estilista e proprietária da Ju Lou Bolsas
Mãe da Georgia de 5 anos
Londrina – PR

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(Foto: Arquivo Pessoal)

“Acho super importante a gente transmitir nossas referências aos nossos filhos. A Georgia já ouve Beatles, diz que ama rock. Acho que o exemplo é o que mais importa, ela nos vê lendo sobre, ouvindo músicas, vai em eventos com a gente, desde bebê já anda em carros antigos; pra ela sempre fez parte da sua vida, então é algo natural.

Às vezes, em encontros de carros, quando é ao ar livre, tem algo destinado para as crianças, mas em termos de shows, especialmente noturnos, é impossível levá-la. Neste caso, a cena não é inclusiva, pois um evento dificilmente é pensado para quem tem crianças; como ter um espaço para que os pequenos possam brincar, se divertir, etc. Por outro lado, em relação às mães, é acolhedora, pois geralmente podemos contar umas com as outras, tirar dúvidas e desabafar, mesmo que à distância.

É possível ser mãe retrô sim, é ainda mais divertido. Com certeza as maiores dificuldades são a falta de tempo para sempre estar disposta a fazer uma simples produção a qualquer momento. No meu caso, que sou estilista autônoma, dona de casa e a Georgia está na escola, o tempo está cada vez se tornando mais escasso para fazer produções retrô. Agora, para fazer ensaios, sair totalmente montada com a família, precisamos de planejamento. Considero que o tempo seja o maior desafio de nós, mães.”

Patty Boop @pattyboop50

Contadora e produtora de eventos
Mãe do Lorenzo de 6 anos e Yuri 21
São Paulo – SP

mamae-retro-mae-pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Curto rockabilly há mais de 30 anos e não mudei meu estilo por causa da maternidade não, mudei algumas coisas mais pela idade. Acho que é possível manter o estilo mesmo sendo mãe sim, a diferença é que em alguns casos é melhor adaptar os visuais, por exemplo, usar sapato de salto quando o meu filho mais novo está junto complica um pouco, pois ele não para e correr atrás de salto é ruim (risos). 

Acredito que transmito muito meus gostos para os meus filhos. Não só em vestimenta e música, como nossa casa é toda decorada no estilo, então, não tem como não passar as referências para eles. Meus dois filhos acham bonito e gostam. Lorenzo de 6 anos me acompanha mais e sempre fala ‘mamãe, você tá linda’, quando me arrumo. 

Nunca tive problemas em sair com meus filhos no rolê, mas talvez pudesse ter mais opções para os pequenos nas festas de dia; por exemplo, no Gaz Burning, bar onde trabalho, a gente de vez em quando coloca pula-pula para as crianças que frequentam os eventos”.

Lulu Oliveira – @luluoliveiracoach

Design de balões, proprietária da Abelha Rainha Eventos
Mãe das gêmeas Aghata e Erika de 16 anos
Atibaia – SP

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(Foto: Arquivo Pessoal)

“Há cerca de 5 anos, estava procurando fotógrafo para um cosplay e achei o site Universo Retrô, onde havia indicação de algumas fotógrafas Então, fiz meu primeiro ensaio no Apartamento Retrô da Mirella pelo The Pin-Up Project. Vi seu estilo e sua casa e pensei ‘por que não viver assim também?’ Me apaixonei por aquele universo pois sempre tive alma vintage.

Eu já usava vestidos rodados ou tubinhos abaixo dos joelhos. Mas, com a maternidade tem que ser tudo mais prático e rápido. No dia a dia, mantenho geralmente um rabo de cavalo ou coloco uma flor e às vezes troco o salto por keds ou melissa. Dá muito certo. Maquiagem suave no dia-a-dia.

Tenho duas filhas gêmeas de 16 anos, meninas de ouro que me apoiam em tudo e, inclusive, já se identificam com a sutileza do estilo Pin-Up. Fizemos ensaio juntas e introduzi a elas às saias, sapatos e fomos adquirindo cada uma seus próprios estilos retrô. Acredito que estamos ainda iniciando neste caminho e queremos aprender muito mais.”

