Embora seu nome não seja tão famoso quanto o de Mary Quant e de Laura Ashley, a estilista Thea Porter teve a mesma importância na moda dos anos 60 e 70, com seu estilo Bohemian Chic. Nascida no ano de 1927 em Jerusalém, foi criada na Síria, mas foi em Beirute, em 1953, que entrou para o mundo das artes e começou a pintar.
Casou-se com Robert Porter, um economista britânico em 1952. Em 1964 se separou e mudou-se para Londres com o objetivo de ser pintora, mas acabou se tornando uma designer de interiores que decorava o apartamento de seus amigos. Abriu sua primeira loja de decoração e logo passou a criar roupas.
Por ter passado muito tempo de sua infância em Jerusalém e Damasco, Thea teve muita influencia da estética Oriental. Ela acreditava que o bazar que a mãe tinha em Damasco rendeu ensinamentos e serviu de impulso para o começo de sua carreira. Foi lá que ela aprendeu sobre tecidos, rendas, acessórios, aromas e outras especialidades, além de desenvolver a primeira peça própria: um vestido de seda azul com mangas bufantes.
Nos anos 60, devido aos movimentos alternativos de contracultura, as pessoas estavam sob influências de outras culturas, principalmente as do Oriente Médio e norte da África, e de uma certa nostalgia pelos anos 30 e pela era vitoriana. E a moda também passou a sintonizar mais o que ocorria no mundo da música.
Foi um momento muito propício para a carreira de Thea Porter, que tinha influencia Oriental e suas peças eram visualmente ricas com estampas exóticas e com modelagens fáceis de usar. Em 1968, abriu uma loja em Nova Iorque, seguida por outra em Paris cerca de seis anos depois. Especializou-se em roupas toalete de chifom, crepe-da-china, brocado, seda e veludo, ricamente bordadas e adornadas.
Pouco depois, a estilista expandia os negócios a Los Angeles. Na capital do cinema, ela conquistou a clientela “hippie-rica” que vivia a onda da contracultura. Joan Collins, Barbra Streisand e Faye Dunaway compraram várias de suas peças. Streisand até encomendou uma série de looks, cada um para combinar com um ambiente de sua mansão.
Os Beatles, Jimi Hendrix e os integrantes do Pink Floyd eram frequentadores da loja que ela abriu e sempre vestiam suas criações – camisas de chiffon, casacos brocados e calças boca-de-sino de veludo. Elizabeth Taylor era fã dos volumosos caftans desenhados por Porter. E peças como saias e vestidos de inspiração cigana logo se tornaram populares. Criados meticulosamente em chiffons finos e com tecidos tramados e bordados à mão, eram obras-primas do design.
Thea Porter promoveu o estilo Cigano da década de 70, apresentando vestidos de chifom com babados. Em 1972 ela foi nomeada a estilista do ano pela “Clothing Institute. Esteve em revistas de moda ao redor do mundo inteiro, é reconhecida como figura essencial dentro de um grupo de designers inovadores do século XX. Suas peças são requisitadas por um grupo seleto de celebridades como Julia Roberts, Nicole Richie e Kate Moss.