Este 18 de dezembro foi dia de festa entre os fãs de Rolling Stones e dos músicos da banda, pois Keith Richards fez 80 anos. O guitarrista é bastante conhecido por ser um dos membros originais mais longevos da banda de rock britânico. Além disso, ele é um dos mais influentes guitarristas da história e, ainda, sobreviveu a um grave vício em drogas e álcool.
Juventude e início dos Rolling Stones
Nascido em 1943 no Condado de Kent, próximo a Londres, Keith era filho de operários, além de neto de socialistas e ativistas pelos direitos civis. Seu contato com a música veio desde criança através de seu avô, que tinha um “velho violão de cordas de tripas”, segundo sua autobiografia.
Como todo jovem dos anos 50, ele era adepto ao rock’n roll e ao blues, assim como fã de Elvis Presley, Muddy Waters, entre outros. Já em 1961 ele se reencontrou com seu amigo de infância Mick Jagger, que também era aficionado por blues. Logo, Keith e Mick foram convidados por Brian Jones para formar a Rolling Stones. Para isso, o guitarrista chegou a abandonar os estudos para investir 100% na carreira de músico.
Inspirado no estilo musical de Chuck Berry, Keith foi o responsável por inserir o R&B no repertório da banda. Ainda, ele introduziu duas guitarras rítmicas nos arranjos, deixando a sonoridade dos Stones mais pesada. Formar a identidade dos Rolling Stones foi uma “derrubada de fileira de dominós” – começou com o som pesado, que levou o grupo a compor letras provocativas, que levou à um visual mais despojado dos integrantes. Tudo isso se contrapôs com os então explosivos Beatles, que vestiam terninhos e tocavam músicas melódicas, fazendo com que a mídia os apontasse como rivais.
Ascensão, um riff vindo de um sonho e The Glimmer Twins
Keith Richards e os Rolling Stones viram sua fama aparecer em 1965 ao estourarem nas paradas do Reino Unido com (I Can’t Get No) Satisfaction, cujo riff icônico foi criado pelo próprio guitarrista. Aliás, Keith diz que este riff veio de um sonho que ele teve enquanto dormia em um quarto de hotel em Los Angeles. “Eu acordei no meio da noite. Tinha um gravador de fitas cassette ao lado da cama e um violão, na manhã seguinte, eu acordei e a fita estava lá no final. Então eu rebobinei e lá estava 30 segundos daquele riff e o resto era eu roncando”, conta o músico para a revista Rolling Stone.
Assim como John Lennon e Paul McCartney, Keith Richards e Mick Jagger também são vistos como uma dupla dinâmica no mundo do rock. Essa parceria histórica foi batizada pelo público e mídia como The Glimmer Twins (“gêmeos brilhantes” na tradução livre) e alterna momentos fraternos com vários desentendimentos por conta da megalomania de Mick Jagger.
A luta contra as drogas, sua “imortalidade” e trabalhos paralelos
Entre os finais dos anos 60 e 70, Keith ficou marcado pelo seu vício público e ostensivo em drogas e álcool. Mesmo para um astro do rock, a situação dele era gravíssima e o guitarrista até chegou a parar por dez anos seguidos no topo da lista anual de “estrelas do rock com maior probabilidade de morrer”, da revista britânica New Musical Express, desde 1973. Já depois disso, a revista desistiu e declarou Keith Richards um ser “imortal”. Mas o músico só foi se tratar da dependência em 1977, quando foi detido no Canadá e quase condenado no país como traficante internacional.
A partir dos anos 80, Keith Richards passou a fazer trabalhos paralelos, como seu projeto solo, lançamentos com outros artistas, entre eles Bono Vox e Aretha Franklin, e a banda The X-Pensive Winos. O músico ainda permanece firme e forte nos Rolling Stones e ao lado de Mick Jagger, além de sempre puxar a banda de volta para as raízes do blues, folk e soul frente às investidas modernas de Jagger.
Fora o seu trabalho de músico, Keith também atuou como o Capitão Teague, pai do Jack Sparrow, nos filmes Piratas do Caribe – No Fim do Mundo (2007) e Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas (2011). Além disso, publicou um livro infantil chamado Gus & Me em 2014, onde ele presta tributo ao seu avô, que o incentivou a investir na carreira de músico ainda na infância.