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O Som de Phoenix: A História do Twang e Rockabilly do Arizona

18 de janeiro de 2016, por Mirella Fonzar
Música

Quando pensamos em algumas cidades americanas que ficaram marcadas por sua música, consequentemente, conectamos o rockabilly de Elvis Presley a Memphis, Tennessee; o blues de Muddy Waters a Chicago, Ilinois; o country de Johnny Cash a Nashville, Tennessee; o soul de Diana Ross a Detroit, Michigan; o jazz de Louis Armstrong a Nova Orleans, Louisiana, e por aí vai. No entanto, nessa lista de cidades musicais dificilmente ouvimos falar em Phoenix, Arizona. E foi exatamente por isso que o radialista Jim West resolveu lançar o livro O Som de Phoenix: A História do Twang e do Rockabilly do Arizona.

Compilando cinco anos de entrevistas, o livro destaca uma variedade de sons da época, que vão de 1954 a 1961, e mantêm suas referências principais no Twang, um estilo próprio da região, que traz uma nova vibração, um pouco mais metálica e acentuada – e até suja -, ao som do rockabilly e rock ‘n roll 50’s. Uma espécie de sotaque do Arizona a essa mistura de blues e country que surgia no sul dos Estados Unidos naquela época. A seguir, listamos 7 canções de artistas daquela região que merecem ser reconhecidos por sua qualidade sonora e autenticidade musical, além de fazerem parte do livro de Jim West. Vem conferir!

Loy Clingman – “Rockin ‘Down Mexico Way”

Professor e músico nas horas vagas, Loy Clingman nasceu em Williams, Arizona, e passou um tempo viajando pelo sudoeste americano antes de gravar este hit em seu pequeno estúdio de garagem. A música foi lançada por seu próprio selo, Viv, em 1960 e descreve uma suposta viagem à fronteira dos Estados Unidos com o México, onde teria encontrado Mariachis tocando e se encantado. O som do Twang pode ser percebido na maneira como a bateria é tocada.

Alvie Selfie – “Let’s Go Wild”

Nascido em Cottonwood, Arizona, Selfie teve uma vida puramente western. Além de músico, trabalhava como cowboy de rodeio. A música “Let’s Go Wild” foi lançada pelo selo Don Ray, em 1959, e apresenta uma guitarra reverberada e letra sugestiva, exaltando os beijos de sua garota e lembrando do tempo em que os dois ficavam sozinhos com o carro estacionado no escuro. O músico começou sua carreira tocando acordeão, mas logo mudou para uma guitarra Gibson Les Paul.

Ted Newman – “Playing”

Gravado em 1957 e lançado pelo selo Rev, a balada “Playing” foi considerada um top hit e durou cerca de um mês nas paradas. Ele bateu o número 45, e, em seguida, uma outra versão surgiu por Nick Todd, o irmão mais novo de Pat Boone. A versão de Todd roubou os holofotes de Newman, já que naquela época os artistas faziam muito isso. Se uma música parecia promissora nas paradas, algum outro músico gravaria a mesma canção para disputar o topo.

Richie Hart, “The Great Duane”

Antes de formar a banda country rock Goose Creek Symphony, o vocalista Charles Gearheart gravou canções de rockabilly sob o codinome “Richie Hart”. Este achado de 1959 é uma homenagem ao guitarrista e galã do Arizona na época, Duane Eddy (que também entrou para essa lista, abaixo), considerado uma grande inspiração para a surf music.

Jimmy Dell – “I’ve Got a Dollar”

Nascido em Coolidge, Arizona, a carreira de Jimmy Dell sempre se dividiu entre o piano e o púlpito. Embora ele tenha se tornado pastor evangélico, seu rock ‘n roll estridente ficou marcado para sempre. “I’ve Got a Dollar” foi gravado por ele na Floyd Ramsey’s Audio Recorders antes de ser licenciado para Chet Akins pela RCA. Ele tem músicas realmente incríveis e essa é um grande exemplo.

Duane Eddy – “Rebel Rouser”

O som reverberado da guitarra de Duane em “Rebel Rouser”, 1958, nos remete às trilhas sonoras dos filmes western, totalmente instrumentais. Sucesso de vendas, conquistando o disco de ouro com este single, os primeiros riffs de guitarra mostram fortemente o twang do Arizona. Dizem que este som inspirou o surgimento do surf music que conquistaria futuramente toda a américa.

Sanford Clark – “The Fool”

Topo das paradas, o sucesso “The Fool” apresenta o incrível trabalho do guitarrista Al Casey em 1957. Produzido por Hazlewood, no estúdio de Floyd Ramsey, o jovem Clark canta apaixonadamente uma história de amor, enquanto Casey dedilha riffs que nos remetem ao bluesman Howlin Wolf, em “Smokestack Lighting”. O single vendeu mais de 800 mil cópias até o final daquele ano e o hit foi responsável por fazer a indústria fonográfica olhar mais atentamente para a cena musical de Phoenix.

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