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Colunistas do Universo Retrô relembram suas memórias de infância no Mês das Crianças

10 de outubro de 2015, por Jane Galaxie
Lifestyle

Outubro é o mês em que as pessoas resolvem compartilhar suas fotos na internet de quando eram pequenos em comemoração ao Mês das Crianças. Mas apesar de publicarem suas imagens, são poucos os que falam de suas lembranças, por isso, resolvemos unir a equipe do Universo Retrô para nos contar suas melhores memórias de infância, aquele momento marcante que nunca esquecemos e que nos marcaram para sempre. Conheça as histórias:

Aurora D’Vine – Jornalista e apaixonada pelo Teatro Musical e antigas manifestações artísticas, também é modelo e dançarina vintage. Escreve no Universo Retrô sobre o Brasil nos anos de 1940 e 1950.

“Aos cinco anos de idade, fui diagnosticada com bronquite e asma. Muitas vezes observava vizinhos, irmãos e primos brincando, mas nem sempre podia compartilhar destes momentos. Tinha crises fortes com destino certo para o hospital, onde eu ficava horas na inalação e, minha mãe, sempre presente. A melhora veio já na fase adulta. Contudo, eu também tive uma infância feliz, cercada de carinho, de pessoas especiais e de uma boa educação. Lembro que eu adorava jogar videogame, correr na rua, brincar no parque.

Aos domingos eu, também, costumava deitar em cima de um pedaço de espuma no quintal de casa, colocava na rádio que tocava música clássica, e ficava olhando para o céu. Até hoje, aos domingos, eu gosto de cozinhar ou mesmo descansar ao som de música clássica. Adorava cantar usando como microfone um amassador de alho de madeira e, conforme fui crescendo, gostava de montar pequenas peças de teatro com a participação do meu irmão e de primos menores, para apresentar a família. Deu saudade.”

Aurora D'vine

Aurora D’vine, 5 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Bianca Gouvêa – Também conhecida como Dracurella, adora filmes de terror produzidos entre os anos de 1920 e 1950. Ela também é fascinada por antiguidades e brechós e compartilha esses seus gostos vintage por aqui.

“Eu era uma criança bem chata pra comer, e uma das coisas que ajudava minha mãe na hora da alimentação, era: me dar louças para lavar, sim, isso mesmo! Todas as louças de plástico minha mãe pré lavava, ou como eu dizia: ‘mãe tira o gosso’ (tirar a sujeira grossa) ai eu me distraía e comia tudinho. Com o tempo eu comecei a me interessar pela limpeza em geral, minha mãe ia varrer a casa, lavar o quintal, lavar roupas eu sempre me enfiava e dava um jeito de fazer também, até que ela comprou uma vassourinha mini, rodinho mini, baldinho mini e eu virei a melhor dona de casa mirim. “

Dracurella

Dracurella – 1 anos e meio (Foto: Arquivo Pessoal)

Rafaella Britto –  Apaixonada pelo pensamento de moda como arte, cultura e comportamento. Ama rock ‘n’ roll, mas também se deixa levar pela poesia dos sambas e violas. Cinéfila, leitora voraz, além de colunista do Universo Retrô, também é autora do blog Império Retrô.

“Cresci em antigas casas de campo de uma vila de operários em decadência, então, de certa maneira, minha infância teve o aspecto de melancolia nostálgica. Adorava desbravar os arredores procurando objetos antigos que teriam pertencido a pessoas que viveram ali em tempos passados. Escrevia contos e minha imaginação enriquecia ao ouvir histórias folclóricas (o Canto do Uirapuru e o Relinchar da Mula-sem-Cabeça tornavam-se muito reais).

Eu estava a todo instante tentando captar algum detalhe invisível nas paisagens e, sobretudo, nas roupas de mulheres nas ruas, nos filmes, e tudo o que via reproduzia em telas e desenhos. Assim despertei a paixão pela moda e arte, e – como dizia Paulo Freire – aprendia a ‘ler o mundo’. Rolling Stones e Marianne Faithfull foram minhas primeiras descobertas musicais. Livros ilustrados, dias nublados, fitas VHS que ainda guardo comigo… tudo remete às melhores lembranças de infância.”

Rafaella Britto

Rafaella Britto – 1º 5/6 anos, 2003 | 2º 8 anos, 2005/2006 (Foto: Reprodução)

Vinicius Vermiglio – O jornalista adora música e livros e mais do que isso, ama falar sobre esses assuntos.

