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Evelyn Ankers, a rainha do grito dos filmes de horror

10 de junho de 2016, por Miss Dracurella
Cinema & TV
Evelyn Ankers

Evelyn Ankers, mais conhecida como a “Rainha do Grito”, estrelou muitos filmes de horror que tanto amamos. Com seu toque delicado, a atriz sempre conseguiu deixar suas marcas por onde passava.

VIDA PESSOAL

Evelyn Ankers

Evelyn Ankers (Foto: Reprodução)

Filha de pais britâncicos, Ankers nasceu em Valparaiso no Chile em 1918. Enquanto seu pai trabalhava de engenheiro de minas, dois anos após seu nascimento, a família volta ao solo europeu. Seu pai e irmão abandonam a família, deixando a mãe e Eve desamparadas. Sua mãe começou a trabalhar e pressionar a filha a seguir a carreira de atriz, que começou então a estudar na Academia Real de Arte Dramática. Mas o sonho da bela era seguir carreira como bailarina, chegou até a se apresentar no primeiro programa ao vivo da Europa, em 1934.

Com reflexos da guerra já alcançando o continente europeu, mais precisamente quando a Grã-Bretanha declarou guerra a Alemanha, Ankers decidiu mudar-se para os Estados Unidos. A bela atriz casou-se então com um galã de filmes lado-B, Richard Denning. Durante a Segunda Guerra Mundial, Richard se alistou na marinha dos EUA, servindo em um submarino, sendo assim Ankenrs ficou à frente de sua casa.

Trecho em que seu marido conta como se conheceram:

“Eu estava cumprindo o contrato com a Paramount Pictures e eu tinha um time de boliche – ‘Dick Denning’s Demons’. Nós estávamos na final de um torneio na Sunset Bowling Alley, havia outros 53 times e o ‘Dick Dennin’s Demons’ estavam nas primeiras colocações. Evelyn Ankers e eu tínhamos o mesmo agente e ele pensou: ‘Vou ver se consigo um encontro para vocês!’. Então ele me disse que Eve estava ansiosa para me conhecer e eu disse que também estava. – Quando na realidade nenhum dos dois tinham ouvido falar um do outro.

Então eu estava jogando, e lá estava Eve, sentada nos bancos ao lado de sua mãe, vestida em um glamoroso vestido de seda preto, um chapéu gigante e salto alto – Tudo, menos uma roupa de boliche. Finalmente meu agente apareceu e disse: ‘Olha, Eve está ficando chateada, você disse que estava ansioso para conhecê-la e nem disse ‘Oi’. Então eu disse: ‘Você falou que ela estava ansiosa em me conhecer, ela está sentada ali, é só eu terminar o jogo que já falo com ela.’

Assim que terminei fui me encontrar com ela e disse: ‘Que tal juntar-se a mim para uma partida de boliche?’ – Nunca imaginaria que ela aceitaria essa proposta, pois estava muito bem vestida.

E foi então que ela disse: ‘Claro! Adoraria’. Então ela veio, com seu vestido de seda preto e chapéu enorme; ela tirou seu salto, pegou a bola de boliche – nunca tendo segurado uma antes, levantou a barra de seu vestido e acertou todos os pinos com um belo strike. Foi então que pensei: ‘Se ela pode fazer isso, ela pode fazer tudo.'”

CARREIRA

Evelyn Ankers

Evelyn Ankers (Foto: Reprodução)

Ankers conseguiu papéis pequenos em filmes quando ainda morava na Europa, como: Fire over England (1937) ao lado de Vivien Leigh. Com o tempo, sua beleza e talento ficaram em grande evidência, e a atriz conseguiu papéis maiores em filmes com baixo orçamento, entre eles: The Claydon Treasure Mystery (1938).

E teve seu primeiro sucesso em palcos da Broadway com Ladies in Retirement assim que se mudou para os Estados Unidos, mas devido a problemas contratuais a bela atriz não pode recriar seu papel para a versão que seria lançada em filme, no ano de 1941. Sendo assim, assinou contrato com a Universal Studios, o que de fato foi um grande avanço, tanto para ela, quanto para a Universal, que havia começado a contratar atrizes há pouco tempo.

Sua estreia foi em 1941 com o divertido filme Hold that ghost, e co-estrelou The Wolf (1941), que claramente fez um imenso sucesso na época e a abriu portas para participar de outros três filmes ao lado de Lon Chaney Jr. Sendo alguns deles The Ghost of Frankenstein (1942), Son of Dracula (1943) e The Frozen Ghost (1945).

Em 1943, Ankers foi firmemente citada como a heroína numero 1 dos filmes da Universal, mas estava sendo “ameaçada” pela selvagem Acquanetta de Captive Wild Woman (1943), filme que Ankers também participou. Porém, foi com o sucesso Son of Dracula em que ela conquistou a imortalidade, e continuou na liderança feminina de filmes de horror.

Evelyn deixou a Universal em 1945, pois estava grávida de seu primeiro filho e só esperou a conclusão das filmagens de The Frozen Ghost para desligar-se do estúdio. Logo após sua pausa, a atriz começou a trabalhar como freelancer para a Columbia, Producers Releasing Corporation (PRC) e Republic Pictures, dentro dos gêneros drama e mistérios, e foi nesse período em que estrelou Black Beauty (1946) para a 20th Century Fox, ao lado de seu marido, sendo esse um dos dois filmes em que trabalharam juntos. Em seguida, fez o Queen of Burlesque (1946) e mais tarde co-estrelou Tarzan’s Magic Fountain (1949).

Na década de 50 com a grande onda de valores familiares e conformidade, Ankers parou de fazer filmes para dedicar-se inteiramente à família e a casa.

A RAINHA E O REI DOS FILMES DE HORROR

Evelyn Ankers e Lon Chaney

Evelyn Ankers e Lon Chaney (Foto: Reprodução)

Lon Chaney e Evelyn Ankers são considerados um dos maiores casais do cinema horror, os dois de fato não tinham muita intimidade e algumas fontes dizem que nem se gostavam. Lon Chaney fazia mais o tipo realeza hollywoodiana, enquanto, Ankers tinha traços mais aristocráticos. O ator até tentou uma aproximação com a atriz, quando ainda não era conhecido, a chamando para dançar, mas a bela negou.

O que é inegável é que ambos contribuíram igualmente e juntos para o horror, não demonstravam inimizade nas telas e em fotos promocionais, tinham o talento e química profissional necessária para conquistar legiões de fãs e merecerem o titulo de rei e rainha do horror.

IMPORTÂNCIA PARA A UNIVERSAL STUDIOS

Evelyn em cena

Evelyn em cena (Foto: Reprodução)

Historiadores e adoradores do gênero chegaram a pensar que talvez a Universal tenha tido o azar de não encontrar Evelyn Ankers na década de 30, década em que horror chegou ao seu ápice do sucesso, porém constataram que, nenhuma outra atriz conseguiria representar a década de 40 com tanto êxito, afinal tinha em sua essência traços de romantismo com toques modernos e sofisticação, suas performances modestas combinavam perfeitamente com o rápido ritmo da Universal em época de guerra e gravações de sagas. A bela loira da Universal, inegavelmente a rainha do horror, contagiou a todos com seu rosto adorável, representou o horror de forma glamorosa, em cenários tão sombrios e ao lado de monstros mais ainda…

Evelyn Ankers deu um novo significado de mocinha à heroína na Universal, mantendo um toque de fantasia de Helen Chandler, no filme Dracula, o lado poético de Zita Johann em The Mummy, e a magia de Valerie Hobson de Bride of Frankenstein.

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