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Evento homenageia a Casa Susanna e celebra a prática do Crossdressing em São Paulo

10 de março de 2017, por Zahrah Violet
Eventos

Neste sábado (11), acontece o evento que celebra a prática do Crossdressing e homenageia a Casa Susanna, refúgio de homens nos anos 50, que queriam se vestir e se comportar como as mulheres na época. A festa Casa Susanna 1950’s acontece no Biroska – Casa dos Artistas, no centro de São Paulo, e conta com diversos shows e trilha sonora que embalou os anos dourados.

Você sabe o que é realmente um Crossdresser? A grosso modo, trata-se da prática de vestir-se com roupas do sexo oposto. Em geral, essas pessoas são lidas pela sociedade como gays, mas vale deixar claro que essa não é uma correlação verdadeira. A prática do crossdressing está mais ligada a uma questão identitária do que a orientação sexual propriamente dita.

Foto: Reprodução

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Muitos se identificam como homens heterossexuais que sentem prazer em “se vestir” com roupas e acessórios femininos, reproduzindo símbolos de feminilidade que admiram. O ponto principal que diferencia o crossdressing de outras transidentidades é a relação com o gênero; a identificação com o sexo oposto se dá em ocasiões específicas, não há uma transição social completa.

Embora este estilo de vida tenha ficado mais conhecido no Brasil através do cartunista Laerte, que assumiu publicamente sua adesão ao Crossdressing, existiu uma sociedade “ancestral”, em plenos anos 50, a Casa Susanna, que, inclusive, já citamos em outra matéria publicada aqui no Universo Retrô: A importância dos crossdressers do passado para um mundo mais tolerante nos dias de hoje.

Foto: Reprodução

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Seus registros foram organizados no livro Casa Susanna, de Michel Hurst e Robert Swope, publicado em 2005. Comerciante de antiguidades, Swope encontrou em um mercado de pulgas várias fotografias de um refúgio em Catskills, no estado de Nova Iorque (EUA), para homens que queriam se vestir e se comportar como as mulheres da época, em detrimento de sua obrigação social masculina, de serem viris e gostarem das “coisas de homem”. Em vez disso, faziam seus drinks, jogavam cartas e usavam vestidos.

“O que eles talvez não soubessem é que estavam criando ali uma incrível vivência transgênera em plena década de 1950”, explica Izabelly Saints, representante brasileira do Club Cross International. “As limitações de gênero impostas por uma sociedade que enxerga a diversidade como ‘aberração’ não incomodam só agora, mas desde sempre – e a Casa Susanna é prova disto”, completa.

Foto: Reprodução

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Além do livro, a casa inspirou a peça teatral Casa Valentina, de Harvey Fiersten, e a realização do evento Casa Susanna 1950´s, que está acontecendo atualmente em dois momentos na capital paulista. O primeiro encontro aconteceu no Dia Internacional da Mulher, na última quarta-feira, no Dominatrix, uma casa fetichista na Rua Augusta, onde acontecem shows burlescos (inclusive, da autora que vos escreve) e apresentações de meninas do Club Cross.

A segunda parte do evento, como dito anteriormente, acontece neste sábado na região da Santa Cecília, a partir das 20h. “A festa tem como objetivo reviver a Casa Susanna, em homenagem a essas queridas irmãs, que mostraram tanta coragem em tempos de incompreensão”, explica Izabelly. O evento disponibilizará espaço para as participantes se produzirem e será ambientado com trilha sonora da época, que inclui sucessos dos anos 50 e 60.

SERVIÇO
Casa Susanna 1950’s
11 de março, à partir das 20h
Biroska – A Casa dos Artistas
Rua Canuto do Val, 9 – Santa Cecília, São Paulo – SP

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