“Quando eu tinha uns 5 anos, fui ao cinema com meus pais assistir os Power Rangers. Depois da pipoca e de muito refrigerante precisei ir ao banheiro e quando retornei as letrinhas estavam subindo o longa já tinha acabado. Até hoje não sei que fim levaram meus heróis, pois nem lembro o nome do filme. Passei boa parte da infância inventando finais para o filme enquanto brincava com meus bonecos, acho que assim foi mais legal do que o final verdadeiro.”

Vinícius Vermiglio

Vinícius Vermiglio (Foto: Arquivo Pessoal)

Rafael Galhardo – Além de jornalista e fotógrafo é apaixonado por música.

“Eu no colo da minha vó paterna, com meu terninho de marinheiro e meu vó materno atrás de amarelo, no meu batizado, nesse dia eu estava com uma febre terrível, só desconfio que é por culpa da igreja, água benta, padre e afins (risos).”

Rafael Galhardo

Rafael Galhardo – 1 ano, 1997 (Foto: Arquivo Pessoal)

Marisa Fonzar – Formada em administração de empresas, Marisa Fonzar gosta mesmo é de culinária e gastronomia. Contribui no Universo Retrô falando sobre a origem e história das receitas, as deliciosas sobremesas, e a beleza de uma mesa bem posta com todo o toque clássico e retrô.

“Muitas coisas ficam gravadas na nossa memória de infância. Escolhi uma história de Natal que lembro bem, e que também não acho muito comum. Quando era pequena, minha mãe ensinou a mim e aos meus irmãos plantar um vasinho de alpiste (sementinha comida por passarinhos), mais ou menos um mês antes do dia 24 de dezembro. Não sei de onde ela tirou essa tradição, ou se foi inventada por ela mesma.

O tal vasinho ficava embaixo da cama e só saia de lá para ser regado. Na noite de Natal estava enorme e bem verdinho. Colocávamos aquela graminha na janela para as renas do Papai Noel… quem sabe ele ficava mais feliz e deixava o presente dos sonhos. Apesar de ser uma coisa simples, eu adorava a sensação de ver nascer e crescer o meu alpiste.”

Marisa Fonzar

Marisa Fonzar – 6 anos, década de 1970 (Foto: Arquivo Reprodução)

Wagnão Wms – DJ desde o início dos anos 90 em encontros de carros antigos e nas principais festas do gênero é amante dos anos 50 e um grande apreciados de música, abordando sempre temáticas relacionadas a essa época.

“Dentre as muitas boas lembranças que tenho da minha infância, uma que posso destacar (que de certo modo, me influenciou demais) era o hábito que meu pai tinha de ouvir seus LPs e compactos aos domingos pela manhã, dia esse em que ele normalmente folgava. Eu ficava observando atentamente ele escolher os discos, “namorar” as capas, comentar sobre alguma música em especial. Eu achava aquilo mágico demais e hoje eu sei que realmente era.”

wagnao

Wagnão, década de 1980 (Foto: Arquivo Pessoa)

Paola Limeira – Estudante de Produção de Moda é fascinada por música, cinema, tatuagem, cartas, romance, fotografia e bordados, claro, sempre com um toque vintage.

“Minha infância foi bem proveitosa. Tive dois cachorros, era cercada de bonecas, brincava de elástico, amarelinha, esconde-esconde, andava de bicicleta, jogava videogame, adorava gravar áudio em k7 e colecionar papéis de carta, diários e gibis da Turma da Mônica. As aulas preferidas eram as de Ciências e Educação Artística. Gostava de ir ao cinema com minha mãe, assistir desenhos animados, Sessão da Tarde, Jaspion e Changeman (inclusive eu era a branca, Change Mermaid, risos). 

Mas algo que marcou foram os diversos acampamentos (desde que eu era bebê) que meus pais faziam conosco durante as férias. A aventura para mim começava durante o trajeto da viagem. Depois tinha o processo de armar a barraca, dormir em rede ou colchonete, contato com a natureza fosse campo ou praia. Tudo na minha visão era realmente maravilhoso.”

Paola Limeira

Paola Limeira (Foto: Arquivo Pessoal)

Eduardo Molinar – Concluindo o 8º semestre de jornalismo na UFSM, atualmente está escrevendo um livro sobre a história do rockabilly no Brasil. Além disso, tem o punk rock como segunda influência, um dos seus assuntos preferidos em seus artigos.

“Até meus 8 anos eu mal sabia ou entendia o que era rock and roll. Ouvia normalmente com meu pai músicas nativistas gaúchas, que ligávamos pedindo para as rádios de Santa Maria (RS). Eu tinha todo o traje típico gaúcho, incluindo lenço e chapéu. Um dia, eu e meu pai estávamos assistindo MIB – Homens de Preto, e teve a cena do túnel, em que Tommy Lee Jones coloca uma fita do Elvis pra tocar e fala: “Elvis não morreu, só foi pra casa”.

