Conheça os talentos brasileiros que já brilharam no Viva Las Vegas, o maior festival de cultura 50’s no mundo

Na próxima semana, acontece o Viva Las Vegas Rockabilly Weekend, o evento mais esperado da cena vintage, que acontece anualmente em Nevada, nos Estados Unidos. O festival possui uma programação intensa de música no melhor estilo fifties (confira o line-up desse ano aqui), além de exposição de carros, concursos de pin-ups (veja quem são as concorrentes desse ano aqui), burlesco e roupas de banho, venda de produtos inspirados nos anos 1950 e a presença de muita gente estilosa que é apaixonada por essa época.

Entre as atrações, o festival já contou com a presença de talentos brasileiros, como Alex Valenzi & The Hideway Cats, em 2009, na 12º edição; a lendária banda Crazy Legs, que tocou no festival na 14º edição em 2011, e o Mystery Trio, na 15º edição, em 2012.

O festival ainda abriu espaço para a banda curitibana Annie & The Malaguetas Boys, que esteve por lá em 2013, na 16º edição, e The Bop Hounds, grupo do Rio Grande do Norte que tocou ano passado, representando o Brasil junto com o DJ Juks Jive, da rádio Topetes e Brilhantina, o primeiro brasileiro a discotecar no evento, e que também irá tocar nessa edição, juntamente com a banda gaúcha Old Stuff Trio.

A festa conhecida mundialmente também já contou com a presença das pin-ups brasileiras, que participaram do Concurso de Miss Pin-Up. Entre elas, Lady Cat (proprietária do Rockerama Club e vocalista da banda Lady Cat & The Watch Dogs) e Julie Van Wilpe, as primeiras brasileiras a participarem do festival em 2014, quando Julie conquistou o segundo lugar.

Já em 2015 foi a vez das pin-ups Marília Skraba (proprietária da Sundae Inc e da consultoria Be a Bombshell) e a gaúcha Angeline Pires. Neste mesmo ano, Marília também conquistou a segunda colocação no concurso, enquanto Angelina levou para casa o prêmio de melhor figurino.

Com tanto talento brasileiro indo representar o país no festival, seja na música ou em concursos de beleza, não poderíamos deixar de ouvir a experiência de quem já esteve por lá e principalmente em cima dos palcos.

Veja os depoimentos abaixo de alguns dos talentos que já participaram do evento:

Alex Valenzi (2009) – Tocou no festival com sua banda Alex Valenzi & The Hideaway Cats em 2009, na 12º edição do festival, sendo a primeira banda da América do Sul a se apresentar no festival.

“Para nós da banda foi uma sensação indescritível e apesar de termos tocado antes em outros festivais como o ‘Rockin’ 50’s Fest’ em Greenbay, e na França, foram momentos também de muita tensão, por estarmos na capital mundial do showbiz, e por termos vários famosos como Charlie Gracie, Big Sandy, Rosie Flores (que tocou uma canção conosco), entre outros que estavam assistindo ao nosso show e ainda a responsabilidade de representar o Brasil.

No final do show foi a maior choradeira, um misto de alegria e alívio, e os gringos no backstage não entendiam nada, pois pra eles é rotina tocar lá, mas para nós do Brasil foi uma grande conquista, o que nos proporcionou tocar em outros festivais e entrar no circuito internacional. Simplesmente inesquecível!”

Caio Durazzo (2009 e 2011) – Tocou como guitarrista da banda Alex Valenzi & The Hideaway Cat na 12º edição do Viva Las Vegas em 2009 e na 14º edição em 2011 como front man da banda Crazy Legs, a qual fez parte durante 09 anos.

“Se não me engano, fomos as primeiras bandas brasileiras a tocar em Las Vegas. O melhor de tudo é que fomos convidados, eles que procuraram e contrataram. Uma experiencia única e impactante como todos os outros países em que o Crazy Legs passou. Além do festival, saímos na coletânea anual que o Viva Las Vegas produz. Foram shows históricos e que com certeza estará em nossos corações e nas nossas memórias para sempre.”

Elvis Martinatto (2012 e 2014) – Tocou em 2012 com a banda Mystery Trio e em 2014 para um show case.

“O Viva Las Vegas é um festival que sempre me traz ótimas recordações. Estive lá pela primeira vez em 2012 para tocar com o Mystery Trio à convite do Tom Ingram e em 2014 com a nossa gravadora “Rhythm Bomb Records” para um showcase. Duas experiências diferentes e totalmente únicas. O festival é foco de pessoas do mundo todo, que estão lá para te ver, uma responsabilidade muito grande com a qual soubemos lidar muito bem e que nos abriram todas as portas. Muitos amigos, fãs, bandas boas, bandas ruins, e claro, muita diversão!”

Larissa Montagner (2014) – Também conhecida como Lady Cat, participou do Concurso de Pin-Ups em 2014.

“Meu primeiro Viva Las Vegas foi em 2012, quando Anderson, meu marido, e eu, fomos realizar nosso sonho de casar por lá e aproveitamos para curtir o festival. Em 2014, eles tinham colocado uma premiação para melhor vestido no Concurso de Miss Pin-Up. Como na época eu tinha a My Boy Dean, achei que seria bacana para a marca participar do concurso, aproveitei e convidei a Juliana Boiger para participar comigo.

