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Resenha do filme A Bela e a Fera: O retorno da magia de um clássico

21 de março de 2017, por Aline Merkle
Cinema & TV

A adaptação em live action de A Bela e a Fera, da Disney, chegou aos cinemas, nesta quinta-feira (16), baseado no desenho lançado em 1991, que foi a primeira animação a concorrer ao Oscar de melhor filme. A direção ficou por conta de Bill Condon, conhecido por outros filmes musicais como Dreamgirls – Em Busca de um Sonho e Chicago, além da adaptação das duas partes do livro Amanhecer (saga Crepúsculo).

Maurice e Bela (Foto: Divulgação)

Maurice e Bela (Foto: Divulgação)

Toda a história se passa na França e gira em torno do príncipe Adam (Dan Stevens). Amaldiçoado por uma bruxa por ser egoísta e ligar apenas para a aparência, ele é transformado em um mostro, e todos os habitantes do seu luxuoso castelo se tornam objetos. A feiticeira entrega ao rapaz uma rosa, e diz que ele tem, até o cair de sua última pétala, para aprender a amar e ser amado ou o feitiço se tornaria permanente.

Bela (Emma Watson), é uma jovem inteligente e a frente de seu tempo, que não se encaixa na pequena cidade onde vive por gostar de coisas diferentes e ver o mundo de uma maneira única. Kevin Kline (A Escolha de Sofia) interpreta Maurice, o pai da jovem e é ele quem une o casal, pois furta uma rosa do jardim de Adam para dar à filha, mas acaba sendo preso pela Fera, que só o liberta com a condição de que a garota fique em seu lugar.

Bela (Foto: Divulgação)

Bela (Foto: Divulgação)

A química entre os protagonistas funciona suficientemente bem para não atrapalhar o andamento da história. Talvez isso aconteça por conta da nostalgia e da nossa predisposição a amá-los, mas, em algumas partes, acaba parecendo um pouco forçado. Emma Watson entrega uma Bela forte e destemida, porém falta a doçura e a gentileza que a personagem tem no desenho. Além de tudo, a atriz parece, muitas vezes, desconfortável no papel e é facilmente perceptível a utilização de auto-tunes em sua voz.

Devido à computação gráfica pesada, Dan Stevens não tem tanta oportunidade de trabalhar com expressões, talvez se a Fera tivesse sido feita com maquiagem esse problema teria sido resolvido, mas o esforço do ator aparece em seu trabalho de voz e captura de movimentos, o que torna o mostro encantador e carismático.

A Bela e a Fera (Foto: Divulgação)

A Bela e a Fera (Foto: Divulgação)

Luke Evans (Dracula: A Historia Não contada) entrega um Gaston muito mais inteligente e malicioso que o da animação, e mostra que o vilão realmente está disposto a qualquer coisa para ter Bela ao seu lado. Na verdade, o ponto forte do filme são seus coadjuvantes, que chamam muito mais atenção do que os atores principais.

LeFou (Josh Gad) rouba a cena todas as vezes em que aparece, com uma delicadeza impressionante. Alias, toda a polêmica em torno da sexualidade do personagem só serviu para aguçar a curiosidade do expectador e a Disney teve um cuidado muito grande ao expor o assunto, o que deixou o personagem sutil e acessível, sem parecer caricato.

LeFou e Gaston (Foto: Divulgação)

LeFou e Gaston (Foto: Divulgação)

Os habitantes do castelo vão encantar o público, com certeza. A energia do castiçal Lumière (Ewan McGregor) contrasta perfeitamente com a rabugice do relógio Horloge (Ian Mckellen) e Emma Tompson (Razão e Sensibilidade) faz jus à bule bondosa Madame Samovar, que faz questão de lembrar a todos que Bela perdeu tudo para estar ali e tem direito de estar triste. A novidade aqui é o piano Cadenza (Stanley Tucci), que garante um charme todo especial à história e ainda tem uma ligação com o guarda-roupa Madame Garderobe (Audra McDonald).

Habitantes do castelo (Foto: Divulgação)

Habitantes do castelo (Foto: Divulgação)

A aparência dos utensílios e móveis é muito mais rústica do que as peças do desenho de 1991, o que pode causar um certo estranhamento, mas, que ajuda a tornar o problema, causado pelo feitiço que transformou a todos, muito maior, e ainda dá uma sensação de urgência ao enredo. Os efeitos, porém, parecem muito artificiais e não estão à altura deste clássico tão amado pelo público e pela crítica, principalmente se comparado ao resultado alcançado por Mogli: O Menino Lobo (2016).

O filme ajuda a fechar várias pontas soltas deixadas pela animação, como o paradeiro da mãe de Bela, por exemplo, entre outras coisas. O roteiro é muito bem amarrado; já a edição, assim como os efeitos especiais, deixam a desejar, pois em determinados momentos não há fluidez na história e são usadas telas pretas para fazer a transição de um ponto ao outro da trama. Apesar dos pontos altos e baixos, o filme foi feito para emocionar e esse objetivo, com certeza, é atingido.

Assista ao trailer do filme a seguir:

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