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Musical da broadway conta os 25 anos de história da gravadora Motown

3 de agosto de 2014, por Mirella Fonzar
Música

Se você é amante da soul music, torça para que este musical da Broadway ganhe uma adapdação brasileira. Mas, se não aguentar esperar e estiver programando a próxima viagem a Nova Iorque, não deixe Motown The Musical fora do roteiro. Produzido pelo próprio Berry Gordy Jr., fundador da Motown, o show conta a história dos 25 anos da gravadora americana da melhor maneira possível: através de sua música (de 1959 a 1984).

Baseado na autobiografia de Gordy, To Be Loved: The Music, The Magic, The Memories of Motown, o musical é indispensável para os admiradores do gênero, que consagrou grupos como The Supremes, The Jackson 5, The Miracles, The Temptations, The Commodores e tantos outros gigantes da música negra americana. Ao todo são 60 hits da gravadora apresentados de forma enérgica e emocionante, e que se encaixam perfeitamente ao longo da trama.

O musical, que fica em cartaz até 8 de fevereiro de 2015, em Nova Iorque, e ainda excursiona por várias cidades americanas, gira em torno do próprio Berry Gordy (Josh Tower), o primeiro negro a chefiar uma gravadora nos Estados Unidos. Seus sonhos e sua origem como compositor, o romance com Diana Ross, sua participação na luta pelos direitos dos negros, além da descoberta de lendas como Michael Jackson, Marvin Gaye e Stevie Wonder, podem ser conferidos neste espetáculo.

Grande parte da peça se passa nos anos 1960, na cidade de Detroit, onde por muito tempo abrigou a sede da gravadora – com o apelido de “Hitsville U.S.A”. O musical mostra bem o surgimento de cada membro desta “família” – como considera Berry – e ressalta com fidelidade as características de cada um dos artistas que por lá passaram. Para quem conhece os trejeitos de Diana Ross, por exemplo, é impossível não se impressionar com a atuação de Krystal Joy Brown, que interpreta de maneira magnífica a cantora (preste atenção no sorriso da moça, abaixo).

Destaque também para o pequeno Michael Jackson, interpretado pelo ator mirim Raymond Luke Jr., que deixa a plateia ainda mais saudosista nas cenas em que aparece cantando os sucessos do Jackson 5; “ABC”, “I’ll be there” e “I want you back”. Charl Brown também dá um show como o caricato Smokey Robinson, um dos primeiros a gravar com a Motown, e Bryan Terrell Clark aparece como Marvin Gaye, ressaltando o lado ativista do músico, embalado por “Mercy, Mercy Me” e “What’s Going On”.

Na trilha sonora conduzida pelo maestro Joseph Joubert, pode-se esperar também hits como “Ain’t No Mountain High Enough”, “Baby Love”, “Cruisin”, “Do You Love Me” (abaixo), “Money – That’s What I Want”, “My Girl”, “Please, Mr. Postman”, “Shop Around”, “Stop In The Name of Love”, “Super Freak”, “You’ve Really Got a Hold on Me”, entre outros. O sucesso de Billie Holiday, “Good Morning, Heartache”, interpretado nos cinemas por Diana Ross, também aparece durante o show, assim como “Reet Petite”, composição de Berry Gordy famosa na voz de Jackie Wison.

(Foto: Reprodução)

Pequeno Michael Jackson (Foto: Reprodução)

Com mais de 180 canções nos topos das paradas mundiais, nenhuma outra gravadora exerceu tamanha influência como a Motown. Portanto, mais do que um musical sobre uma gravadora, este espetáculo narra um importante momento histórico, visto que a soul music foi responsável por influenciar mudanças sociais e culturais dentro e fora dos Estados Unidos. A gravadora contribuiu para unir o país, racialmente dividido, tocando pessoas de todas as raças com sua música de “alma”, como o próprio nome já diz: “soul”.

Mais informações: http://www.motownthemusical.com

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