Fiz os nossos vestidos e ela os nossos cabelos e participamos juntas. Foi bem bacana, mas é um esforço a parte participar de um concurso como esse durante o VLV, pois eles fazem diversos eventos, entrevistas e tudo mais que você tem que participar, enquanto eu estava louca para ver o maior número de bandas possíveis (risos). Mas, foi uma ótima experiência, me diverti muito!”

Juliana Boiger (2014) – Conhecida como Julie Van Wilpe, a brasileira representou o país com a Lady Cat em 2014 e conseguiu a segunda colocação de Miss Pin-Up no Festival, sendo a primeira brasileira a conquistar esse prêmio.

“Quem me “convenceu” a participar do concurso de Miss Pin-up foi a Larissa (Lady Cat), como eu gosto muito de fazer penteados vintage e ela sempre costurou muito bem, pois tinha a marca My Boy Dean, decidimos juntar nossos talentos e embarcar nessa juntas, acima de tudo para nos divertirmos! Ser a primeira brasileira a ganhar um título no maior concurso de Pin-ups do mundo foi muito especial para mim, ter ficado no 1st runner up em meio a todas aquelas concorrentes bonitas e algumas delas já famosas no meio foi motivo de muito orgulho e emoção!

Como se fosse um reconhecimento de todo o meu esforço durante uma década nesse universo Vintage/Pin-up, pois aqui no Brasil infelizmente isso não é levado tão a sério quanto lá fora e nem é tão reconhecido, muitas vezes nossos trabalhos nem são pagos, são feitos por amor mesmo! E o que fica de mais bacana é ver que de certa forma se abriu espaço para as brasileiras no concurso nos anos seguintes, pois naquele ano o Miss Viva Las Vegas ainda não era muito conhecido por aqui – e modéstia a parte, as brasileiras arrasam, né?”

Dastaev Gomes (2015) –  Tocou na 18º edição do festival em 2015 com a banda The Bop Hounds. Também é a primeira banda de rockabilly brasileira a ter um selo americano.

“Para quem curte essa a cultura vintage, Las Vegas por si só já vale. Mas somado a isso, um verdadeiro congresso do gênero onde diversos aspectos são abordados: música, dança, carros, roupas, mais música, apresentações de humor, burlescas, pool party … enfim, são quatro dias que você não quer que acabe e que te deixam com vontade de voltar todo ano. Eu dizia sempre “Morri e estou no céu”, dada à atmosfera.

Você se ver como atração disso, fazendo parte da programação, além de uma tremenda responsabilidade, é uma alegria inenarrável, uma sensação única, um verdadeiro desafio. É como se uma banda de americanos tivesse que representar seu país no maior festival de samba do mundo. Pra nossa banda, The Bop Hounds, foi um passo crucial na trajetória da banda, que permitiu uma exposição muito interessante do nosso trabalho, como abriu portas, afinal, no mesmo ano entramos para a Wild Records, onde nos encontramos em fase de produção do nosso primeiro disco completo, além do EP que já temos (e que foi nossa chave pra abrir a porta de participar na 18° edição em 2015).”

Angelina Pires (2015) – Angelina ou Angie Honeyburst, ganhou prêmio de melhor figurino no Concurso de Pin-Ups em 2015.

“O rockabilly começou a fazer parte da minha vida muito além de uma questão de estética, de me vestir “a caráter”, mas de crescer sonhando em ter vivido uma cena musical que eu sempre amei, começando pela influência da minha avó, que até hoje é super fã de Elvis. Foi também através dela e da minha mãe que descobri a paixão por filmes clássicos e suas divas, bem como pelas pin-ups: mulheres fortes, ousadas e donas de si, numa época em que as mulheres sofriam ainda mais repressão.

O Viva Las Vegas me possibilitou a realização desse sonho, como se, por uns instantes, eu estivesse vivenciando todo o glamour daquela época, cercada de música boa, carros charmosos e pessoas que compartilham do mesmo sentimento. Foi mágico ter feito parte disso tudo e ainda ter levado pra casa o prêmio de melhor figurino do concurso de pin-ups, mas mais mágico ainda foi ter sentido muita receptividade por parte do público e o clima acolhedor de quem só tava lá pra se divertir e nada mais. Com certeza quero ir de novo, dessa vez com a minha filha, que já me acompanhava lá sem eu saber!”

Marília Skraba (2015) – Segunda brasileira a ganhar o título de 1st runner up (segunda colocada) no festival.

“Ano passado tive a ideia de me inscrever para o Concurso de Miss Pin Up do Viva las Vegas. Passei na primeira escolha das 6 finalistas feitas diretamente pelos jurados dentre 130 inscritas do mundo tudo. Foi uma surpresa maravilhosa que me fez sonhar por meses, preparando a viagem. O evento é simplesmente incrível, uma atmosfera de “Oscar” do universo retrô. São pessoas do mundo todo que se reúnem com a mesma paixão e apenas com a intenção de se divertir e trocar experiências.

O concurso foi uma experiência a parte. Conheci as outras 11 candidatas, todas mulheres maravilhosas de diferentes países, dei diversas entrevistas e autógrafos por conta do documentário Bombsehlls & Dollies que estava sendo gravado em paralelo, conheci pin-ups famosas como a Sabina Keley, reencontrei Masuimi Max e muitas outras celebridades. Finalizei esse evento maravilhoso ganhando o concurso em segundo lugar e recebendo muito amor dos organizadores, público e de todas as amizades que fiz nestes dias!”