O cartunista Quino morreu nesta última quarta-feira, 30, aos 88 anos. Ele é bem conhecido por criar a Mafalda, aquela personagem que era muito vista em tiras de jornais e em nossos livros de português do primário.
Sua morte foi confirmada através de um tweet do editor e amigo Daniel Divinsky. “Quino morreu. Todas as pessoas boas do país e do mundo ficarão de luto por ele”, lamenta o editor. A causa ainda não foi divulgada, mas, segundo a imprensa argentina, o artista sofreu um acidente vascular cerebral recentemente.
Por conta da sua morte, Quino ganhou homenagens nas redes sociais por vários outros cartunistas de peso, que viram no artista uma influência ao iniciarem suas carreiras, como Laerte, Maurício de Sousa, entre outros. Além de fãs pelo mundo todo e perfis das redes dedicados aos quadrinhos.
essa eu fiz em 2014, em homenagem ao Quino: pic.twitter.com/kwYURWegcy
— Laerte Coutinho (@LaerteCoutinho1) September 30, 2020
Quino e seu sucesso pela personagem Mafalda
Joaquín Salvador Lavado Tejón, o Quino, nasceu na cidade de Mendoza, Argentina, em 1932. Sua paixão pelo desenho veio ainda pequeno, aos 3 anos, graças a um tio que também era cartunista.
Após perder a sua mãe em 1945 e seu pai, em 1948, o então jovem abandonou seus estudos na Faculdade Belas Artes para começar a sua carreira. Ele passou um tempo desenhando para anúncios publicitários até prestar o serviço militar obrigatório, onde ficou um tempo sem se dedicar aos cartuns.
Em 1954, Quino foi dispensado e estabeleceu uma vida precária em Buenos Aires. Portanto, voltou para a sua paixão pelo desenho, publicando suas criações em revistas humorísticas.
Nove anos depois, em 1963, o desenhista publicou sua primeira antologia, o Mundo Quino, e por conta da boa repercussão, foi chamado para desenhar para uma campanha de publicidade dos eletrodomésticos Mansfield.
Para a campanha, o cartunista batizou todos os personagens com nomes que começavam com a letra ‘M’, entre eles, a Mafalda. A campanha não foi para frente, mas Mafalda sobreviveu.
Quino passou a publicar tiras em que a personagem era a estrela de suas histórias, que, apesar do bom-humor, fazia críticas às situações do mundo da época. As tiras bem sucedidas de Mafalda foram publicadas até 1973, quando faltou ideias para Quino e por exigir demais do cartunista. Desde então, Mafalda continuou fazendo sucesso, mas aparecendo apenas na publicidade, campanhas governamentais e cartões comemorativos.