Barb Bombshell – @barb.bombshell

Produtora de ensaios fotográficos
Mãe da Annie de 19 anos, João Pedro de 9 e Maria Flor de 6
São Paulo – SP

mamae-retro-mae-pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Depois que nos tornamos mães, a gente tende a procurar peças mais confortáveis. Sem contar que leva um bom tempo pra gente fazer uma make bacana; às vezes durante a fase que os filhos são bebês, não nos sobra muito tempo pra isso. Mas dá pra colocar um bandana, uma baby look de banda bacana, uma calça jeans dobrada na barra ou até mesmo uma calça legging, um tênis all star, jaqueta jeans ou de couro. Dá pra manter um estilo mesmo na correria, sim. 

Hoje, quando tem algum evento e eu me produzo mais, vejo no olhar deles a admiração e logo vem o ‘mamãe, você está linda’. Isso é impagável e faz eu ter a certeza de que estou no caminho certo para formação de pessoas incríveis nesse mundo tão maluco. Costumo dizer que ser mãe é sofrimento e amor eterno; ser mãe é ser insegura com a educação, é sempre achar que você nunca faz o suficiente, é ter dúvidas, mas ter colo, ombros e ouvidos. Ser mãe é a melhor missão e o maior privilégio pra quem é, não importa se é biológica, de criação ou do coração.

Sinto que a cena mudou bastante em relação às mães, de uma forma geral. Antes, mãe não podia se divertir, era um tabu, hoje há quem acolha. Prova disso é o movimento feminista no estilo Pin-Up; os ensaios que trazem mães junto com seus filhos e ajudam a resgatar a autoestima; e a quebra de estereótipos da família perfeita, acolhendo mães solo que esticam as mangas pra cuidar de seus filhos sozinhas.”

Anny Cupcake – @gordosofica

Blogueira e modelo plus size
Mãe do Richard de 15 anos
Blumenau – SC

mamae-retro-mae-pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Sigo o estilo Pin-up há 4 anos e tenho um filho de 15 anos a quem transmito referências do meu estilo retrô. Ele ama especificamente os carros; o Santa Catarina Custom Show, por exemplo, é o evento da região que ele curte ir comigo. Me acompanha e me ajuda na preparação e execução dos meus ensaios fotográficos.

A inventividade e criatividade são minha marca registrada. Uma pin up plus size sabe como ninguém adaptar seu estilo, por que muitas coisas de figurino por exemplo não se acha fácil. Richard me ajuda também nas adaptações, assim é possível aliar o estilo à importante lição de adaptação em todas as áreas da vida, inclusive, na maternidade”.

The Red Dripper – @thereddripper

Publicitária
Mãe do Dante de 5 anos
Blumenau – SC

mamae-retro-mae-pinup
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Desde pequena eu me inspirava em grandes divas de cinema americano, imitando falas, tentando replicar a maquiagem. Ao decorrer dos anos, sempre tinha algum acessório com um toque retrô ou ligado ao mundo pin-up, mas foi na fase adulta que considero que amadureci meu estilo.

Tenho um filho de 5 anos e acho que é super possível manter o estilo pinup sendo mãe. Na minha opinião, quando a gente é apaixonado por um estilo, ele se reflete em nós de forma natural. O único problema é que o tempo para se arrumar é quase nulo no meu caso. Mas, mesmo assim, penso em combinar os looks, dependendo do lugar e usar roupas e sapatos mais confortáveis. Salto para correr atrás da “cria”, nem pensar!

Acho importante sempre levar ele junto nos eventos (eventos que façam sentido para a idade dele). Eu acredito apenas que a cena poderia ser mais acolhedora. Pensar em banheiros com trocador, lugares para amamentar, brinquedos ou alguma atração direcionada também para crianças. Temos muitos eventos grandes que vejo que falta isso. Quanto às pessoas, normalmente fico junta de mães ou de mulheres que entendem e de alguma forma são acolhedoras.”

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