Betty Brosmer (Foto: Reprodução)
A década de 1950 representa, em termos de padrões de beleza, o supra-sumo da feminilidade. Enalteceu a figura feminina que une mais consenso entre homens e mulheres, por um apelo cultural e biológico. E também a mais atemporal forma: busto e quadril definidos, ombros bem modelados e uma cintura estreita representaram o ideal em muitas épocas e culturas diferentes, talvez por serem simultaneamente o mais próximo do natural e uma hipérbole da silhueta da mulher.
São os famosos “três S”: a tradicional curva da beleza, a curva serpentina do mistério que provoca um efeito devastador quando uma mulher caminha. Ou o velho ditado vitoriano: “a cintura de uma mulher deve ser tão fina que caiba nas mãos do homem que ela ama”.
Muitas it girls encarnaram, na época do New Look de Dior, esta imagem romântica. Lendas como Brigitte Bardot, Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe, passando por celebridades como Bettie Page e Mamie Van Doren, sem esquecer as manequins de alta costura como Dovima e Suzie Parker. Porém, eram as pin ups que o representavam de forma mais detalhada e mais tangível essa beleza.
Algumas eram mesmo conhecidas não só pela beleza como um todo e pela figura de ampulheta da moda, mas por este ou aquele atributo: era o caso das pin-ups Betty Brosmer, “a garota com a cintura impossível”, e Vikki Dougan, conhecida como “the back”, cujas costas e bumbum eram tão perfeitos que viriam a inspirar, nos anos 80, a curvilínea Jessica Rabbit.
Atriz, modelo e coelhinha da Playboy, Vikki não ganhou o apelido a toa. Em 1953, o publicitário Milton Weiss teve a ideia de promover a modelo usando os vestidos com decotes nas costas, algo ainda inédito para a época. A ideia era competir com modelos e atrizes de Hollywood que destacavam seus grandes seios, como Jayne Mansfield. Ao longo da década de 1950, Vikki escandalizou a sociedade americana com suas aparições em ousados vestidos.
Infelizmente, Vikki desapareceu rapidamente do olhar do público depois dos anos 60. Ao contrário de Betty Brosmer, que construiu uma sólida carreira em cima do seu corpo escultural, como fisiculturista e especialista em condicionamento físico. Hoje, aos 80 anos, Betty continua lindíssima e, como sempre foi uma mulher de negócios, co-fundou uma bem sucedida e pioneira revista feminina de fitness (a sua cintura era atribuída não só à genética e exercício, mas a uma grande habilidade no corset training).