Perguntei para meu pai de quem era a música que estava tocando e ele disse: “Essa música é do Elvis”. Pronto. Esse foi o marco zero que mudou toda a minha existência. Era um nome diferente, que nunca havia ouvido antes, e era uma música com energia, que me dava alegria. Logo ganhei meu primeiro CD do Elvis, presente de uma tia minha que também é fã. Um tempinho depois conheci a música country. E o resto é história.”

Eduardo Molinar

Eduardo Molinar – 2 anos, 1997 (Foto: Arquivo Pessoal)

Monaliza Alves – É apaixonada pela arte circense, principalmente pelo circo tradicional. Trabalhou em feiras e eventos como modelo e hoje gerencia o brechó da família, na zona norte de São Paulo, onde está o tempo todo em contato com uma das coisas que mais ama: o vintage.

“O domingo era o dia que eu mais esperava na minha infância. Acordar bem cedinho e ir para a casa da minha vó, brincar o dia todo com primos e irmãos, além da festa que fazíamos sempre que o sorveteiro passava na porta. Minha melhor lembrança foi estar perto da família, e mantemos esta tradição até hoje, graças a Deus somos muito unidos.”

Monaliza Alves

Monaliza Alves, 2 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Mirella Fonzar – Além de jornalista, adora empreender. É workaholic e perfeccionista, apesar de um tanto desorganizada. Adora discos, tatuagens e batons e principalmente de viajar no tempo.

“Engraçado que não tenho tantas lembranças da minha infância, como meu irmão tem. Por isso, eu acabo usando a boa memória dele para relembrar os bons momentos. Uma coisa que ele sempre fala é que eu destruí sua crença no Papai Noel. No Natal de 1995, eu tramei com ele para desmascarar o tal bom velhinho, que, na verdade, era o nosso pai o tempo todo. Abrimos o porta-malas do carro e encontramos os presentes que tínhamos pedido. O engraçado é que mantivemos o segredo por anos, com receio de que nosso pai parasse de nos dar presentes de Natal. Hoje, a gente dá risada daquela época gostosa de traquinagens. Meu grande parceiro de infância, com certeza, foi meu irmãozinho!”

Mirella Fonzar

Mirella Fonzar – ela, 9 anos; ele 6 anos, 1995 (Foto: Arquivo Pessoal)

Renata Romero – Stylist formada pela Escola São Paulo, dá dicas de moda também no Be Style. Além da moda é apaixonado pelos anos 60 e 70.

“Eu sempre fui uma criança desinibida, simpática e amava uma máquina fotográfica e qualquer coisa ligada a arte. No fim do ano letivo foi organizado várias peças de teatro para apresentar aos pais e eu era a Cinderela, só que o garoto que era o príncipe não conseguiu colocar o meu sapatinho (foto) e eu muito impaciente disse: ‘Dá aqui que eu coloco!’ Isso foi dito alto e na frente de toda a platéia (eu lembro desse momento). Todos riram. Menos o menino que já estava na frente de uma garotinha que não esperava o príncipe. A peça terminou comigo calçando meu próprio sapato, pegando na mão do garoto e agradecendo ao público. Eu era tinhosa!”

Renata Romero

Renata Romero: 4 anos, 1984 (Foto: Arquivo Pessoal)

Daise Alves – Também criadora do blog MenteFlutuante Retrô, admira o passado devido sua história e estética, além de curtir rock’n’roll e suas vertentes. Gosta de todos os tipos de expressão artística como fotografia, cinema, música, teatro, mas nos últimos tempos tem se empenhado mesmo em escrever.

“Eu era uma criança bem tímida, me tornei uma pessoa mais comunicativa na adolescência, quando comecei a fazer teatro, porém, sempre fui criativa e gostava de estudar, lembro que não tinha bonecas, sempre pedia para minha mãe comprar caderno e lápis de cor, porque eu gostava de desenhar, escrever e inventar histórias. Mas lembro bastante de um acontecimento, quando eu tinha uns 2 aninhos, eu nunca gostei de usar chupeta, mas iniciei esse hábito quando tinha um pouco mais de um ano, porque via que as outras crianças tinham uma e eu não, porém, depois de um tempo percebi que não gostava daquilo e disse para mim mesma ‘Joga essa chupeta no lixo menina’, e eu mesma fui lá e joguei e desde então, nunca mais quis saber disso.”

Daise Alves

Daise Alves – 2 anos, 1992 (Foto: Arquivo Pessoal)

E você, qual a sua melhor lembrança dos tempos de infância? Comente.

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