Depois de publicarmos um artigo sobre o surgimento da dança “Rockabilly” no Brasil, vamos falar um pouco sobre uma outra modalidade que é novidade por aqui, mas que surgiu nos anos 50: o Stroll. Como falamos anteriormente, a forma de se dançar o rock ‘n roll dos anos 1950 no Brasil adquiriu algumas características próprias ao longo do tempo. Originalmente, tínhamos três estilos principais: Jive, Bop e Stroll, tendo cada dança um estilo musical diferente. Mas, é o Strolling, Rockabillystroll, ou simplesmente Stroll o assunto desta matéria.
O Rockabilly Stroll foi uma dança que ficou bastante popular na segunda metade dos anos 50, com o lançamento da gravação da canção “The Stroll”, por The Diamonds, em dezembro de 1957. O auge de seu sucesso entre os mais jovens, bem como o seu registro, se deu por conta das apresentações no programa de televisão American Bandstand – uma espécie de show de calouros, com apresentações e competições de dança, que durou de 1952 a 1959 e era apresentado por Dick Clarck.
Nessa versão original, eram formadas duas filas, uma de moças e uma de rapazes, que realizavam os passos no lugar, enquanto um casal por vez dançava de uma ponta a outra do corredor, formado por essas filas – daí o nome Stroll (passeio). Como podemos ver no vídeo acima.
O Stroll é mencionado em várias outras canções, como “I Wanna Bop”, de Billy Harlan, ou “Rockabilly Stroll”, de Johnny Austin & Darrel Higham. É importante mencionar que todas essas músicas são cadenciadas, com ritmo marcado porém nunca rápido, e com total influência do Rhythm and Blues, sendo até hoje o estilo ideal para se dançar o Stroll.
Após ser praticamente esquecido nos anos 60, o Stroll aparece no filme American Graffiti, de 1973, e é mencionado na música Rock ‘n Roll, do Led Zeppelin, e na trilha sonora do musical Grease. Com o passar das décadas, caiu novamente em desuso e ressurgiu com algumas novas características. Passou a ser uma dança para as garotas. Os rapazes também podem dançar, mas é principalmente o momento especial para as mulheres tomarem conta da pista.
Daí a importância de se escolher a música certa também. Sabe quando toca aquele R&B incrível, mas que não anima muito a dançar de par? Ou aquele rockabilly mais tranquilo? Essa é a hora de juntar as amigas e arrasar no Stroll. Embora dê para dançar em qualquer velocidade dentro do Rock ‘n Roll e Rockabilly, sendo que a contagem sempre será de 2/2, é importante respeitar os momentos da festa.
Aqui no Brasil, o Rockabilly Stroll está apenas começando, mas basta uma busca no YouTube para ver grupos se divertindo em festivais como Viva Las Vegas (EUA) ou High Rockabilly (Espanha), e também em festas e flash mobs. Em alguns lugares, já existem campeonatos de Stroll, onde os participantes realizam movimentos mais elaborados e coreografias, e também grupos que revivem o Stroll original ou criam novas versões.
Fiquemos, por hora, com o Stroll básico, que é uma linguagem universal: você pode dançar em Las Vegas ou em Paris da mesma maneira, e também repassar para as amigas! Os movimentos são bem simples. É possível aprender em casa com este vídeo que, atualmente, é o único em português sobre o tema, até a data desta publicação.
Por fim, já me questionaram algumas vezes que “parece passinho” (se referindo ao house, dos anos 80), e também com o country. Sim, parece! Parece porque são todas Line Dances (danças em linha), ou Danças Sociais, que são danças realizadas em filas, envolvendo grandes grupos nas festas.
A propósito, é bem possível dançar o Stroll em músicas com maior influência folk/western/hillbilly, desde que não sejam muito aceleradas. Mas, não se esqueçam de sempre correr pra dançar junto com todas as meninas quando for um R&B ou Rockabilly com forte influência desse estilo, deixando se envolver pelo som do sax ou piano!
SERVIÇO
Rocabilly Stroll Brasil
Para reunir praticantes, trocar idéias, ver mais vídeos e aprender mais, tem a página Rockabilly Stroll Brasil. Aqui é no grupo vinculado você acompanha a agenda de aulas: https://www.facebook.com/rockabillystroll