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Olimpíadas 2021: 10 atletas negros que marcaram a história dos Jogos Olímpicos

30 de julho de 2021, por Leila Benedetti
Lifestyle
Olimpíadas 2021

Nesta quinta-feira (29) a atleta brasileira Rebeca Andrade conquistou a medalha de prata na competição de ginástica artística feminina das Olimpíadas 2021. Apesar da segunda colocação, perdendo apenas para a americana com descendência asiática Sunisa Lee, a garota negra foi a primeira a conquistar a medalha na modalidade aqui no Brasil.

Esse marco na história é um orgulho para todos nós brasileiros e ainda mais para a comunidade negra do país. Inclusive a nossa lendária Daiane dos Santos, que foi a primeira ginasta, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em um Mundial, se mostrou emocionada em uma entrevista para a Globo: “A primeira medalha do Brasil num Mundial de Ginástica foi negra. A primeira medalha do Brasil na Ginástica feminina foi negra. Isso é muito importante. Diziam que a gente não podia estar nesses lugares”

Não é à toa, visto que a forma em que os negros, brasileiros ou não, conquistaram seu espaço nas Olimpíadas foi árdua. Hoje prestigiamos muitas Daianes, Rebecas, Serenas e Michaels nos esportes, mas a recepção dos brancos para os negros nos jogos não era nada amigável no começo, assim como em muitos outros cenários. 

A História dos negros nas Olimpíadas

As Olimpíadas da Era Moderna, a qual conhecemos hoje, foram criadas em 1896 pelo Barão de Coubertin e tendo Atenas como sua primeira cidade-sede. Entretanto as competições eram permitidas apenas para brancos e ricos. Foi só em 1904, em Saint-Louis, que os negros participaram pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, porém de forma vergonhosa e apenas para “divertir” os espectadores. 

Dois zulus, Len Taunyane e Jan Mashiari, que estavam na cidade para participar de uma exposição na Feira Mundial sobre a Guerra dos Bôeres, foram colocados para concorrer à maratona descalços e com chapéus de palha. Como se não bastassem os trajes que usavam, o despreparo deles para a prova os deram um desempenho fraco e desengonçado, arrancando risos do público americano. 

Len Taunyane e Jan Mashiari
(Len Taunyane e Jan Mashiari foram os primeiros negros a participarem dos Jogos Olímpicos, porém não para competir. | Foto: Wikimedia Commons)

Mas o plot-twist foi dado a partir de 1908 e, agora fazendo jus ao título da matéria, listaremos, em ordem cronológica, os medalhistas negros que marcaram a história das Olimpíadas. 

10 campeões olímpicos negros da história

1 – John Taylor (Londres, 1908) 

Especialista nos 400m rasos, o americano John integrou a equipe de revezamento misto que venceu os Jogos de Londres de 1908. Os quatro membros de sua equipe correram, juntos, por 3 minutos e 29 segundos, sendo que só John correu por 49 segundos.  

John Taylor
(John Taylor era especialista nos 400m rasos e venceu as Olimpíadas de 1908 ao lado de sua equipe. | Foto: Wikimedia Commons)

2 – William Hubbard (Paris, 1924)

Mas o título de primeiro atleta negro a vencer uma disputa individual ficou para o também americano William Hubbard. Ele conquistou a medalha de ouro no salto em distância com a marca de 7,44m nas Olimpíadas de Paris em 1924

William Hubbard
(William Hubbard foi o primeiro a vencer uma prova individual. | Foto: Reprodução)

3 – Eddie Tolan (Los Angeles, 1932)

Eddie foi o primeiro velocista negro a vencer os 100m e os 200m rasos nos Jogos Olímpicos e quebrou os recordes mundiais das 100 jardas e dos 100 metros. Das 300 provas que competiu em toda sua carreira, ele só perdeu sete. 

Eddie Tolan
(Eddie foi o primeiro velocista negro a vencer os 100m e os 200m rasos nos Jogos Olímpicos e quebrou os recordes mundiais das 100 jardas e dos 100 metros. | Foto: Wikimedia Commons)

4 – Jesse Owens (Berlim, 1936)

Sua vitória por quatro medalhas de ouro nos 100 e 200 metros rasos, no salto em distância e no revezamento 4x100m fez com que o atleta se tornasse um líder civil e símbolo contra o racismo. As Olimpíadas de Berlim foram bem recebidas pelo governo Hitler com a intenção de promover a ideologia nazista e, principalmente, a supremacia da raça ariana. Foi um belo “tapa na cara” do ditador!

Jesse Owens
(Jesse Owens “calou” Hitler ao vencer quatro medalhas nas Olimpíadas de Berlim em 1936. | Foto: Reprodução)

5 – Alice Coachman (Londres, 1948) 

A atleta não só foi um marco por ser negra como também por ser a primeira mulher a vencer os Jogos Olímpicos no salto em altura feminino. Seu reconhecimento foi tanto que ela recebeu sua medalha de ouro pelo próprio Rei Jorge VI. 

Alice Coachman
(Alice não foi só a primeira negra como também a primeira mulher a vencer no salto em altura feminino. | Foto: Reprodução)

6 – Adhemar Ferreira da Silva (Helsinque, 1952 e Melbourne, 1956) 

O atleta brasileiro foi pioneiro em muita coisa – foi o primeiro vencedor de duas Olimpíadas seguidas, o primeiro sul-americano bicampeão em provas individuais e o primeiro a quebrar a barreira dos 16m no salto triplo. Além disso, ele foi recordista mundial do salto triplo cinco vezes. 

Adhemar Ferreira da Silva
(O primeiro bicampeão das Olimpíadas era negro e brasileiro. | Foto: Acervo Familiar)

7 – Wilma Rudolph (Roma, 1960) 

Aquela que sofria de poliomielite na infância se tornou velocista com três medalhas de ouro na vida adulta. Ainda, a “Gazeta Negra” se consagrou como a maior velocista do planeta ao vencer os circuitos de 100m, 200m e revezamento 4x100m. 

Wilma Rudolph
(Wilma Rudolph venceu a poliomielite na infância e se tornou velocista campeã na vida adulta. | Foto: Reprodução)

8 – Bob Beamon (Cidade do México, 1968) 

O atleta não só venceu o salto em distância nas Olimpíadas de 1968 como também alcançou o recorde mundial com a expressiva marca de 8,90m. Esse recorde durou 23 anos, até Mike Powell, também negro, alcançar a marca de 8,95m em 1991. 

Bob Beamon e Mike Powell
(Bob Beamon – esq. – e Mike Powell. | Foto: Reprodução)

9 – Sugar Ray Leonard (Montreal, 1976) 

O pugilista se consagrou nas Olimpíadas de 1976 nas categorias meio-médios, médios-ligeiros, médios, supermédios e meio-pesados. Na época ele era um atleta amador, mas, por conta da repercussão pela sua vitória, o pugilista se profissionalizou um ano depois. 

Sugar Ray Leonard
(O pugilista amador se profissionalizou um ano depois de ter vencido as Olimpíadas de 1976. | Foto: Reprodução)

10 – Teófilo Stevenson (Munique 1972, Montreal 1976 e Moscou, 1980) 

Apesar do diploma de engenharia, o atleta cubano entrou para o ramo do boxe e se tornou tricampeão nos Jogos Olímpicos na categoria peso-pesado. Ainda, ele é considerado por muitos como o maior boxeador amador de todos os tempos. 

Teófilo Stevenson
(Apesar do diploma de engenharia, o atleta cubano entrou para o ramo do boxe e se tornou tricampeão nos Jogos Olímpicos na categoria peso-pesado. | Foto: Reprodução)

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