A Grande Família já é um antro de referências retrô por si só e, portanto, claro que alguns de seus personagens possuem um pouco dessa mesma pegada. Já temos a Marilda, que é toda trabalhada nos anos 70, a Dona Nenê, com seu visual mais comportado com toques dos anos 50 e por aí vai. A Bebel, talvez, tenha sido pensada para representar a geração mais jovem, com um visual mais contemporâneo e voltado para o streetwear, mas tem vezes que nem ela escapa e nos chega com um visual voltado para o retrô também, curiosamente aderindo ao estilo mod dos anos 60.
Por isso, nós do UR, que amamos a série por motivos óbvios, resolvemos listar esses momentos em que a Bebel mostra ter uma certa vibe mod, confira.
Os momentos em que a Bebel mostrou ter um pézinho na subcultura mod
1 – A blusinha com o símbolo da RAF
Nas cenas iniciais do primeiro episódio de natal da Grande Família, intitulado Infeliz Natal Para Você Também (2001), Bebel usou um cropped rosa com uma ampla estampa da Força Aérea Real.
Algumas pessoas alegam que a blusinha faz referência ao The Who, já que o símbolo ficou famoso por aqui por conta da banda e a série tem muita ligação com o rock por conta do Tuco, outras nem perceberam e simplesmente viram na blusinha apenas uma peça com um símbolo qualquer ou confundiram com a campanha do câncer de mama (lembrando que o símbolo deste último tem outras cores e mais algumas diferenças).
Mas vale ressaltar que, no audiovisual, absolutamente tudo o que é posto nas cenas tem um porquê, nada é por acaso. Por quê será que colocaram justamente um símbolo mod na blusa da Bebel?
2 – Bebel também era fã da franja
Todo o elenco passou por mudanças ao longo dos 14 anos de série, mas a Bebel foi a campeã. Em cada temporada ela tinha um estilo de cabelo diferente e, em muitas delas, ela usava a adorada franja. Quer ver os momentos em que ela está com o tal corte? Basta conferir as cinco primeiras temporadas.
3 – Seus looks em alguns episódios (com destaque para aquele em que a família se imagina no futuro)
Os looks dela sempre foram cheios de cores, mas os que chamam mais atenção para esta matéria são as de antes dela ficar grávida, nas seis primeiras temporadas. Em sua época mais “garotinha”, ela usava minissaias com meias três quartos coloridas, que era uma tendência dos anos 2000 que tinha um pouco da vibe de Mary Quant. Acessórios também não ficam de fora, como as boinas, por exemplo.
Mas em termos de looks, o que mostrou mais a versão mod da Bebel foi o episódio Como Será o Amanhã? (2008), da oitava temporada. A família passa toda a trama imaginando como estariam em 2028 e as cenas que ilustravam esses devaneios tinham uma estética toda space age. O figurino da maioria do elenco tinha elementos da Era Disco dos anos 70, enquanto que a Bebel usava cabelão com franja e beehive, maquiagem ao estilo da Twiggy, minissaia e botas.
4 – Ela era ligada com o ramo da moda em alguns momentos
Bebel passou por vários empregos ao longo das temporadas, entre eles o de modelo, em uma loja de roupas e como cabeleireira. Além disso, quem tiver “olho de lince” e prestar bem atenção no cenário do quarto dela nas primeiras temporadas, verá um quadro da personagem posando em um ensaio fotográfico. Nem todo mundo que é apaixonado por moda é mod, mas todo mod é apaixonado por moda!
5 – O visual do marido
Fazendo combinação com a Bebel, seu par romântico na série, Agostinho, tem toda a vibe dos anos 60/70 na aparência. É aquelas calças justas de alfaiataria com estampas em xadrez acompanhadas de camisas de cores vibrantes e estampas geométricas. E tudo isso se completa com aquele cabelo “pós moptop” e, dependendo das cenas, óculos de sol estilo rayban.
6 – As várias vezes em que ela se mostrava empoderada
A personagem sempre se mostrou empoderada na série, mas, pelo menos nas primeiras temporadas, não era muito reconhecida nesse aspecto por ser uma figura imatura. Com o tempo, enquanto ela se estabilizava profissionalmente no salão da Marilda, conquistava seu teto próprio ao lado do Agostinho e viraria mãe, Bebel acabou amadurecendo, se tornando mais segura de si e mais empoderada do que já era antes, inclusive se separando do marido e prosperando ao abrir uma agência de moto táxi, na qual ela só contratava mulheres para trabalhar, na última temporada.
Desde a primeira temporada, ela buscava não depender tanto do marido e ter o seu emprego, isso quando não tentava abrir o seu próprio negócio. Ser dona de casa, como a mãe, não era o seu objetivo. Além disso, ela batia de frente contra as exigências e outras atitudes machistas do Agostinho e sempre vencia a discussão no final. Como a série foi baseada na americana All in the Family, a personagem Bebel existe na trama justamente para refletir sobre o machismo na sociedade.
O porquê de associarmos o empoderamento dela com o mod tem um cunho histórico. Nos anos 60, quando a subcultura estava em voga e se fundia com a swinging sixties, uma nova onda do feminismo chegava para revolucionar a sociedade da época. Foi nessa década que as mulheres conquistaram o direito de vestir minissaias, de serem mais extrovertidas e elas mesmas, além de reforçar o conceito das mulheres trabalharem fora ao invés de se limitar apenas a cuidar do lar. Isso é muito Bebel, não acham?