Ultimamente, o aparecimento do horror anda crescendo cada vez mais nas redes sociais. Nosferatu, Família Addams, Drácula, O Monstro da Lagoa Negra, Frankenstein, A Noiva de Frankenstein, entre tantos outros filmes e personagens, fazem parte desse estilo de quem ama o terror.
Por surgir há muitos anos, muitos ainda no início do século XX, as características desses personagens refletiam a sociedade racista e segregadora que ainda imperava, ou seja, somente artistas brancos tinham um papel de destaque (ou algum papel) nas grandes mídias.
Vampira, interpretada por Maila Nurmi, foi uma dessas grandes personagens que apresentava a série televisiva The Vampira Show ( O show de Vampira), em 1954. Nos anos 80, a emissora de TV de Los Angeles KHJ-TV, estava à procura de um novo programa de terror, onde tiveram a ideia de reviver Vampira, por seu grande sucesso na época.
Maila foi chamada para ajudar nesse processo, mas se afastou do projeto por divergências. Segundo rumores, na procura da nova cara para Vampira, Maila quis romper com a questão racial que ainda rondava a área artística, indicando Lola Falana, grande nome de sucesso, porém, negra.
Lola Falana foi dançarina, cantora, modelo e atriz americana, nascida em 11 de setembro de 1942, em Camden, New Jersey. Lola começou a dançar ainda com 3 anos de idade e fugiu de casa na adolescência, onde usava do seu talento para se sustentar, até que foi vista por Dinah Washington (considerada a mais popular artista feminina negra dos anos 50), que deu a abertura de seu show para Falana se apresentar (em 1948, ainda com 16 anos de idade).
Mas, sua carreira decolou mesmo quando foi notada por Sammy Davis Junior (grande artista negro da década de 50 e primeiro a estrelar o seu próprio programa de televisão), que deu a Falana papel em destaque no musical da Broadway, Golden Boy, em 1964. Davis também a conseguiu um papel no filme A man called Adam (Um homem chamado Adam), dois anos depois.
Em 1969, Lola fez inúmeros filmes e aparições na TV que a levaram a ser o rosto do perfume Tigress no ano seguinte, e assim, se tornar a primeira afro americana a ser modelo da marca, ganhar um especial na televisão e varias aparições em clubes noturnos. Mais tarde, Falana foi considerada a Rainha de Las Vegas e a artista feminina bem mais paga da época.
Não é à toa que Maila a indicou para um papel tão importante. Sua carreira e destaque a fizeram ser perfeita para tal. Mas, mesmo com a apresentadora original a indicando, o tom de sua pele foi um grande problema. Infelizmente o racismo ainda impede que grandes artistas, assim como Lola Falana, ganhem destaque em diversas áreas, o que vem mudando aos poucos nos últimos anos. Mas até quando a cor da nossa pele nos impedirá de crescer? Até quando teremos que nos tornar o primeiro em algo?